Os Enviados Do Destino (Pausado)

Prólogo

"Às engrenagens do destino começam a se mover"

No altíssimo paraíso a querubim Helena havia sido convocada por Lumiel o chefe da ordem dos arcanjos, para que pudessem discutir sobre a missão que receberá de seu criador.

A mesma havia sido criada diferente de seus irmãos e irmãs, não possuía casta e jamais conseguiu ficar muito tempo em somente uma designação, sendo assim acabou vagando entre todas as sete castas celestiais. Em todos os seus anos que já eram muitos conseguirá acumular uma boa dose de conhecimento, porém ainda era deveras inexperiente em comparação aos demais anjos próximos a ela.

A mesma havia conversado com Michael o general arcanjo, entidade que a tratava como uma irmã mais nova. Nesta conversa a querubim revelou que sentiu o toque do criador novamente sob si e com ele uma nova missão foi deixada em seu interior, tarefa essa que ela mesma deveria se esforçar para encontrar.

E por sua vez Michael acabou por comentar o ocorrido à Lumiel em seus debates diários. Helena então para cumprir a ordem que recebeu havia batido as asas fortemente e se movido até a fortaleza de Sion onde o líder angelical a aguardava.

- Me chamou senhor? - Disse a jovem ao se ajoelhar.

- Sim! Pelo que eu soube você recebeu uma missão dada pelo nosso senhor não é? - perguntou o arcanjo.

Lumiel trajava longas vestes angelicais e suas seis grandes asas se alastravam em toda a extensão da parede onde seu trono estava localizado. Este era o mais antigo e poderoso celestial do paraíso, o sábio arcanjo signatário da verdade sempre se ocupava em ajudar os necessitados a encontrarem o caminho correto.

- Na noite passada pude sentir em meu coração o toque dele, juntamente a algo que não compreendo ao certo, é como se eu tivesse uma tarefa para cumprir. E imagens de uma de minhas idas ao mundo humano não paravam de me vir a mente, era como se ele me mostrasse por onde eu devia iniciar minha busca - Respondeu Helena.

- Ouça minha jovem, muitos celestes passam a eternidade sem compreender a razão de existirem porém cabe a cada um de nós se esforçar para descobrirmos nossas missões.

Ele então se levantou e caminhou até ela, seu aspecto doce e responsável contrastava com a avassaladora aura que emitia naturalmente. Com isso ao tocar o rosto da querubim continuou.

- Você possui em suas mãos a chance de chegar há essa resposta, agarre-a, cumpra com sua missão e encha de orgulho nosso senhor, não tema pois ele escreve certo por linhas tortas.

Helena então sorriu e olhou para a direita do trono, ali viu a imagem de seu irmão, o cordial e imbatível arcanjo signatário da justiça que havia ouvido toda a conversa porém não achou necessário se envolver, estava deveras orgulho e ansioso. Sempre soube que a mesma seria responsável por proezas incríveis quando a hora chegasse e finalmente tal ocasião estava prestes a acontecer.

- Irei me esforçar! peço permissão para descer a terra dos humanos... Existe algo que me induz à começar a procurar lá. - Perguntou a querubim.

- Vá porém tome cuidado com tudo que a escuridão guarda, não esqueçamos que suas forças estão limitadas. - Respondeu Lumiel.

- Obrigada Senhor. respondeu a jovem.

Com um sorriso em seu rosto Helena agradeceu pelas palavras do anjo que ali estava e caminhou até o lado de fora da fortaleza. Em seguida rumou ao leste onde os penhascos da imensidão a aguardavam, ali a mesma levantou vôo e se jogou da imensidão em direção ao mundo dos humanos buscando por respostas.

E então desceu ela como uma estrela em chamas que foram enfim apagadas assim que atravessou a barreira invisível que divide os planos físico e imaterial. Assim que atravessou uma singela luz se formou ao redor de sua essência, a mesma foi tragada para um aglomerado de carne que ao fim do evento se transformou em um corpo humano, um avatar para que pudesse interagir normalmente para com o plano físico.

As asas brancas que possuía agora haviam se juntado a carne e sua aureola havia se transformado em um reforçado colar de aço angelical, o coração do corpo começou a bater e um longo suspiro rouco se formou. A mesma então foi bombardeada pelas primeiras emoções e sentimentos que os humanos normalmente teriam em sua vida. Helena já havia passado por isto outras vezes porém o processo era deveras desgastante para qualquer ser espiritual.

Já era noite quando chegou, havia pousado no alto de um prédio na região humana chamada de Londres pelos locais. Seu corpo estava frio e nu. Ela então desceu as escadas que encontrará ao adentrar a edificação e ao chegar ao térreo encontrou inúmeras roupas enfileiradas, se tratava de uma loja.

- Ora! Isso me parece providencial...

A mesma escolheu algumas peças e rapidamente se vestiu, com isso o frio da noite se tornou menor e a mesma achou uma saída de emergência para fora do lugar. Em seguida calmamente começou a caminhar livremente pelas ruas, tentava se misturar aos humanos que ali trafegavam. Em sua experiência com a casta protetora dos Ofanins havia aprendido a interagir com os humanos.

Porém desde então havia sido acolhida pela casta guerreira dos querubins, e por seguir tao família sua essência havia se moldado aos padrões da casta. Sua força, velocidade e raciocínio eram superiores ao de qualquer mortal mas seu corpo encontrava-se fraco. Não só por ter aparentemente acabado de nascer como também por inúmeras restrições místicas dadas aos celestiais pelo arcanjo da verdade, não queria ele que seus irmãos interferissem na forma natural de vida dos seres humanos.

Helena então voltou sua visão a além do plano físico através do véu da existência e notou que inúmeras entidades atuavam na área, umas inofensivas e singelas e outras ofensivas e perigosas, deveria se manter em alerta para qualquer eventual problema que pudesse ter.

Por fim a mesma se concentrou e continuou a seguir seu interior em busca das misteriosas respostas que havia vindo buscar naquele lugar.