Capítulo 6

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Taylor

Finalmente, finalmente, FINALMENTE! Entrei no carro e ele começou a dirigir em silencio, um silencio visivelmente incomodo para ele, mas eu, depois de saber que teria minhas respostas, não ligava para o quanto ele se sentisse incomodado, desde que me responda, é claro.

Liguei o rádio e coloquei em uma estação qualquer. Propaganda. Mudei. Chato. Mudei de novo. Programa falando do transito. Sem graça. Coloquei direto no toca discos – quem é que ainda usa essa palavra? – e o CD começou a tocar. Uma voz conhecida, mas que eu não sabia dizer ao certo de quem era começou a cantar.

Hey girl I'm waiting on you

I'm waiting on you

C'mon and let me sneak you out

And have a celebration, a celebration

The music up the windows down

- De quem é essa música? – perguntei. Não era essa a pergunta que eu queria fazer, mas não podia simplesmente dizer “então, por que é que você me odeia?”, não não, eu vou fazer algo como “que musica é essa? Quantos anos você tem? Aliás, como toquei no assunto, por que você me odeia?”, é, seria alguma coisa do tipo.

Ele riu consigo mesmo.

- É de uma banda nova, você não deve conhecer – respondeu, com um sorriso indecifrável no rosto. – One Direction, eles são muito bons.

- Eu gostei, é bem... Dançante – era uma daquelas musicas que dá vontade de se levantar do ugar e começar a dançar ali mesmo. Anotar na agenda: não ouvir essa tal de One Direction no fone de ouvido na rua.

- Obrigado – e abriu mais o sorriso. Não entendi isso, mas resolvi deixar minhas perguntas apenas para o que eu realmente queria saber.

- Então... Quantos anos você tem?

- Dezoito, e você?

- Que fofo, um garotinho mais novo! – não consegui reprimir e ele me fitou com uma sobrancelha arqueada. – Tenho dezenove, obrigada – ele revirou os olhos.

- Falando assim até parece que a diferença é grande – resmungou, mas novamente decidi ignorar. Começar uma briga acabaria com minhas chances de respostas.

- Trabalha com o quê? – as mãos dele apertaram mais o volante.

- Bem... Com muitas coisas – respondeu por fim.

- Como quais?

- As vezes propagandas, outras desfiles ou coisas do tipo – não disse nada. – De vez em quando eu canto... De vez em quando.

- Não.

- Não o quê? – aquela ideia era absurda demais para ser verdade. Eu gargalhei alto. – Qual foi a piada? Eu também quero rir – o tom que ele usou teria me deixado assustada, se eu não estivesse com uma imagem ridícula daquele garoto cantando.

- Você... Você não pode estar falando sério sobre cantar... Você... Não... – ele me encarava, deixando de lado o fato de estar dirigindo, apenas olhando para mim sério. – Não não, você não pode estar falando sério... Você realmente canta?

Ele pigarreou, voltando-se novamente para a rua. Fechou os olhos por um instante e depois começou, com uma voz completamente diferente da que eu estava acostumada a ouvir. Mais rouca, mais grave, que me fez ficar arrepiada.

I know you've never loved

The sound of your voice on tape

You never want to know how much you weigh

Dear InsanityOnde histórias criam vida. Descubra agora