A primeira morte

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Já eram muitos cortes, alguns superficiais, como cortes de papel, outros porém, eram profundos, e escorriam sangue, mas, rodrigo, Já entorpecido pela dor dos cortes desferidos, já não os sentia mais.
O sangue manchava os lençóis, antes, impecavelmente brancos.
Rodrigo pediu então, que suas mãos, que estavam presas com algemas, fossem soltas, e, não sem um pouco de hesitação, seu pedido foi concedido. E então, sem olhar no rosto de seu agressor, que sorria sadicamente, disse que já chegava, que ele deveria ir embora.
Quando então, conseguiu alcançar suas roupas, que se mancharam com o sangue que escorria de suas mãos, foi jogado de volta a cama com uma força súbita, que de muito se contrastava com a delicadeza anterior.
E então, como num flash, rodrigo viu o brilho de uma faca, muito maior que as outras, vindo em sua direção, rolou pro lado, e olhou pra faca, que enterrou-se na cama, e por um momento, se distraiu com aquela visão, e se deu ao luxo de parar, e piscar perplexo para o cabo da faca que estava na cama.
Aproveitando o então momento de distração, o agressor pegou outra faca, pouco menor que a outra, mas igualmente afiada, e, sem aviso prévio, enterrou-a no peito de sua vítima.
Impelido pela dor excruciante, rodrigo direcionou seus olhos para o agressor, e, pela primeira vez naquela noite, reconheceu o rosto de seu assassino.
E assim, no dia 24 de Outubro, as 03:46 da manhã, a primeira morte se sucedeu...

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