If you ever want to be in love

Prólogo

Doncaster, 18/ 07/ 2013.

Desolado. Era essa a palavra perfeita para descrever como eu me senti naquele momento.

Não, eu não esperava que no meu baile de formatura eu seria humilhado pela pessoa que eu mais admirava.

Sim, eu sempre soube que Harry Styles tinha fama de ser "coração de gelo", mas isso não o impedia de ser o garoto mais desejado da escola.

É claro que esse desejo todo vinha do fato de Harry ser filho de um grande empresário dono de uma empresa de jóias, muito reconhecido e respeitado. Sempre que eu o via passando pelos corredores daquela escola, com um sorriso com direito a covinha, meu mundo se iluminava, e ficava imaginando o momento em que eu iria ver aquele sorriso sendo direcionado para mim.

Seus olhos eram verdes esmeralda que transmitiam paz, mas ao mesmo tempo parecia guardar grande tristeza dentro deles, o que fazia meu coração apertar. Nunca entendi ao certo os motivos de ter me apaixonado por ele, talvez seja por sempre ter acreditado que ele pudesse ser diferente daquilo que todos pensavam a respeito dele.

Eu o conhecia desde o jardim de infância e éramos amigos, mas ao passar do tempo ele se distanciou. Distanciou-se de tudo ao que parece. Continuou mantendo amizade com pessoas do nível social dele, mas nunca parecia satisfeito, sempre parecia que existia um vazio em seus olhos. A verdade é que finalmente tomei coragem para falar com ele e pedir se ele gostaria de dançar comigo, o resultado obviamente não poderia ser diferente.

Patético. Digno de pena.

A expressão de desgosto em seu rosto quando eu me aproximei jamais vai ser apagada da minha mente e principalmente as palavras que saíram de sua boca "Qual é o seu problema, Tomlinson? O que te faz pensar que pessoas como você se misturam com pessoas como eu?". Seu tom de voz era puro deboche. Consigo me lembrar de como meu coração batia forte a cada palavra proferida como se fossem facadas em meu coração "E além do mais, não sei se você já percebeu, mas eu sou hétero!"

Consigo me lembrar de ter dado as costas a ele e ter saído correndo pela porta da saída do salão, deixando para trás os murmúrios, cochichos e risadas de deboche dos alunos.

Fiquei sentado no meio fio da calçada esperando que algum milagre pudesse cair sobre mim e eu pudesse voltar ao tempo. Suas palavras ecoavam em minha mente. Se fosse em qualquer outra situação, eu riria da frase "Não sei se você já percebeu, mas eu sou hétero", e doía o fato de não conseguir.