So here we are, it's going down
Such a sweet talker, turning me around
You ain't gotta look like a movie star
'Cause, boy, you sound so sweet, you can have it all
- Jessie J, "Sweet Talker."
— Belo quarto.
Seus olhos vagueiavam ao redor analisando tudo que encontrava. Me encontrei olhando o quarto também, tentando vê-lo pelos seus olhos.
Não me parecia muito diferente de qualquer outro quarto de faculdade. As paredes eram bege, com uma extremidade de um tom azul-celeste bem claro. As camas dispostas em cantos opostos entre si, mesinhas de cabeceira ao lado de cada uma. Tínhamos também um banheiro que era um grande luxo para estudantes do primeiro ano, e um pequeno closet para completar o quadro, assim como uma cômoda e uma estante para os meus livros. Nada muito original.
Sentei-me na cama, esperando ele terminar de olhar ao seu redor.
Eu ainda não disse nada porque eu tinha certeza que não conseguiria falar. Uma onda de pequenos arrepios se espalharam pela minha pele enquanto eu o observava caminhar pelo quarto. Triste, porém era a verdade que eu nunca estive na cama com outro cara no mesmo cômodo. Bem, não era inteiramente verdade. Meus irmãos e Al tinham estado em meu quarto, mas não era a mesma coisa de agora.
Ele colocou o saco de papel em cima da cômoda e se dirigiu à estante. Seus dedos deslizaram pelas lombadas dos meus livros e eu não podia deixar de reparar no movimento. Por um momento eu fiquei presa, encarando suas mãos. Seus dedos eram longos e elegantes, as unhas lixadas e aparadas, mostrando a pele alguns tons mais escura que a minha. Antes que eu percebesse, um leve rubor estava cobrindo meu rosto.
Oh cara, meus pensamentos estavam indo para o lugar errado, "o lugar pervertido", mas eu não conseguia me conter. Dewayne... ele era lindo de um jeito que parecia impossível, intocável e ele tinha sobrancelhas ótimas. Sério. Mais escuras que seu cabelo ondulado. Naturalmente arqueadas. Penetrantes. Elas eram apenas sobrancelhas, mas eram quentes.
Jesus! O que há de errado comigo?
— Você está com febre?
Levantei minha cabeça e o vi com um livro aberto na mão, me olhando atentamente.
— O quê?
— Você de repente ficou com o rosto vermelho, e como não está calor aqui eu supus que você estava com febre. Então, você está?
Eu esperava que o meu rosto não parecesse tão idiota quanto eu pensava. Ele parecia. Eu sabia que ele parecia.
— Hum… não, eu estou bem.
Ele virou sua cabeça um pouco.
— Yeah, eu não acredito em você. Seu rosto corou de repente e seus olhos estão sem foco.
— Eu estou bem.
Algo profundo e quente brilhava em seus olhos, e eu me perguntava se ele sabia no que eu estava pensando. Oh Deus, eu rezava para um pequeno e gordinho bebê Jesus que ele não soubesse. Seus cílios baixaram, e meus lábios tremeram pelo peso de seu olhar.
Desviei o olhar antes que a mentira estampasse o meu rosto. Eu nunca fui boa em mentir. Will fazia questão de me lembrar disso sempre que eu tentava contar uma para ele.
Ele caminhou até a poltrona que eu estava sentada antes e tomou o meu lugar, os pés esticados na sua frente e cruzados na altura do tornozelo.
— Então, quando você quer fazer o trabalho? Nós temos que nos apressar levando em conta que ele tem que ser entregue daqui a duas semanas.
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Aposta no Amor
RomanceExiste uma aposta melhor do que o amor? Cornelia Mason é uma garota comum. Ela está prestes a ir para faculdade, vai cursar o que sempre gostou. A sua vida não poderia estar sendo melhor. Isso até que ela esbarra em um estranho no shopping. Dewayne...