Capítulo 8

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Falta apenas algumas horas para o casamento e eu ainda não sei como que os meus pulmões ainda estão funcionando. Estou dando voltas no meu quarto e respirando tão profundamente que temo ter uma crise de ansiedade.

Nunca me senti assim, mas essa situação é caótica e eu ainda não sei se mandar aquela mensagem foi a coisa da qual mais me arrependo ou se ela é o meu passe para algo além de uma simples amizade.

Ando até a sacada e bebo um pouco da água que está no copo. Não há mais nada que posso fazer agora. Já apertei aquela droga de botão e agora, não tem como voltar atrás. Ela viu ou não viu e a única coisa que consigo pensar fazer é me vestir e dormir o percurso até o local do casamento.

Então é isso o que eu faço. Abro o meu armário e pego o par de roupas que comprei alguns dias atrás. As minhas mãos estão um pouco trêmulas e eu nunca admitiria que estou tão nervoso quanto estou.

Sinto as palmas das minhas mãos suando e tento respirar um pouco pra tentar fazer com que todo esse nervosismo suma. Mas ele não some.

Quando o assunto é a mulher loira que me leva à loucura, os efeitos colaterais nunca desaparecem.

Papai, mamãe e o resto da família já saiu de casa e eu mentalmente agradeço por isso. Olho para o meu reflexo no espelho e rezo para que a pessoa que está me olhando de volta para mim não faça nada pra estragar a única chance de felicidade que eu tenho nesse planeta azul que circula por um globo de fogo.

Termino de me arrumar e vejo que falta mais uma hora e meia para a hora do casamento. Decido ficar em casa por mais uma hora pra me acalmar, porque ninguém merece me ver nesse estado agonizante. Tento assistir TV, comer alguma coisa e até tocar piano, mas a única coisa que consigo tocar é All I Want pela banda Kodaline, então eu apenas paro.

Quando uma hora finalmente passa, tento pensar em algo que poderia desculpar um atraso, mas percebo no quanto essa ideia é estúpida. Então eu apenas entro no carro e começo a dirigir e por um instante, me pergunto se obras de arte que nem ela são realmente tão raros nesse mundo.

Chego no local e desligo o carro, mas permaneço nele por alguns minutos. Solto uma respiração profunda e saio do carro. Ao me aproximar, percebo que há centenas de pessoas presentes e eu pareço ser um desastre no meio delas. Tento achar o Aiden no meio daquela gente toda, mas não acho, então apenas sento na mesa e espero algo acontecer. Mas nada acontece. Meia hora depois, as pessoas começam a sentar nas cadeiras para esperar a cerimônia começar e é isso o que eu faço.

Vejo que mamãe e papai estão sentando alguma fileiras atrás de mim, mas não me incomodo em ir até lá, porque sei que a mamãe vai me brigar por chegar o que ela chamaria de fora de horário. O padre anuncia que a cerimônia vai começar e todos se aquietam. Algumas menininhas aparecem andando pelo tapete vermelho e soltando flores por onde andavam. Um fotógrafo captura todos os momentos e eu me pego escaneando pelo local para ver se acho ela. Volto a minha atenção para o casamento e vejo o noivo sorrindo que nem um tolo.

Alguns minutos depois, Isabella aparece. Ela está deslumbrante e se parece um pouco com sua irmã. O vestido dela é longo e elegante e do canto do olho, vejo o noivo chorando discretamente.
É óbvio que ele tenta engolir as lágrimas, mas a cada minuto que passa, mais ele perde a força para fazer isso. O padre começa a falar e eu me encontro procurando por ela de novo. Não consigo achar ela, então foco a atenção de volta ao casamento.

Uma hora depois, a cerimônia chega ao fim. As pessoas caminham em direção às mesas onde o jantar será servido e mesmo assim, não estou encontrando ela. Pergunto a mãe dela se ela viu a filha em algum lugar e ela sorri e diz que ela está na cozinha. Eu a agradeço e ela me fala que eu cresci bastante e que a Stephanie falava sobre mim quando eu fui para Boston quatro anos atrás.

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