Depressão?

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Pov Camila

3 meses se passaram, e nada! Austin ainda está em coma. Eu tive que continuar com a turnê, me esforçando o máximo pra parecer no mínimo "contente". Todos os dias eu ligava pra Michele pra perguntar sobre ele, e a resposta era sempre a mesma. Confesso que às vezes eu passava a noite toda chorando. Eu não posso perder ele, ainda mais que estávamos brigados. Eu me sinto tão culpada pelo o quê aconteceu!

—Camz, vamos entrar no palco em 20 minutos. —Ally falou entrando no camarim.

—Okay, eu já estou pronta. Eu estava... só vendo algumas fotos. —falei secando as lágrimas.

—Amiga nós também sentimos muita muita muita falta dele. E estamos rezando por ele sempre. Mas não fica assim, tenha fé que ele logo logo ele vai sair dessa!

—Eu tenho, Ally. Obrigada. —falei dando um beijo nela e saímos.

Fizemos o show como sempre, depois fomos jantar e depois eu fui dormir. Estava quase pegando no sono quando meu celular tocou.

—Alô?

—Oi Mila, tudo bem?

—Oi Shawn! Quanto tempo.

—Pois é, liguei pra saber do Austin e pra saber como você tá.

—Ele continua na mesma. Três meses já. Eu não estou nada bem.

—Nossa Camz, não sei nem o que dizer. Tenho fé que ele vai sair dessa. E você, fica bem. Eu liguei rapidinho, porque eu preciso viajar agora. Qualquer coisa você me liga. Beijo.

—Obrigada. Beijo.

Pov Lauren

—Meninas preciso conversar com vocês, aproveitando que a Mila foi dormir. —falei.

—O que houve? —Mani perguntou.

—Eu acho que a Camila tá entrando em depressão. Ela não come direito à dias, mal fala com a gente, não sai mais pra lugar nenhum, chora todos os dias e eu tenho certeza que ela se sente culpada pelo o quê houve.

—Lolo eu já tinha pensado nisso.—Dinah murmurou, e depois disso, silêncio.

—Olha precisamos conversar com ela sobre isso, mas eu não tenho ideia de como. Não podemos simplesmente chegar pra ela e dizer "você tá depressiva". Isso é muito sério e muito complexo. —falei quebrando o silêncio.

—Você acha que ela deveria voltar pro psicólogo? —Ally perguntou. —Ela estava chorando hoje no camarim de novo.

—Eu acho que sim. Ela precisa desabafar, e eu sei que nós somos como irmãs, mas ela precisa de uma profissional.

—Então amanhã a gente pode conversar com ela. —Normani falou.

—Sim.

As meninas foram deitar e eu fiquei sentada na varanda do meu quarto pensando sobre a Mila. Resolvi ligar pro Alex.

—Oi amor.

—Oi Lolo. O que houve?

—Te acordei, né? É que aconteceu uma coisa.

—O quê, amor?

—Eu acho que a Camila tá entrando em depressão, Alex. Tenho muito medo do que pode acontecer com ela se o Austin não melhorar.

—Nossa, isso é muito sério. Eu nem sei o que te dizer.

—Eu sei que estamos todos mal com o que aconteceu com o Aus, sei que deve estar sendo tão difícil pra você e pra Mila. Mas ela quase não come, chora todos os dias, ela acha que foi culpada pelo acidente. E eles estavam brigados. Eu não a culpo, porque acho que se fosse com você eu estaria assim também. Mas quero ajudar ela, sabe.

—Olha Lolo, eu não tenho saído, até porque não tenho cabeça pra isso, e eu estou mal, mas não nesse ponto. É muito complicado. Ela precisa de ajuda sim. Pode contar comigo.

—Amor, vai lá dormir. Amanhã a gente se fala, vou dormir também. Te amo.

— Também te amo, boa noite.

Deitei mas não consegui dormir. Rolei muito, então decidi ir até o quarto da Camila. Bati três vezes na porta e ela veio abrir.

—Lolo? O que houve?—ela perguntou, estava com o rosto inchado e cara de sono.

—Vim ficar com você um pouquinho. Sei que precisa da gente. Estou aqui amiga.

Deitei com ela na cama de casal e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios até pegarmos no sono.

Acordei com meu celular vibrando, era uma mensagem da Normani perguntando onde eu estava. Camila acabou acordando também e me olhou.

—Precisamos conversar. —falei encarando ela.

—Okay. Precisamos.— ela respondeu.

—Todas nós. Depois do café.

—Então vamos comer logo. —ela falou desconversando e levantando da cama.

Corri pro meu quarto, me arrumei e bati no quarto da Camila pra apressar ela pro café.

Na mesa do café a situação estava tensa. Quase não falamos, apenas trocávamos olhares. Passei a maior parte dessa manhã pensando em como abordar o assunto com a Camila.

—Tudo bem, podem falar! Não to aguentando mais essa situação. —Camila falou.

—Vamos lá pro meu quarto. É uma coisa muito séria. —falei.

Subimos e nos acomodamos.

—Mila, olha nós queremos te ajudar. De verdade. Estamos sofrendo junto com você, Austin é nosso amigo e nós amamos ele também. Mas, amiga, você... você... está dando sinais de depressão. Tem alguma coisa acontecendo? —perguntei.

—Depressão? —ela perguntou com os olhos lacrimejados.

—Mila, você chora todos os dias, você vive com a cabeça no mundo da lua, não conversa mais com a gente, você vai dormir cedo... Nós sabemos que você está passando por um momento muito difícil, mas você precisa se cuidar. —Dinah falou.

—Ta tão difícil pra mim. —ela falou soluçando e caiu no choro mais ainda.

—Estamos aqui pra te ajudar. —Ally falou abraçando ela.

—O que vocês sugerem?

—Não sabemos, Mila. Acho que voltar para a psicóloga vai ajudar. —Normani falou.

Pov Michele

3 semanas depois...

3 meses, quase 4, dentro desse hospital, todos os dias. Meu filho está em coma, mas sinceramente, eu não sei quem está sofrendo mais: ele ou a Camila. Ela está se culpando pelo o que aconteceu, Alex me falou que ela pode estar entrando em depressão. Eu emagreci uns 8 kg nesses 3 meses, quase não tenho dormido e meu relacionamento está cada vez mais corrido, desgastado. John está me apoiando da maneira que pode, vem todos os dias me ver, trás comida, roupas e utensílios de uso pessoal pra mim. Eu não deixo meu filho sozinho nem um minuto, se ele acordar quero estar aqui ao seu lado. Eu estava perdida nos meus pensamentos quando meu celular tocou.

—Alô?

—Michele, sou eu Camila.

—Oi meu amor, tudo bem?

—Não. Michele, como ele está?

—Na mesma, minha filha. Infelizmente. Mas o que aconteceu com você?

—Minhas amigas acham que eu estou entrando em depressão. Eu não sei se é isso mesmo, porque é impossível ficar bem com o Austin desse jeito. —ela falou chorando.

—Eu te entendo. Eu também estou mal, quero meu filhinho aqui comigo acordado e sorrindo.

—É o que eu mais quero. Então, amanhã eu ligo de novo pra saber dele. Vou ver se consigo dormir um pouco. Beijo.

—Beijo.

Ah, meu filho. Que falta você me faz.

O Lado Ruim Da FamaOnde histórias criam vida. Descubra agora