Capítulo III

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Na manhã seguinte, me dirigia à sala de jantar para o café da manhã.
- Olá Kile
- Oi Kile
Eram Kaden e Osten que provavelmente estavam indo para o mesmo local.
- Olá garotos.
- Estamos indo para a sala de jantar!
- Eu também. Estou com tanta fome.
- Eu também - disse Osten animado - Comeria um banquete inteiro!
- Ah sim - disse para anima los. - Com panquecas de mirtilo.
- Tortas de morango...E...
- Chocolate! - dissemos juntos.
Entramos na sala e Eady já estava no local com Henri e Erik.
Mas um triste silêncio tomou conta deles, enquanto encaravam os lugares vazios de seus pais.
- Osten? - disse Eadlyn rompendo o silêncio.
- Você lembra daquela vez que a mamãe fez panqueca para a gente?
Kaden riu e se virou para contar a história.
- Ela costumava cozinhar bastante quando era jovem e, de vez em quando, fazia comida para nós, só por diversão. A última vez em que ela tentou foi há uns quatro anos, talvez.
Eady sorriu e continuou
- Ela sabia que estava enferrujada, mas queria fazer panquecas de mirtilo. O problema era que ela queria formar estrelas, flores e carinhas com os mirtilos. Mas deixou a massa tanto tempo na frigideira para ajeitar as frutinhas que, na hora de virar, estava tudo queimado.
- Eu lembro sim! Das panquecas crocantes! - disse Osten complementando e todos riram.
- Mas você foi tão chata naquele dia. Não quis provar nenhuma! - disse Kaden acusando Eadlyn.
Ela com vergonha, confirmou.
- Foi instinto de sobrevivência.
- Elas estavam bem gostosas, na verdade. Duras, mas boas - disse Osten dando uma mordida em sua panqueca - Estas são fracas perto delas.
- Meu pai é um péssimo cozinheiro também. Fazemos bastante churrasco e ele sempre diz que deixa tudo "bem tostadinho" - disse Fox sobre o dote culinário de seu pai.
- Na verdade, é tudo queimado né? - perguntou Gunner.
- Exatamente.
- Tem um prato - disse Erik se juntando a conversa - que meus pais costumam fazer um para o outro e é frito. Na última vez que meu pai foi fazer, saiu da cozinha e deixou a comida no fogo. Foi tanta fumaceira que os dois tiveram que mudar de quarto por dois dias enquanto arejavam a casa.
- Vocês têm quarto de hóspedes? - perguntei por curiosidade.
- Não. A sala virou meu quarto. O que era ótimo quando minha mãe acordava às seis e resolvia fazer faxina.
Gunner concordou.
- Por que os pais sempre fazem isso? E sempre naquele único dia que você pode durmir até mais tarde.
- Mas vocês não podem simplesmente pedir para eles não fazerem isso? - perguntou Eadlyn.
- Talvez a senhorita possa, Alteza.
- Por falar nisso, mais alguém aqui esta preocupado em perder e não conseguir se acostumar quando voltar para a casa, depois de ter vivido desse jeito? - disse apontando para a mesa e o ambiente.
- Eu não - disse, e era verdade. Afinal, perdendo ou ganhando acho que estou fadado a viver nesse palácio pelo resto da eternidade.
A conversa estava tão animada e as gargalhadas tão altas que ninguém percebeu a criada que entrará no local, só depois quando Eadlyn e logo depois seus irmãos atravessaram a sala com pressa.
- O que será que aconteceu?
- Não sei, vou verificar agora mesmo.
Então segui até o quarto de meus pais.
- Ela finalmente saiu da sedação, Maxon está com ela agora. Se tudo der certo, América deve ir para o quarto até amanhã.
- O que houve?
- Kile! - disse minha mãe com o rosto vermelho e os olhos marejados. - Aconteceu algo maravilhoso! A rainha acordou!
- Sério?
- Sim.
Agora entendi a reação de Eady, ela precisava ver a mãe.
- Bom, eu vou indo.
- Eu também.
- Ue, vai aonde?
- Tenho coisas a fazer.
Do tipo encontro, do tipo com Eady.

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