#Jolie narrando#
A história da Camry é muito triste e difícil de imaginar alguém passando por isso. A história com os pais dela é uma barra. Imagina só: Você tem um herói e de uma hora pra outra ele vira uma espécie de vegetal? Ter sua mãe te xingando e culpando por tudo… Faz-nos pensar que as aparências enganam e que todos têm problemas, pois isso não é um mérito só nosso e infelizmente é de todos. Nunca que eu poderia imaginar que a Camry passasse por isso, ainda mais por ser tão alegre e divertida. E isso me faz pensar… Será que meu problema chega a ser tão grande? Será que eu não estou exagerando? Quem sabe? Mas eu queria poder disfarçar como ela… Ta na cara que da pra saber que tenho problema. Começar pelo fato de que se me tocam eu logo dou um jeito de afastar.
No dia seguinte, eu me arrumei: “http://www.polyvore.com/cgi/set?id=85516344&.locale=pt-br” e encontrei a Camry me esperando no carro. Eu estava preocupada que pudesse ter acontecido algo essa noite com ela e a mãe dela. Até sugeri que dormisse lá em casa, mas ela não quis e voltou a sua casa pra ficar com o seu pai.
— Ta tudo bem? – disse ao entrar
— Minha mãe não dormiu em casa hoje à noite. – suspirou – Não conta pra ninguém, ta? O que aconteceu ontem.
— Claro que eu não vou contar! Você é a única amiga que eu fiz aqui e seria muito trouxa se eu estragasse isso. – sorri
— Obrigada! – sorriu – Por tudo, você ter me ouvido, foi muito bom… Não sei como explicar, mas parece que um peso sai de mim, me sinto mais leve.
— De nada. Quando precisar, já sabe! – ri
— Falo o mesmo pra você. Se você quiser compartilhar o seu segredo, pode contar comigo. – ela me olhou apreensiva - Eu sei que você esconde alguma coisa, mas eu não quero que você pense que eu estou te pressionando – ela emendou rápido – Só quero que saiba que pode contar comigo. – sorri
— Eu sei. – suspirei e não disse mais nada
Como eu suspeitava, ela desconfia que eu tenho um problema, mas eu não quero contar… Ainda estou muito fechada e não sei se conseguiria reviver cada detalhe daquela noite contando pra ela. Já bastam os pesadelos… Deixa o tempo passar, quem sabe eu consiga quebrar essa barreira e contar pra ela? Afinal ela está sendo bem legal comigo, merece uma retribuição da minha parte, mas… Essa retribuição vai vir aos poucos.
Chegamos à escola, mas dessa vez não topamos com o Felipe. Tenho que confessar que senti uma pontada de decepção, mas… Mas o que, que eu estou falando? Tenho que ficar feliz que não encontrei com ele ainda, ele só me aborrece… Mas hoje no seu lugar, quem chegou junto com a gente dessa vez foi a francesa no seu carro de luxo: “http://24.media.tumblr.com/f8b4a3fb0d900d811790152af3d2a562/tumblr_mocpbxrtFO1rep9s0o1_500.jpg”
— Olá! – disse sorrindo para a Camry e quando olhou pra mim, me deu uma inspeção de cima a baixo, fazendo uma careta no final
— Algum problema? – pergunto
— O que? – se faz de desentendida – Problema nenhum! – deu tchau e saiu dando uma risadinha
— O que foi isso? – disse a Camry chegando ao meu lado
— Não faço à mínima ideia! Essa garota é estranha…
Quando cheguei à sala de aula, voltei a desenhar o rosto da Ang, que eu tinha começado a desenhar ontem e fui rudemente interrompida pelo Felipe. Aquele garoto quando quer pegar no pé… Ninguém merece. Enquanto eu desenhava, comecei a cantarola uma música qualquer.
