"Quem sabe um dia, você olhe através das palavras, e me descubra "escondida" no brilho de um olhar a te observar..."
[POV Alycia]
Estava saindo do banho e secando os meus cabelos, quando ouvi batidas na porta do meu quarto. Trocar de roupa era a minha menor preocupação sabendo quem estava me esperando.
Eliza segurava dois copos na mão quando abri a porta, no mesmo momento ela tinha congelado enquanto me encarava. Não que tivesse sido minha intenção atende-la vestindo apenas um robe, ela tinha sido mais rápida do que eu imaginava que seria e isso resultou sem que eu pudesse me vestir.
Não que eu precisasse me esconder, Eliza e eu já havíamos feito cena em The 100 que exigia ficar semi despida e inclusive ela tinha tirado sarro da minha cara do quanto eu ficava tímida e contida nas gravações, até que comecei a sentir que já tinha essa intimidade com Eliza. Porém uma coisa é estar no trabalho gravando algo do que supostamente é fictício, outra era a realidade e estar sendo observada por ela como se fosse despir a minha alma.
A intensidade e análise do olhar da Eliza era tão nítido e claramente deixou uma tensão no ar que fez o meu rosto queimar. Podia jurar que ela podia avançar sobre mim a qualquer momento e arrancar qualquer roupão que estivesse pelo caminho. Ou podia ser apenas minha imaginação.
— Eliza? — chamei e ela piscou como se estivesse tentando sair de algum estado entorpecido em que tinha se enfiado. Não pude evitar dar um pequeno sorriso no canto de boca ao perceber que eu tinha aquele efeito nela. Talvez não fosse só minha imaginação.
— Eu... trouxe o seu café. — a voz dela saiu entrecortada, então ela tossiu como se estivesse engasgada.
Deixei um espaço para que Eliza entrasse no meu quarto, foi quando passava e me entregava o café que nossos dedos levemente se tocaram e ela puxou o braço como se acabasse de sofrer uma queimadura.
Não deu nem tempo de agradecer e ela já estava do outro lado do quarto, colocando o máximo possível de espaço entre nós.
— Vou me trocar e já volto. — disse e apoiei o café na mesa ao lado da cama.
Ela só assentiu com a cabeça, procurei uma roupa qualquer e entrei no banheiro. Quando sai, devidamente vestida, observei que Eliza tinha se retirado para a varanda e estava fumando apoiada de costas na grade de apoio. Uma belíssima cena que me fez suspirar. Eu tinha que parar com aquilo ou eu cairia de joelhos no chão.
Aproximando, eu sentia que a tensão havia diminuído, mas as faíscas ainda estavam presentes nos olhos dela. Fiquei imaginando se tinha alguma possibilidade de ter um forte auto controle naquela hora.
— E então... — ela falou finalmente, depois de um trago — O que fazer agora que o seu plano com o Marcus já era?
Parei alguns passos dela, analisando suas feições centímetro por centímetro.
— Eu não sei, ele me disse que voltava — olhei para o sol do quase meio dia, refletindo — Mas não é nisso no que eu estou pensando agora.
Eliza me olhou por um breve momento sem falar nada, depois apagou o seu cigarro. Nisso eu sentei na cama e fiquei observando o seu movimento até que ela fez o mesmo e deitava ao meu lado.
— E o Ryan? — perguntei quebrando o nosso silêncio.
— O que tem ele?
— Por que nunca vejo ele com você?
— Não vejo o Ryan voltando para o hotel tem dois dias.
Por uma breve análise consegui perceber que Eliza não parecia afetada por isso, pelo contrário, a sensação é que ela estava grata por não ter o Ryan na sua cola.
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Take What You Want
RomanceAlycia sempre planejava todos os passos que dava. Conseguiu o emprego com que sempre sonhara, era atriz e finalmente foi reconhecida por seu talento, estava pronta para o próximo passo que era planejar seu casamento. Só que Marcus não tinha pressa a...