Capitulo 1. Vizinhos

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MELISSA

Meu despertador tocou, avisando que ja era 5:00 da manhã, me sentei na cama ainda embreagada com o sono, abrindo os olhos aos poucos, fui pro banheiro que tinha no meu quarto e me olhei no espelho, vendo meu reflexo todo amaçado, joguei uma água na cara, escovei os dentes e
pentiei meu cabelo que ia até a cintura, me negava a cortar, só repicar, falei comigo mesma.

- você vai toma coragem, vai fala com ele... é hoje.

Abri meu armário coloquei minha calça jeans, alstar branco, uma regata preta e amarrei meu casaco jeans na cintura, fui pra cozinha e Maju esboçou um sorriso banguela que me fez rir.

- Bom dia pai, oi pequena;
- Bom dia filha;
- Mel, você vai fazer​ meu sanduiche pra mim leva? Acho que estamos atrasadas. -E soltou uma risadinha, olhando para nosso pai, que corria de um lado para o outro pegando papéis que iria usar em sua apresentação no trabalho.

Fiz o sanduiche dela, peguei sua mochila e a minha e fomos todos para garagem, e meu pai como sempre, correndo as escadas por não conseguir acordar no horário.

- Filha vamos ter que dar um jeito de você levar sua irmã na escola, não posso mais chegar atrasado.- Falou entrando no carro;
- Eu ja disse que você pode me dar um carro, sei dirigir muito bem você sabe.- Disse manhosa, colocando o sinto em Maju que não parava de cochichar com o ursinho e logo fechei o porta de trás e me sentei na frente ao seu lado.
- Vou pensar no seu caso.

Revirei os olhos, e passei a olhar pela janela, meu pai não queria me dar o carro pelo simples medo de perder mais alguém que ele ama, eu o entendia também não foi fácil perder minha mãe, mas não foi culpa dele e sim minha e nunca iria me perdoar por isso.

Chegamos na escola da Mel levei ela até o portão e ela rodopiava pelo caminho, querendo mostrar seu vestido rosa para as pessoas. Beijei sua bochecha e sai correndo, ja que meu pai estava com muita pressa, chegamos na minha escola abri a porta e dei um beijo no meu pai.

- Se cuida, não apronta;
- Pode deixar, fui.

Entrei no saguão da escola onde estava a lista das turmas, começo de ano letivo era sempre assim todos se abraçando, ao descobrir que seriam colegas novamente. Olhava para todos os lugares a procura da minha companheira de vida Fernanda, que ja estava em frente uma das listas, fui de encontro dela, puxando seu braço pra um forte abraço e nisso começou a gritar no meu ouvido.

- Ai meu deus! ai meu deus!!, vamos ser colegas de novo! Adivinha de mais quem!- Meus olhos percorreram junto com meu dedo pela lista e ali estava;

"Gabriel Cardoso"

- Ai meu deus!!!
- Amiga para de gritar ele ta vindo em nossa direção..
- Mentira.- Olho para trás e lá estava ele, vindo em minha direção, alto, saradinho, não mosculoso sabe, olhos verdes e cabelos esvoassantes.

- Oi Mel! Como foi as ferias?, me perguntou num abraço apertado e eu aproveitando para sentir seu perfume masculino delicioso.
- Foi muito boa, vamos ser colegas novamente.- Dei um sorriso tímido, fazendo ele retribuir num sorriso mais largo ainda, não da nem pra pensa que fiquei paralisada não é mesmo.
- A gente se fala depois ta?
- Arram.- Foi isso que consegui responder.

- Amiga tu viu que tem vários garotos novos na nossa sala? Tomara que sejam descentes né, esse ano vo me amarra em alguém, to sentindo.

Minha amiga vinha com essa todos os anos, vo arrumar um namorado e no fim só pegava os garotos nunca conseguia sentir algo amais por eles.

O sinal avia batido, e todos se dirigiram pras suas salas, Fe era tão tagarela as vezes que nem a escutava direito e ficava viajando nos meus pensamentos, ela andava de costas virada para mim falando varias coisas em quanto eu fingia que escutava, quando do nada ela bate de costas nas costas de um garoto que só pra consta, tinha uns ombros bem largos por sinal, não pude não notar.
Ele se virou e na quele momento não pensava em nada só na quele rosto perfeito, na sorte que minha amiga teve de esbarrar nele e no azar por ter sido ela e não eu.

