Voltando para casa

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Eram quase oito horas da noite quando o avião tocou o solo em Porto Alegre, eu havia chegado no Brasil as 4 horas da tarde, horário local, mas não havia voo para o sul naquele horário sendo assim tive que esperar até as 6:30 da tarde por um voo para cá.

Saio do aeroporto e pego um táxi direto para o apartamento que mantemos aqui na capital, uma vez que fazíamos viagens frequentes para cá, pago o táxi e entro em casa. Não fico muito dentro dela, apenas tempo suficiente para tomar um novo banho e jantar, em seguida visto minha roupa de motociclismo, coloco as botas, as prendendo na roupa desço para a garagem com as chaves na mão.

A mochila de viagem foi substituída por uma especifica para motociclismo. Uma vez na garagem, coloco o capuz no rosto, fecho a jaqueta e coloco o capacete, logo a moto esta em movimento e eu indo para a fazenda.

Cinco horas e 435 km depois eu finalmente posso ver a entrada da fazenda. Sei que duas e meia da manhã não é o melhor horário para chegar, ainda mais sem avisar, mas aqui na fazenda sempre tem alguém acordado, e dessa vez não é diferente, enquanto me aproximo da casa posso ver uma figura sentada em uma cadeira na varanda.

Ao ver a moto se aproximando a essa hora da noite a figura se levantou e ficou em posição de vigilância. Estacionei a moto e fui correndo abraçar a pessoa, ainda com o capacete.

Pulei nos braços de Joaquim, que me segurou como se eu fosse de papel.

-Pai que saudade. Disse eu enquanto abraçava ele ainda mais forte

-Oi meu amor. Que faz aqui a essa hora?

-Desculpe vir assim pai, mas não dava pra continuar lá, o Stark tava sempre me infernizando e querendo me controlar.

-Calma filha, vamos entrar, vou fazer um chocolate quente para nós e você vai me contar essa história completa está bem?

-Claro pai.

-Ótimo. Agora tira o capacete amor.

Envergonhada por ter esquecido o capacete, o tirei e coloquei sobre o sofá da sala enquanto seguia meu pai para a cozinha.

Enquanto isso em OA Planeta dos Lanternas Verdes

-Não entendo porque não posso voltar para casa Guardiões, os senhores disseram que estou pronto.

-Não significa que pode deixar OA assim. Já existe um Lanterna Verde naquele perímetro, não há necessidade de mais um.

-Claro né até porque ele tem feito um ótimo trabalho. Não foi ele que deixou acontecer uma invasão Lumax em Sierra 3 apenas porque estava de cabeça cheia para pensar em salvar Sierra 3? Mas é claro que isso não importa não é mesmo? Ele salvou a pele de vocês uma vez e virou o santo perante a vocês. Houve mais de dez mil mortes em Sierra por causa da irresponsabilidade dele.

-Já chega Lanterna Bryan.

-Quer saber já chega sim. Eu to fora, desisto. Quero voltar para casa e se para isso tenho que abrir mão do meu anel, eu faço isso.

-Não pode fazer isso seu tolo.

-Posso sim. É o seguinte,ou me mandam para o quadrante da Terra ou eu deixo a tropa dos Lanternas Verde. A escolha é de vocês.

Eles se entreolham, até que um dos Guardiões diz.

-Esta bem, você vai ser enviado para o quadrante da Terra. Vá arrumar suas coisas. Contente saio da sala e vou para meu alojamento.

Dois dias depois aqui estou eu, prestes a ir para a Terra de maneira definitiva. Quando o Lanterna Verde da Liga da Justiça me chamou meses atrás porque minha irmã havia estava com problemas, foi a primeira vez nesses três anos que fui escolhido como Lanterna Verde, que me perguntei se havia feito a escolha certa.

Acho que vocês já sabem como fui escolhido para esse posto então não vou explicar de novo, mas vou dizer o que me levou a aceitar deixar tudo para trás e vir para OA.

Minha mãe me abandonou e a meu pai quando eu ainda era um bebê, meu pai largou a carreira dele para se dedicar a mim. Quando eu tinha quatro anos meu pai se casou com Isa, sua melhor amiga, ela estava grávida e meu pai assumiu a filha dela, uma vez que o pai biológico era um idiota. Palavras deles e não minha.

Depois disso foi a primeira vez que tive uma mãe para cuidar de mim, e me apeguei muito a ela, inclusive eu a chamo de mãe. Quando eu tinha dez anos, eles me contaram a verdade sobre a origem alien de Isa e da Mika.

Nessa época Mika e eu já éramos muito ligados,mas então os poderes dela se manifestaram e ela começou a passar os dias da semana com o avô dela, mas sempre vinha me visitar nos fins de semana, ela nunca me abandonou.

Conforme fui crescendo eu percebi uma coisa, todos ali eram especiais, meu pai era ex fuzileiro naval um herói de guerra, minha mãe era chefe de uma agente secreta que comandava um setor muito importante, ela evitava guerras. Mikaela então, era a bonequinha da casa, minha inclusive, ela era a mais poderosa de todos nós.

E tinha eu. Eu não era especial, tirava boas notas, não brigava,era querido por todos, mas eu não fazia nada de mais, apenas existia. Quando fui aceito em Harvard, foi o ponto alto da minha vida, mas para mim, que era cercado de pessoas poderosas, heróis de guerra, isso ainda era pouco.

Logo depois Hal Jordan me escolheu como seu substituto, para mim aquela era a chance de provar que eu também poderia ser um herói. Eu não deixei todos por um motivo fútil, eu apenas queria ser como eles, eu queria ser uma coisa a mais. Mas sinceramente não sei se fiz a escolha certa.

Tá eu salvo milhares de vidas com meus poderes,mas se fiz a coisa certa,porque o olhar magoado que recebi de Mika me machucou tanto?

Mika

Contei tudo para meu pai Joaquim,desde o momento que coloquei meus pés em NY,até o momento que cheguei na fazenda, ele aceitou numa boa, mas disse que todos deviam estar preocupados.

-Pai, meu amigos devem estar sim, mas vou ligar para eles amanhã, já o Stark duvido muito,ele deve estar dando graças que saí de lá.

-Não acho que essa seja a verdade mas falamos disso amanhã. Vou dormir. Boa noite querida.

-Boa noite pai, também já vou dormir só vou tomar mais uma xícara de chocolate.

Ele sorriu,deu um beijo na minha testa e subiu para o quarto,eu peguei meu chocolate e subi para o quarto também, me deitei mas apaguei logo em seguida, a xícara pela metade.

Filha de um Vingador  Herdeira da JustiçaOnde histórias criam vida. Descubra agora