Darkside

Maybe

43
Blake Olson
New York, NY

— Como assim você não quer? — Justin pergunta um pouco incrédulo.

— Quais são as possibilidades de isso dar certo? — Suspiro. — Não seria perda de tempo tentarmos uma coisa que nós dois sabemos que não vai dar certo?

Ele abre a boca para me responder mas volta a fechá-la, travando o maxilar.

— Entra no carro.

— O dia de hoje rendeu, eu vou pra casa.

— Não, você vai comigo pra mansão e nós vamos conversar sobre essa merda quando eu der um jeito nisso. — Ele gesticula para o seu ferimento.

Assinto com a cabeça por me lembrar que é inútil tentar discutir com ele e entro no carro antes dele.

O caminho até a mansão foi feito com os caras conversando com Justin sobre o que aconteceu, ele não parecia tão preocupado com o ferimento em sua barriga. Quando chegamos, Claire se apressa em ajudar Justin com seu machucado. Pelo que eu consegui entender, ela é formada em enfermagem ou alguma coisa desse tipo.

Estamos todos no quarto de Justin agora, Claire já está cobrindo o ferimento com um curativo enquanto ouvimos a conversa.

— Vou atrás de quem atirou em você. — Brad diz, rodando a chave do carro em seu dedo.

— Pra que perder tempo com esses pivetes do Harlem? — Claire revira os olhos.

— Foda-se se vamos perder tempo, ninguém atira em mim e sai ileso. — Justin rosna, tendo o seu abdômen enfaixado.

— Então, eu já posso ir? — Brad se mostra animado, com um sorriso divertido nos lábios.

— Sim, mas não faça muita sujeira no galpão. — Brad assente para as palavras de Justin, saindo do quarto logo em seguida.

— Claire — James pigarreia quando a loira termina de fazer o curativo. — Vamos dar o fora?

— Por quê? — Ela se fez de desentendida.

— Anda logo. — James revira os olhos e caminha em direção a porta. Ele está estranho desde que achamos Justin e os dois trocaram algumas palavras a sós, é como se ele estivesse incomodado com alguma coisa.

Claire me lança um olhar fulminante antes de seguir James para fora do quarto, fechando a porta. Me mantenho encostada na parede de braços cruzados e mantendo uma distância considerável de Justin, que está sentado na cama.

— Não temos mais nada para conversar, não acha? — Murmuro.

— Como não? Porra, eu te pedi em namoro e você me negou. Qual é a porra do problema que temos aqui? Não era o que você queria?

— Talvez seja o que eu queira mas não sei se vale a pena. — Digo. — Você já me destruiu várias vezes, por que eu namoraria você? Sem contar que as chances de isso dar certo são mínimas.

— Eu quero fazer isso dar certo. — Ele me cala com as palavras, ele levanta com certa dificuldade e caminha até mim, parando na minha frente. — Não posso mudar o que já fiz pra você mas posso suprir as coisas ruins com algumas boas. Tem algo em você que me faz querer isso, então eu acredito que isso pode dar certo.

Justin descruza meus braços para juntar nossos corpos, ele faz uma careta quando seu ferimento é pressionado mas tenta disfarçar. Seus lábios vão de encontro aos meus e nós começamos um beijo, mesmo que eu estivesse um pouco relutante no início. É um beijo diferente de todos os que já demos, acho que Justin nunca me beijou com tanta intensidade quanto agora. O frio na barriga volta a aparecer, entregando que eu sou apenas uma idiota apaixonada por quem não deveria.