06
Blake Olson
New York, NYPego o meu passe para o banheiro com o professor antes de deixar a sala. Não é como se eu realmente precisasse ir ao banheiro mas se eu continuar na sala ouvindo o professor falando vou acabar dormindo e ganhando detenção. Os corredores estão vazios, estão todos nas aulas agora com exceção dos sortudos que estão tendo aula vaga, mas normalmente eles ficam no pátio.
Quando eu vou virar o corredor o meu corpo colide contra alguém e eu me seguro na pessoa para não ir de encontro ao chão, olho para cima e vejo Justin me olhando com um sorriso divertido brincando em seus lábios. Firmo o meu pé no chão e afasto rapidamente o meu corpo do dele, quando eu faço a menção de voltar a andar ele segura em meu braço me fazendo parar no mesmo lugar. Olho para ele e em seguida para a sua mão, indicando que quero que ele me largue mas ele simplesmente ignora.
— Você é, sem dúvidas, a pessoa mais desastrada que eu já conheci. — Reviro os meus olhos puxando o meu braço de sua mão o fazendo soltá-lo.
— Sim, já ouvi isso de muitas pessoas. — Tento me afastar novamente mas ele segura meu braço mais uma vez, me fazendo voltar para o mesmo lugar de antes e eu bufo impaciente. — O que você quer de mim?
— Fique quieta. — Ele murmura e me puxa para me esconder atrás de uma parede junto com ele, eu não entendo o motivo de tudo isso até que eu escuto algumas vozes ecoando pelo corredor e Justin parece atento nelas.
— Peter não vai descansar até que a gente ache quem ele está procurando. — Uma voz masculina diz.
— Mas não tem ninguém aqui, nós estamos perdendo o nosso tempo. — Uma outra voz masculina diz em um tom nervoso. — Tem várias outras escolas em Nova York, nós não a achamos aqui então vamos procurar em outra ao invés de perdermos tempo batendo na mesma tecla. — As vozes vão ficando distantes até que fiquem inaudíveis.
— Por favor, me diga que ao ouvir isso eu não estou automaticamente metida em mais problemas. — Resmungo assim que ele sai de trás da parede encarando o corredor agora vazio.
— Na verdade não. Isso não foi tão revelador. — Ele diz sem olhar para mim. — Não para você que não sabe nada sobre isso.
— Ótimo. — Suspiro. — Eu vou voltar para a aula antes que eu escute demais e me afunde mais ainda nessa confusão.
— Blake. — Ele me chama assim que eu viro de costas pronta para começar a andar para longe. Olho para trás e agora ele me encara, arqueio uma sobrancelha para que ele diga logo o que quer. — Você esqueceu isso no meu quarto. — Justin retira do bolso da sua calça jeans a minha pulseira favorita, olho para o meu pulso e é quando eu noto que estou sem ela.
Essa pulseira é a única lembrança que eu tenho do meu pai. Segundo a minha mãe, ele me deu ela assim que eu nasci. Eu não tenho nenhuma lembrança dele, ele morreu três dias depois do meu nascimento e essa pulseira é a única coisa que, de certa forma, me liga a ele. Minha mãe não tem fotografias do meu pai então eu fico apenas com a minha imaginação baseadas nas histórias que minha mãe me conta.
— Obrigada. — Pego a pulseira de sua mão e eu me arrepio quando minha pele quente encosta em sua pele gelada.
Ele dá as costas para mim e começa a andar para longe, sem olhar para trás nem uma vez. Suspiro antes de voltar a fazer o meu caminho para a minha sala de aula, me preparando psicologicamente durante o caminho para ouvir o professor falar mais sobre a história americana.
Justin Bieber
New York, NY— Pegou a grana? — Brad pergunta quando eu me aproximo dele, que está encostado no carro, e eu mostro para ele o saco de papel na minha mão que está cheio de dinheiro. — Ótimo, vamos dar o fora daqui. Odeio essa parte da cidade.
Depois de sair do colégio eu vim até aqui com Brad resolver algumas coisas relacionadas aos nossos negócios, apenas cobrar o que nos pertence. Estamos na parte mais perigosa da cidade, principalmente para quem faz parte de alguma gangue porque se você entrar em um beco errado, que seja território de outra gangue, você morre antes que possa piscar duas vezes.
— Aquela não é a Blake? — Brad diz se desencostando do carro, olho na mesma direção que ele e vejo a garota de cabelos castanhos andando pelas ruas olhando ao seu redor com se estivesse perdida.
— O que ela faz aqui? Ela mora bem longe daqui. — Alguns caras que provavelmente pertencem a alguma gangue da região já estão encarando ela. — Vamos embora logo, tenho coisas mais importantes pra fazer.
— Não podemos deixar ela aqui, cara. — Reviro os olhos quando Brad começa a caminhar na direção da garota e eu vou atrás. — Blake. — Ela olha na nossa direção, meio assustada no início mas não nos impede de nos aproximarmos.
— Você sabe que estava quase sendo morta aqui, não é? — Ela abraça os seus próprios braços, provavelmente por causa do frio, e olha ao seu redor.
— Sim, eu notei. — Blake volta a olhar para nós dois. — Eu tive que pegar um ônibus para voltar pra casa e acabei dormindo, o ponto final do ônibus era aqui então aqui estou eu.
— Você precisa ter mais cuidado, linda. — Brad diz colocando o braço em volta do ombro de Blake, a puxando para mais perto dele. — Nós vamos te dar uma carona.
— Não, nós não vamos. — Digo rapidamente.
— Sim, nós vamos. — Brad sorri e começa a guiá-la para o carro estacionado.
Respiro fundo para não dar um soco na cara de Brad e retiro do bolso da minha calça um maço de cigarros e um isqueiro. Coloco um cigarro entre os lábios e o acendo, sentindo meus músculos relaxarem quando dou a primeira tragada. Acho que vou precisar de todo o maço se eu quiser ficar dentro de um carro com Brad dando em cima de Blake e ela sendo extremamente irritante sem usar a minha arma.
Sento no banco de motorista depois de ter uma pequena discussão com Brad sobre quem iria dirigir o carro, que eu ganhei como sempre. Blake entra no banco de trás e, por mais surreal que isso seja, ela permanece quieta. Eu não conheço muito bem esse lado da cidade mas acho que consigo me virar bem para achar o caminho de casa sem entrar em território rival.
Brad conversa com Blake o tempo todo, a forma como ela ri de toda merda que ele fala e parece estar flertando com ele também me irrita. Eu estou dirigindo em alta velocidade agora, um Bugatti não foi feito para andar devagar. Brad parece distraído olhando para fora da janela agora, ele e Blake finalmente cansaram de me irritar com a conversa deles. O som de vidro se quebrando e um grito feminino, provavelmente de Blake, ecoa pelo carro e eu tento não perder a direção por causa do susto. Merda! Eu entrei em território rival.
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Darkside
FanfictionQuando se testemunha um crime, em uma rua tão escura quanto a mente do assassino, você vê sua vida passar diante dos seus olhos. Você pode correr o mais rápido que pode mas o perigo vai te perseguir e virar sua vida de cabeça para baixo. Mas a única...