Capítulo 2 - Confidentes

275 28 3
                                    


"Os meus dias não mais são iguais sendo ou não como quero, mas com um desejo confidente ao nosso próprio coração; Só sei que não tenho vontade de sorrir nesse momento, pois o meu corpo está tomado por essa força que me chama aos gritos dos sentimentos."

Julio Aukay

(POV Alycia)

Resmunguei para o som do meu celular que tinha me acordado.

Abri um olho enquanto procurava o celular, depois da luta interminável vi que era uma mensagem de Eliza.

"Estou no Hall para tomar café da manhã, te espero xxxx"

Eu suspirei, aquilo era sinal claro para entrar em nenhuma discussão.

Joguei a coberta para o lado e Marcus retirou o braço em volta da minha cintura resmungando.

— Muito cedo.

— Estou indo tomar café da manhã com a Eliza.

Observei Marcus cobrir a cabeça e virando para o outro lado

— Você vem?

— Encontro vocês lá depois.

Fiquei olhando por uns segundos, até que revirei os olhos e levantei. Não ia conseguir nada agora mesmo.

Pragmática era minha definição, sempre planejava o percurso que eu ia percorrer, tentando ser o mais objetiva possível. Calculava quais eram as chances de dar errado ou não, por isso sempre programava dois caminhos. Aquele que seria o mais difícil e o mais fácil. Uma hora eu tinha que escolher e isso desde os tempos de escola.

Quando Marcus apareceu, eu sempre via que as nossas chances como namorados eram muito mais real do que amizade, sempre me senti bem ao lado dele, me fazendo rir e tendo interesses em comum. Na minha cabeça fui desenhando nosso futuro juntos e quando me dei conta nossa relação já durava anos e não era algo que eu esperava que mudasse.

Como qualquer casal, tínhamos nossas desavenças, terminamos e voltamos várias vezes, mas sempre acabávamos voltando tanto que quando tinha mais uma separação não era uma preocupação de algo definitivo.

Quando tomei a decisão de seguir a carreira de atriz, Marcus me apoiou de todas as formas possível, assim como o apoiei quando ele decidiu seguir carreira musical com uma banda da nossa turma na escola. Eu sabia que ambas as decisões ia nos manter afastados por um bom tempo, tendo só alguns dias juntos, era uma relação à distância.

Marcus era o caminho fácil.

Até que aconteceu Eliza, definição de imprevisto que não esperava entrar no meu caminho.

Eu tinha testes planejados para Fear The Walking Dead em Los Angeles, quando recebi uma ligação do Jason, produtor de The 100. Ele tinha arranjado um papel para mim de convidada, que tinha ligação junto com a protagonista da série.

Logo que terminei os testes, peguei o primeiro avião para Vancouver. Na conversa com Jason por telefone ele queria saber como eu ia desenrolar minha relação com Eliza no papel de Lexa, não tinha nem o que contestar, fui logo concordando tanto que estava correndo com medo de perder a oportunidade. Era meio louco que eu não tinha pensado duas vezes e nem calculado como isso me afetaria, nem na vida pessoal e profissional.

Esse foi só o começo dos primeiros impulsos que eu tanto teria pelo percurso para chegar onde cheguei.

Quando cheguei no set de The 100 aconteceu o que era inesperado tanto pra mim quanto para Eliza ou para toda as pessoas que trabalhavam na produção. Logo de cara criamos uma ligação, de alguma forma tínhamos um entendimento em como agir uma diante da outra, tornava tudo muito mais fácil.

Take What You WantOnde histórias criam vida. Descubra agora