Capítulo 11

51 2 21
                                    

Depois de algumas horas de viagem, finalmente chegamos à San Francisco.

A viagem toda, Nash me encheu o saco. Ficava implicando, colocava músicas horríveis, bagunçava meu cabelo, falava coisas absurdas e contava piadas totalmente sem graça.

Mas eu não posso negar, eu me diverti muito.

Nash era o tipo de pessoa que você não consegue ficar muito tempo sem falar, ele era incrível. Quando não falava ou fazia merdas, sempre achava um assunto interessante e nós tínhamos muita coisa em comum.

Depois de muito insistir, ele havia me dito como descobriu que rosas amarelas são minhas flores favoritas e que meu restaurante preferido é um francês.

Ele tinha perguntado a Carter se ele conhecia Annie.

Carter conheceu Annie pela internet, quando eu estava falando com ela pela webcam, eles se deram tão bem que Annie me deixou de lado naquele dia.

Carter então deu o número de Annie para Nash e ele ligou para minha irmã. Fiquei um tanto surpresa pela sua atitude.

Annie era como minha mãe, me criou desde que meus pais morreram no acidente de carro, na época eu tinha quatorze anos e ela dezoito.

Nash disse que adorou o modo meio louco e maduro dela de ser.

- Ainda não acredito que você me trouxe em um restaurante seis horas de distância da nossa casa. - Eu disse retocando a maquiagem no espelhinho dentro do carro.

- Uma coisa que você vai aprender convivendo comigo boneca, eu sempre tenho uma surpresa. - Ele disse com um sorriso no canto dos lábios. Saiu do carro e deu a volta para abrir a porta para mim.

Nash botou a mão direita na minha cintura e nós entramos no Le Cinq.

Aquele lugar continuava o mesmo. Sua cor verde escuro e vermelho sangue ainda estavam nas paredes, a luz que sempre foi fraca, fazendo o lugar ficar mais confortável, as mesas com toalhas de cores diferentes estavam espalhadas por todo o lado e casais e famílias jantando. Percebi Nash falando com uma mulher, porém não prestei muita atenção, estava olhando o meu restaurante preferido tendo lembranças de todas as vezes que estive ali.

Ele me guiou até a mesa perto da janela que dava visão a rua, observei a cor da toalha, era azul, e o pequeno arranjo com apenas uma flor, uma rosa amarela.

Olhei aquele par de olhos azuis que me encarava com total atenção.

- Você pensou em tudo né, eu sempre sentava aqui. Annie também te falou isso?

- Não. Deve ser apenas o destino.- Ele disse e continuou. - Você está linda.

- Eu sei. - Eu disse dando um sorriso de lado. - Você também não está nada mal.

- Eu sei. - Ele disse me devolvendo o sorriso.

Logo alguém veio anotar nossos pedidos. Olhei o cardápio procurando alguma coisa nova ou vendo se tinha meus pratos preferidos.

- Gatinha, é você? - Levantei o olhar para aquela voz muito familiar e automaticamente dei meu maior sorriso.

- Harry! - Eu exclamei levantando e abraçando meu amigo de infância.

Harry é meu amigo desde a escola, quando tínhamos seis anos nos conhecemos, eu caí do balanço e alguns meninos vieram para rir de mim. Harry, me ajudou e tentou bater neles, como eram quatro meninos, ele apanhou, daí nós não nos separamos.

Harry era branquelo, alto e magro, era loiro e seus olhos eram pretos, se assumiu gay aos 16 anos, e foi expulso de casa, passou uns três meses morando na minha casa e depois de um tempo seus pais o quiseram de volta.

Ele não é o caraOnde histórias criam vida. Descubra agora