O Lado Ruim Da Fama

Dia em Família

Pov Camila

1 semana depois

Depois que a minha vida começou a voltar ao normal, eu percebi que tinha me tornado uma chata. Todos falavam "Camila, que bom que você está melhor" ou "Essa é a Camila que eu conheço". Tudo bem que eu posso ter sido um pouquinho dramática, mas eu realmente passei por maus bocados. Ally disse "nada que uma boa noite de amor não cure" e eu me engasguei. Eu não sabia se ria, se corava ou se tentava bater nela. Essa menina é uma figura mesmo.

Depois do ocorrido, falei com o Shawn algumas vezes. Foi muito bom o que ele fez por mim, a preocupação em me ajudar e a disposição de ficar ao meu lado naquela noite (por mais que saibamos que pra ele não foi esforço nenhum). Combinamos de sair qualquer dia desses com alguns amigos. Eu estava precisando. "Ué, Camila, você não disse que estava melhor?", sim, eu estou melhor, mas todos nós precisamos, de fato, sair com alguns amigos algumas vezes, nada muito grave.

Agora vamos aos últimos acontecidos: Katya se meteu em um escândalo. Foi vista saindo com um bem-sucedido, porém casado. Alguns dizem que era um cara até "famoso". Mas não sabemos ainda quem era o tal. A esposa do cara descobriu (óbvio, as fotos estavam rodando pela internet, mas sem mostrar o rosto do homem, mas é claro que a esposa dele o reconheceria até se visse apenas um pedaço da perna dele) e deu uma surra na Katya. Não muito grave, uns puxões de cabelo, uns tapas na cara -super merecidos-, e rolaram pelo chão da calçada.

Não estou aqui para julgar ninguém, mas se tinha uma pessoa que realmente deveria apanhar da mulher, essa pessoa seria o marido dela. Ué, foi ele o traidor! Mas eu sou egoísta demais para pensar assim e me contentei demais com essa confusão toda, por causa de Katya.  

Eu e o Austin nos encontramos algumas vezes, e nem preciso dizer que aproveitamos nosso precioso tempo juntos da melhor maneira possível.

Felizmente tudo estava acontecendo como nos conformes. Temos uma folga daqui a três dias e eu vou pra casa ficar um tempo com meus pais (ficarei 5 dias lá). Sinto falta deles. E da Sofi, minha irmãzinha.

Daqui a 17 dias é meu aniversário e eu não pretendo fazer nada, até porque vou estar viajando pela Europa. Talvez eu e as meninas comemoraremos por lá com uma festinha do pijama ou algo do tipo. Não ligo muito pra festas, estou muito focada nesse momento na turnê.

[...]

3 dias depois...

—Mamãe! Papa! Que saudade! —exclamei pulando em cima dos meus pais no aeroporto.

—Que saudade, filha! Como estão as coisas? — mamãe perguntou.

—Agora estão muito bem! Cadê a Sofi?

—Tá te esperando lá em casa. Vamos?

—Vamos!

Cheguei em casa e estava Sofi, meus avós e minha tia à minha espera. Passei uma tarde maravilhosa com a minha família. Conversamos, rimos, contamos histórias. Eu senti tanta falta disso.

No outro dia, fomos a um parque aquático. Foi meio complicado, porque as pessoas me paravam o tempo todo pra tirar fotos e tal. Mas deu pra curtir bastante. Sofi estava que nem pinto no lixo!

—Kaki, vamos comprar um sorvete!

—Vamos! Antes que eu mude de ideia!

Compramos o sorvete e Sofi fez questão de comprar um cascão com 3 bolas. O sorvete era quase maior que ela! Quando o moço deu o sorvete na mão dela, ela deu uma lambida na bola de cima, se lambuzou total de sorvete. Me deu uma crise de risos, e cada vez que ela mandava eu parar de rir eu ria mais ainda. Em uma das tentativas de Sofi me fazer parar de rir, ela deixou as duas bolas de cima caírem no chão. Parei de rir imediatamente, pois a cara que ela me fez era como se ela fosse me esfaquear.

—Karla, vou fazer você pagar por isso! —o quê?!

—Acho melhor você correr, Camila!

E ela saiu correndo gritando "volta aqui mocinha, isso não vai ficar assim!" e eu parei de súbito. O que minha irmã mais nova poderia fazer comigo, afinal?
Me arrependi completamente, no memento em que ela pegou o pouco de sorvete que sobrou e me lambuzou todinha. E não contente, começou a me fazer cócegas.

Cheguei em casa, tomei um bom banho e me deitei. Austin me ligou e eu contei sobre cada detalhe do meu dia para ele.

—Nunca pensei que a Sofi, com essa carinha de anjo que ela tem, poderia fazer uma coisa dessas! — ele falava em meio às gargalhadas.

—Eu fiquei toda suja de sorvete. E ainda me fez pagar outro sorvete pra ela! –eu disse rindo.

—To com saudade dela. E de toda a sua família também. —ele falou um pouco mais sério.

—Bom, quando tivermos tempo vamos marcar alguma coisa. To morrendo de saudade da Michele também. Ela é uma ótima sogra!

—Ela te adora também, amor.

—Amor, vou dormir, to muito cansada. —falei bocejando. Ouvi um barulho alto, como se estivesse ventando muito onde ele estava.

—Onde você tá? —perguntei.

—No aeroporto. Vou embarcar daqui a pouco.

—Vai pra onde agora? — ele pareceu pensar.

—Chicago.

—Ah! Boa viagem. Te amo.

—Também te amo. Boa noite.

Quando estava quase pegando no sono, vejo uma pequena sombra entrando no quarto depois de a porta ser aberta.

—Kaki, posso dormir com você? —Sofi perguntou baixinho.

—Deita aqui, princesa! — eu disse batendo num lugarzinho na cama ao
meu lado. Que saudade que eu estava da minha irmãzinha.

E dormimos assim, agarradas, como a muito tempo não fazíamos.