Quem é você?

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- Quem são os seus fantasmas Louis?

- Eu diria que eu mesmo sou o meu fantasma. O pior fantasma que alguém pode ter é a si próprio.

- Quem é você Louis? - Harry perguntou enquanto observava o céu em busca de alguma estrela assim como eu.

- Eu não sou ninguém em espacial, sou apenas um ser humano comum, um ser humano que fez escolhas erradas para fugir do inferno que chamava de casa e agora está aqui depois de ter todos os sonhos assassinados.

- Isso foi profundo.

Eu não tinha mais o que falar. Eu apenas olhava para a grama do Jardim enquanto sentia meu nariz arder e os olhos ficaram cheios de lágrimas que eu não deixaria cair.

- Vamos entrar Louis, eu quero um chá e bom

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- Vamos entrar Louis, eu quero um chá e bom...Eu odeio tomar chá sozinho em uma noite como essa exatamente - Ele deu uma pausa olhando no relógio em seu pulso que custava com toda certeza o valor de uma casa - as 10:23 da noite.

Quando me dei conta Harry já passava pela porta de vidro que dava acesso a cozinha enquanto se virava em minha direção e esperava que eu fosse a seu encontro.

...

Eu estava sentado em uma das cadeiras posicionadas em frente ao balcão enquanto bebia meu chá de camomila e me sentia completamente inferior comparado àquele homem.

Harry era tudo que eu não era mas já sonhei em ser. Ele era talentoso e eu podia observar aquilo nos quadros pendurados em seu ateliê e as letras de músicas esquecidas pelos cantos da casa, além disso Harry era bonito, inteligente, meu chefe e não podia ser comparado a ninguém que eu já conheci nos meus não tantos anos de existência.

- Adoraria dizer que estou tendo uma ótima companhia para o chá mas você é muito calado Louis.

- Me desculpe.

- Não quer mesmo conversar sobre você? Você sabe, as vezes é melhor desabafar do que ficar guardando as malditas frustações que detelhoram nossa mente unicamente para nós.

- Eu realmente não tenho o que falar, adoraria contar sobre mim a você ou a qualquer outro mas eu realmente não tenho nada para contar.

- Tudo bem. - Ele bebeu o último gole de seu chá e colocou a xícara na pia. - Você poderia me dar uma opinião?

- Eu?

" NÃO OTÁRIO! O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS"

- Sim. Eu fiz um quadro novo mas acho que falta algo, venha aqui - Ele andou lentamente até o ateliê sendo seguido por mim que me sentia desconfortável por estar andando com alguém tão superior e que pagava meu salário como se fôssemos amigos.

- Olha isso - Ele disse e logo após tirou o pano branco de cima de uma tela.

- O nome da obra é as lagrimas que os outros não podiam ver - Ele suspirou e me olhou intensamente

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- O nome da obra é as lagrimas que os outros não podiam ver - Ele suspirou e me olhou intensamente.

- Como consegue passar tanto sentimento com um pincel, uma tela e um pouco de tinta?

- O sentimento está na pessoa que vê e não na tela, a tela apenas trás uma memória adormecida dentro de nós e nos leva a pensar em um determinado momento que sentimos tantas coisas que não conseguimos descrever bem o quê é.

- Isso foi profundo. - Repeti suas palavras de mais cedo.

- O que você colocaria no quadro se ele fosse sua vida Louis?

- Preto, eu colocaria a cor preta em cima de tudo isso, não há cores na minha vida.

E assim que fechei minha boca vi Harry jogando um pequeno potinho com tinha preta sobre o quadro.

- E agora está perfeito, as vezes é muito importante a opinião da pessoa que inspirou o quadro para conseguir finalizar uma obra.

- Você se inspirou em mim para pintar isso? - Minha boca estava aberta e eu não conseguia raciocinar direito.

- Não exatamente Louis, eu apenas pintei o que os seus olhos mostram a qualquer um. O que eles mostram a cada segundo dentro dessa casa desde que chegou aqui a 8 dias.

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