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Já fazia três meses que Ava e eu tínhamos transado. Três meses que ela não trazia ninguém para casa. Um mês que o velho Jack tinha ressurgido.

Voltei a ir para a academia e a correr todas as tardes depois do trabalho, comecei a sair todas as vezes que minha irmã me convidava e tinha até pego o número de uma garota que beijei em um bar. Ava parecia bem contente com a volta dos meus velhos hábitos. Talvez ela achasse que eu estava fazendo aquilo apenas para agrada-la, e era verdade.

Era bom voltar a fazer coisas que eu costumava fazer e gostava, mas era estranho fazer isso sem Ava. Rachel insistiu que agora que minha vida estava voltando ao normal, voltar com Ava também era necessário, mas algo em mim dizia que era errado e eu acabaria magoando-a.

Dei uma última tragada no cigarro e permaneci na escada em frente ao meu prédio observando o pouco movimento do fim de tarde da sexta. Peggy me convidou para irmos tomar algo com o pessoal do trabalho, mas dei uma desculpa qualquer e ela começou a discutir comigo, dizendo que eu já estava com um pé no Jack babaca de novo e que ela não iria me deixar vivo se isso continuasse.

Rachel e Ava apareceram sussurrando algo uma para a outra e com sacolas contra o peito como se estivessem escondendo algo.

- O que você está fazendo aqui? – Rachel disse assustada.

- Eu moro aqui. – falei rindo – O que você está fazendo aqui?

- Não é da sua conta.

Observei as duas subirem as escadas correndo e as segui. Elas reviram os olhos quando entrei no elevador e as olhei de forma curiosa.

- Que? – Ava disse impaciente.

- O que vocês duas aprontaram?

- Nada. – Rachel rosnou e apertou a sacola contra o peito.

- O que você tem aí? – apontei para a sacola e ela se apertou mais ainda e olhou assustada para Ava.

- Nada, Jack. Você não pode ficar sem se intrometer na nossa vida?

- Espera aí, não era vocês duas que se intrometiam na minha vida até um tempo atrás? – falei rindo e Rachel revirou os olhos.

- Não é da sua conta, está bem? – Ava abriu a bolsa e as duas tentaram enfiar as sacolas na bolsa, mas as coisas começaram a cair.

Fui mais rápido que elas e me abaixei no chão para pegar. Balas, caixas de remédio, e pelo menos umas sete caixas de teste de gravidez, um de cada marca. Elas começaram a juntar as coisas do chão e colocaram na bolsa sem olhar para mim.

- Quem... – encarei as duas perplexo.

A porta do elevador se abriu e elas saíram correndo. Segurei Rachel pelo braço antes que ela pudesse entrar no apartamento de Ava.

- Vocês vão me explicar isso agora. – puxei Rachel para dentro a fiz se sentar no sofá – Para quem são esses testes?

- Ninguém. – Ava disse impaciente.

- Eu não estou mais pra brincadeiras. – olhei para ela impaciente – Pra quem são esses testes?

- Para mim. – Rachel suspirou – São para mim.

Meu corpo relaxou por alguns instantes, mas apenas alguns, pois logo comecei a respirar fundo e andar impacientemente pela sala.

- Você nem tem namorado. – gritei para ela.

- Obrigada por lembrar que minha vida amorosa é pior que a sua. – ela revirou os olhos.

- Isso não é brincadeira, garota. – segurei seu braço.

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