Capítulo 9

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What would i do without your smart mouth

Drawing me in, and you kicking me out

Got my head spinning, no kidding, i can’t pin you down

What’s going on in that beautiful mind?

I’m on your magical mystery ride

And i’m so dizzy, don’t know what hit me, but i’ll be alright

- John Legend, "All Of Me."

— Eu fiquei sabendo por uma garota da minha aula de história, que vai ter uma festa na KZB amanhã a noite. Nós vamos!

Renna estava sentada na sua cama pintando as unhas dos pés de rosa bebê, se concentrando para não borrar. A expressão no seu rosto era a mesma que um médico usaria quando estivesse fazendo uma cirurgia de risco.

— Quem seria esse "nós" por acaso?

— Ora, quem mais poderia ser? Eu, você, Al e June, é claro. — eu podia praticamente ouvir Renna revirando os olhos.

Encaixei meus pés para debaixo de mim na poltrona que eu estava sentada e abri o livro no meu colo. O cheiro familiar das páginas amareladas era reconfortante, me fazendo lembrar dos meus tempos em casa. Eu gostaria de ter trazido todos os meus livros quando me mudei mas não deu, não teria espaço para eles e o lugar deles eram na minha casa mesmo. Tive que me contentar em trazer apenas alguns, os mais antigos e os que eu mais gostava. Eles eram uma forma de me conectar com a minha mãe, eles eram a sua paixão e lendo os que eram dela fazia com que de alguma forma eu me sentisse mais perto dela.

— Ren, eu não estou muito afim de ir não. Não acho que eu vou gostar.

Ela me olhou cética.

— Como você sabe que não vai gostar se você nunca foi em uma festa desse tipo?

Bem, ela tinha um ponto. No nosso tempo de colégio nós nunca fomos muito para festas, e as que fomos eram as mais sem graça possíveis.

Dei de ombros decidindo mudar de tática.

— Eu estou cheia de tarefas para fazer, e além do mais eu não acho que é certo ir para alguma festa justo na sua primeira semana de aula.

Renna me olhou como se eu pertencesse ao espaço exterior.

— Por favor, de onde você tirou isso? Não existe tempo certo pra ir para uma festa, você simplesmente vai! — ela levantou-se da cama, já satisfeita com o resultado, e guardou o esmalte na sua maleta em cima da cômoda. — Nós frequentamos a faculdade agora e temos que agir de acordo. Fazer coisas que outros estudantes fazem. Isso significa dançar até não aguentar mais em uma festa de fraternidade qualquer, beber cerveja barata e depois ter uma puta de uma ressaca no outro dia e se perguntar se tudo o que aconteceu foi verdade.

Ela veio até mim e parou na minha frente com as mãos nos quadris e um olhar que dizia "Nós-vamos-nem-que-eu-tenha-que-arrastá-la-pelos-cabelos" no rosto.

— Algo me diz que eu não tenho muita escolha nisso tudo, não é?

Ela sorriu vitoriosa, sabendo que conseguiu o que queria. Revirei os olhos. Ela nem conseguia esconder!

Lhe lancei um olhar acusador. 

— Mas não pense que eu estou feliz com isso, eu não gosto muito dessas coisas e você sabe disso. Eu só concordei porque eu sei que você iria falar pro Al e ele não pouparia esforços até que me convencesse à ir.

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