- Me desculpa.- Fe logo se precipitou em dizer.
- Imagina, só cuide por onde anda.- Ele esboçou um sorriso de canto para ela, e eu fiquei ali atrás assistindo tudo, uma pateta olhando pra ele frenética.
- Você vai pra sala 8?
- S sim.- Falando toda sem jeito, e eu continuava ali, será que ele não me notou não?
- O Fe eu ja vo indo ta.- Disse ja caminhando em frente.
- Ue, porque não nos espera.- Ele disse na verdade não querendo minha companhia.
- Você não quer minha companhia. Disse ja me virando.
- Não quero mesmo.- Entao parei me virei para olhalo, e eles passaram por mim, e ainda olhou para trás com um sorrisinho cínico no rosto, passando o braço em volta do pescoço da minha amiga.

Não preciso nem dizer, que garoto ridículo! Fui pra sala me sentei no meu lugar de costume, na frente da porta no canto da sala, Fe do meu lado e atras de mim se sentou o novo "peguete" da minha amiga, a por favor. A aula foi voando, no fim nos soltaram as dez, e iria ser assim durante toda a semana, fui pra frente da escola pra pega uma carona com a Fe que morava uma quadra da minha, olho para trás e a vejo sentada no banco com o tal garoto novo e vou em direção a ela.

- Que horas sua mãe vem?
- Ela não pode, vou de carona com o Pedro.- Um... Pedro era o nome dele então, ela me olhou com um olhar de empolgação ja eu fiquei arrasada ja que teria que ficar até meio dia esperando meu pai.
- Vai com a gente.- Ele falou na maior normalidade, como se não tivesse sido grosso comigo a pouco.
- Prefiro dormir na escola.- E me virei para fingir mecher no celular.
- Para Mel, vamos ele mora pertinho da sua casa, para de se fazer.- Eu estava louca pra chegar em casa, mas não queria ir com ele.

A mãe dele bosinou avisando ter chegado, e eles foram até o carro, ele parou me olhou com uma cara de arrependido.

- Vem?- Eu fui... não pela cara que ele havia feito que por sinal foi muito meiga, mas porque queria chegar em casa, entrei no carro ao lado de Fe e a mãe dele foi um amor de pessoa com a gente, ao contrário dele que ficou em silêncio o percurso todo.

Deixamos Fe na casa dela e logo foram me levar.

- Onde você mora?- Ele me perguntou olhando para trás;
- Moro no condomínio porto verde. Ele me olhou com uma cara de duvida;
- você é minha vizinha?
- A que ótimo querida, você pode vir sempre que quiser com Pedro.- Esboçando seu melhor sorriso, ja Pedro soltou um suspiro. Chegando na garagem sua mãe nos deu umas sacolas para levar e nos dois subimos em silêncio, fiquei cuidando qual era o andar para ver se era perto do meu e quando percebi estava de frente ao meu.
- Não credito. Falei pasma
- O que ouve?
- somos vizinhos, moro logo aqui. Apontei para a porta atrás dele. Ele não disse nada, entrou, pegou as sacolas e deixou em cima da mesa.
- Obrigada. E ficou me olhando ali, e eu parada em frente a ele na sua sala de estar.
-O Que. Falei depois de cinco segundos de silêncio olhando pra ele com uma cara de o que você quer.
- Pode ir. Falou como se fosse obvio.
- Ok! Mal educado. E sai fechando a porta atrás de mim com força.

Entrei em casa atirei meus tênis longe e fui para meu quarto me atirando na cama, peguei meu celular e mandei uma mensagem.

Mel: nega! Ta ai?
Fe: Oiii, morreu pegar uma caroninha?
Mel: Fe, ele é meu vizinho! Da frente! Do apartamento 26, lembra que eu disse que eles tavam fazendo uma barulheira com a mudança?
Fe: Comassim?! Agora vou ter que ir todos os dias ai "te ver" huehuehue
Mel: A claro, ele é tão.. tão babaca
Fe: Um babaca que me conquistou​ huehue
Mel: vocês ja ficaram?
Não sei porque mais tranquei o ar quando ela falou aquilo.
Fe: Ainda não, to me fazendo de difícil haha
Mel: Só tu mesmo hehe

Desliguei o telefone e fiquei olhando pro teto, lembrando de Gabriel, aquele anjo e seu perfume, e do nada Pedro me invade os pensamentos me fazendo lembrar da queles olhos pretos escuros que me fizeram me perder neles.

Apartamento 26Onde histórias criam vida. Descubra agora