Amarelo e azul

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O céu estava pesado, parecia que cairia uma tempestade a qualquer momento. Eu estava confuso e agoniado, me belisquei para saber se estava sonhando mas a dor que senti foi totalmente real. As nuvens cinzentas eram amedrontadoras.
Caminhei sem direção certa e desorientado, imaginei ser um lugar sem fim, que se estenderia a quilômetros e eu nunca mais voltaria para meu lar.
  Desesperado corri gritando por ajuda.

"Tem alguém aqui?!"

" Por favor, responda! Onde estou?"

Andei entristecido e já desanimado de encontrar qualquer pessoa que pudesse me ajudar, por mais meia hora.  E por sorte, ou destino, decidi mudar minha rota para a direita onde as árvores se apertavam mais. Adentrei o que parecia uma vasta floresta. E para meu espanto havia há apenas alguns passos de mim uma torre enorme, meio escondida pela quantidade de árvores grandes e altas que haviam ali.
Curioso como sou, apertei o passo em direção a ela. Senti alguma coisa dentro de mim se agitando, me chamando, assim que a vi rasgando as nuvens em meio ao alto matagal.

Minhas costas já pinicavam, meus pés ardiam e meus braços coçavam por conta das folhas e a bendita torre parecia se afastar cada vez mais de mim. O que antes parecia uma caminhada de segundos se tornou uma eternidade. Em meu relógio de pulso marcavam 12h. Poderia jurar que estava andando há mais de uma hora. Olhei para os lados e a paisagem não mudava. O cansaço me tomou e parei. Um arrepio me atingiu da cabeça aos pés e senti como se um dejá - vu me aprisionasse. Dei alguns passos para trás, olhando para os lados e me aproximei devagar de uma rocha grande, que se assemelhava muito a uma cabeça humana. Embaixo dela havia uma luminosidade branca estranha, como se estivesse saindo de dentro da própria pedra. Me abaixei cuidadosamente, já sabendo o que encontraria. Não faço a mínima ideia de como, mas eu já havia vivido aquilo antes.
Encostei meu rosto no chão e olhei embaixo da pedra. E um objeto enorme estava ali, brilhava com uma intensidade anormal, era a única coisa que parecia ter cor naquele lugar abandonado.
Como eu poderia ter passado sem vê-la? No chão havia uma grande e majestosa espada prateada. O punhal era repleto de minúsculas pedras brilhantes, nas cores amarelas​ e azuis. Sua lâmina parecia tão afiada que tive medo de toca-la. Peguei sem jeito e senti o quão pesada era.
Cada detalhe me surpreendeu. Eu nunca havia visto uma espada antes, apenas em filmes medievais. E além disso, aquela parecia viva... Quase mágica! Observei em volta à procura de algum sinal de vida e como já imaginava, não havia ninguém por perto. Apenas árvores. Tantas que cobriam minha visão para além da torre.

Prossegui receoso e ao mesmo tempo curioso, em direção à construção antiga. E em minhas​ mãos segurava a espada misteriosa.

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