III- Uma Nova Família

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Durante o trajeto até o restaurante, dona Cristina (minha mãe) animou o carro e lançou as músicas mais legais, segundo ela.

Meu pai se envergonhava com a letra de algumas (a maioria Internacional), mas acabava sorrindo apaixonado para a sua esposa.

Eu admiro tanto o relacionamento dos dois. Com certeza é a minha meta de casal. Eles são tão leves e transmitem o amor apenas pelo olhar. Ambos conseguem distinguir quando algo não está certo com o outro e rapidamente se desdobram para que tudo fique bem para o parceiro.

Fui criada acompanhando o amor deles e dos meus avós. Dona Iolanda era uma eterna apaixonada e fazia questão de demonstrar isso ao meu avô.

Olho para a minha realidade de agora e percebo o quão diferente está. Apesar de não ter mais os meus avós ao meu lado, tenho o carinho e atenção dos meus pais, algo que sempre desejei.

Sorrio de canto e mando um beijo para a minha mãe, que está me admirando.

- Minha bebê está completando dezoito anos. Nesse mesmo dia, há dezoito anos, eu estava surtando com o seu pai e gritando que não teríamos mais filhos. Bom, acabou que se tornou real não é?- pergunta em um tom brincalhão.- Agora será apenas com os meus netinhos.

Meu pai engasga, se assustando com o que a minha mãe diz e nós duas caímos na risada.

- Não inventa moda, Cristina. Vai demorar para vir sequer um namorado, imagina um bebê. Ela é muito nova para essas coisas.

- Ah claro. Nossa filha é uma pura virgem.

Ah não. Esse assunto agora não.

- Óbvio que é.- conclui papai.- Você é virgem né filha?- praticamente suplica após uns segundos e eu gargalho.

- Então pai, eu não sou mais, porém está tudo bem. Relaxa aí.

Meu pai se cala durante todo o trajeto e parece magoado com a minha afirmação.

Minha mãe me olha a cada cinco segundos e prende a risada.

Chegamos no restaurante e parece que o senhor Alejandro digeriu a notícia, pois o mesmo já está me abraçando e me levando até o meu restaurante italiano favorito.

Sentamos na mesa reservada e fizemos os nossos pedidos. Assim que o garçom sai, meus olhos caem em um homem maravilhoso que está na nossa diagonal, de costas para os meus pais. O mesmo está me encarando e sorri levemente, de lado, ficando todo charmoso e chamando a minha atenção.

Senhor amado! Que homem gato é esse? Seus olhos são verdes esmeraldas e o cabelo é castanho médio, penteado em um topete maravilhoso.

Discretamente eu sorrio de volta e ele aumenta o seu sorriso, negando levemente. Desvio o olhar dele e foco em meus pais. Minha mãe parece notar a troca de olhares, por isso sorri boba e faz um joinha discreto.

Almoçamos tranquilamente, com esse gato ainda me olhando. Decido ir ao banheiro e saio dali, levando a minha bolsa para retocar a maquiagem.

Passo por uma salinha de repouso e então chego ao banheiro. Dou uma ajeitada na roupa, maquiagem e limpo qualquer alimento do dente. Vai que eu sorrio para aquela beldade e tem restos de comida. Aff

Assim que saio do banheiro sinto mãos segurarem minha cintura fortemente.

Assusto-me, mas sorrio ao ver quem está aqui.

Continua
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