Capítulo 5 - Don't Wanna Lose You

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"Não consigo me ver com você, mas quero te ter, quero distância de você, mas não quero te perder, quero falar com você, ouvir você e te dizer o quanto és especial para mim, e assim pedi que se afaste de mim, quero muito tocar-te , abraçar-te e beijar-te, mas eu mesma impede-me de amar-te."

Manuela Sevach

— Pare de chorar, você está me fazendo chorar.

Eliza pegou seu travesseiro na cama e colocou no rosto da Alycia com tentativas falhas de abafar o soluço do seu choro. E mesmo assim sentiu entre as lagrimas o som dos risos de Alycia.

— Não sei o que você está tentando fazer, mas acho que me matar não vai funcionar.

Eliza exasperada lançou o travesseiro de volta na cama e enterrou o rosto nas palmas das mãos.

— Esse não pode ser o final.

Alycia lhe deu um aperto de consolo no braço. Eliza levantou os olhos e viu que mesmo que ela tivesse os olhos lacrimejados, Alycia mantinha um pequeno sorriso como se quisesse convencer a si mesma.

— Não vai ser.

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[POV Eliza]

No horizonte do mar eu podia ver timidamente os primeiros sinais do sol se levantando, enquanto estava completamente imobilizada pelo peso da Alycia em cima de mim. Algo sobre a respiração suave dela no meu pescoço não estava ajudando, eu não podia acreditar que ela simplesmente tinha apagado naquele momento que eu tentava entender o que estava acontecendo.

Não que eu precisava reclamar, mas esses impulsos da Alycia me deixava mais confusa do que eu já poderia estar nos últimos meses e ela não era exatamente a pessoa mais fácil de ser decifrada.

— Alycia? — chamei dando leves apertos em sua cintura. Ela não tinha nem se movido. — Alycia, anda, precisamos voltar.

Ela deu um pequeno resmungo em meu pescoço. Na tentativa de se levantar tudo o que conseguiu foi rolar para o lado. Fiquei de lado e me apoiei em um cotovelo para observá-la.

— Você vai me dizer o que está acontecendo?

Alycia deu de ombros me olhando com os olhos entreabertos, ela não tinha me forças para abrir completamente.

Não sei... eu estava dormindo... tendo esse sonho e...

— E?

— E, o que?

— Parece que você não terminou o seu raciocínio.

— Eu não lembro... lembro de estar no bar com uma senhora falando sobre patinhos e cachorro e então depois eu estava na sua porta com essa garrafa... - Alycia pausou me avaliando — Por que você está tão longe?

Ela me puxou tão de repente que quase cai totalmente em cima dela, mas me afastei tão depressa quanto Alycia tinha me puxado.

— Certo, algo te perturba e você não está querendo me contar.

Alycia ficou reflexiva enquanto fiquei observando, seu olhar tinha mudado e eu não sabia exatamente se era o álcool ou havia alguma coisa diferente que não tinha enxergado antes.

— Acho que não precisamos falar sobre isso. - ela disse finalmente.

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— Não precisamos falar.

Aquilo pegou Alycia de surpresa, por mais que ela tivesse lido o roteiro dezenas de vezes, podia jurar que não fazia parte aquele dialogo. Eliza improvisou como ela tinha falado que faria, mas algo em seu olhar acendeu algo dentro dela, como se aquilo não fizesse mais parte da cena.

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