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Tinha passado a noite em claro para preparar os doces da festa de aniversário da Eve. Parecia que foi ontem que ela tinha nascido e hoje já estava completando quatro anos. Essa seria a primeira grande festa de aniversário dela, com coleguinhas da escola, vários doces e outras coisas que ela tinha pedido.

Ava e eu tínhamos combinado de fazer uma festa só quando ela entendesse o que era, pois não queríamos que ela ficasse ali só aceitando presentes sem entender muito bem o que estava acontecendo. Foi um mês atrás quando ela começou a perguntar do aniversário dela que percebemos que estava na hora.

Muita gente começou a indicar lugares que faziam bolos e outras coisas, mas Ava recusou tudo educadamente dizendo que o namorado dela era o melhor cozinheiro e confeiteiro que ela conhecia. De início fiquei bastante feliz por ela querer que eu fizesse as coisas, e até disse que ajudaria, mas foi só quando ela e Eve saiam escondido que eu percebi que não teria ajuda nenhuma.

Os doces já estavam todos prontos e só faltava decorar o bolo. Eve disse que queria estar ali para decorar, mas ela ainda estava dormindo e eu não iria acorda-la cedo no dia do seu aniversário.

Sentei-me no balcão encarando o bolo incompleto sem saber o que fazer.

- Já é meu aniversário, papai? – Eve e sua voz infantil acordaram-me dos meus pensamentos.

- Sim. – sorri.

Pulei do balcão e a peguei no colo, enchendo seu rosto de beijos enquanto ela gargalhava alto.

- Ei, ei, quietos, não vamos acordar a mamãe. – falei baixinho e ela deu uma risadinha.

- Ela é muito dorminhoca. – Eve fez careta – Eu posso comer meu bolo agora?

- Ainda não, só na festa, mas você pode comer o que sobrar da cobertura depois de você decorar o bolo, que tal?

- Tudo bem. – ela disse empolgada.

Arrumei uma cadeira para ela em frente ao balcão e coloquei o glacê com as outras coisas em fácil acesso para ela.

Eve parecia saber exatamente o que fazer, pois diferente de Ava, ela ficava sempre me cercando para ver o que eu estava fazendo. Era quase dez da manhã quando ela terminou e começou a jogar várias framboesas em cima do seu bolo todo colorido.

- Gostou? – ela me olhou com os olhos brilhando e o rosto sujo de glacê.

- Ficou lindo. – sorri.

- Mas será que está bom? – ela me olhou sapeca.

- Sim, está ótimo, fui eu quem fiz. – falei rindo.

- Eu não sei, papai, melhor a gente experimentar um pedacinho. – ela gesticulou com o polegar e o indicador.

- Eve, eu disse que você podia comer o glacê depois.

- Mas não tem mais glacê. – ela fez bico.

- Você usou tudo só para comer o bolo, não é? – falei rindo e ela assentiu.

- Desculpinha?

Caminhei até a geladeira e peguei um bolo pequeno que tinha feito para cantarmos parabéns para ela de manhã. Eu sabia que ela iria querer comer antes, ela sempre fazia isso com qualquer sobremesa.

Coloquei o bolo em cima do balcão e seus olhos brilharam. Desci ela da cadeira e Eve foi correndo para o quarto atrás de Ava.

- Mamãe, acorda, o papai me deixou comer bolo de aniversário. – ouvi ela gritando – Sim, é verdade, vem ver.

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