Os Enviados Do Destino (Pausado)

Capitulo 2

"As engrenagens do destino se completam"

Ambos Alone e Helena haviam chegado a terra porém em lugares diferentes. A inquietação em seus corações agora tornaram-se ainda maior, era de fato uma aventura para eles que haviam ficado anos enclausurados em seus respectivos reinos. O mundo dos humanos sempre havia sido um lugar onde sonhavam em se desprender das correntes que os prendiam e aparentemente seus desejos podiam estar próximos de serem concretizados.

O vampiro notou que diversas criaturas das trevas preenchiam as sombras a procura de almas frescas para se alimentar, e se encheu de odio ao ver um deles atacar um morador de rua que repousava em um beco escuro. Seu corpo podia ter sofrido uma drástica mudança, sua frieza e arrogância podiam lhe tornar um ser dissimulado porém sua mente ainda se assemelhava a de um humano normal e aquele ato egoísta e brutal fez seu sangue ferver.

Ao ouvir os gritos do homem, Helena que já estava próxima do local se apressou e sem pensar duas vezes adentrou o beco e com dificuldade desprendeu suas asas de seu avatar físico. Tal ato só foi possivel porque o tecido da realidade na área em que estavam era deveras fino, e tal situação também ajudava ao espírito sombrio a atuar com liberdade no plano carnal para atacar suas vitimas. E então em uma tentativa de afugentar a entidade a querubim ergueu sua aura e abriu as asas de forma imponente.

Ao olhar para a frente com mais atenção notou ela que o espírito a frente não era normal, e não seria facilmente intimidado, pelas características corporais e sua aura intensa era de fato um Naberius, uma fera infernal que vagava pela noite. A mesma sem delongas desviou sua atenção para o anjo e investiu contra ele em uma tentativa de lhe morder as pernas.

Ao longe testemunhando o ataque da fera, Alone havia colocado o pé direito a frente para se impulsionar em direção ao beco onde tudo ocorria, porém foi interrompido por um aglomerado de sombras que se formou a sua frente impedindo sua passagem. Dali longos cabelos negros surgiram e uma entidade extremamente magra, com a pele acinzentada e olhos negros profundos se apresentou.

- Eu não daria nem mais um passo se fosse você meu caro... - Disse o mesmo com sua voz rouca e pausada.

O vampiro então fechou os punhos e se manteve alerta ao perigo, pensava ele já ter visto tal entidade em algum lugar porém não conseguia se lembrar. Em uma nova tentativa de avanço foi novamente parado pelas sombras que tomaram sua frente.

- Quem é você e porque está em meu caminho? - Perguntou o vampiro.

- Ora... Não se lembra de mim? Meu nome é Morgur e estou eternamente ao seu dispor. Digamos que sou um amigo, e um amigo deveras preocupado com a atitude que estava prestes a tomar...

- Amigo? Jamais em minha vida lhe vi, e preocupado comigo? A garota lá em baixo é que necessita de preocupação, conheço aquela fera, se trata de um Naberius feroz.

- Deixe que a fera retalhe seu corpo e consuma sua alma! Será uma vingança tão bela que me faria suspirar...

O vampiro que ficará furioso com as palavras que ouvirá se lançou contra Morgur e tentou atacá-lo ferozmente, mas a cada golpe desferido a área atingida era automaticamente transformada em sombras. O ser então fez com que Alone recuasse e por fim apontou o indicador direito para a querubim que ainda lutava.

- Olhe bem para ela Vans! Constate agora a sua ruína, ela lhe trará a morte e a destruição se for até lá, é o último aviso que lhe dou. Você deveria dar meia volta e retornar para casa.

O ser enfim se pôs de lado deixando o caminho finalmente livre, o vampiro por sua vez caminhou novamente até o parapeito e fitou os olhos escuros de Morgur pela ultima vez antes de partir do lugar de onde se encontravam.