Eva

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Estou no escuro, não consigo alcançar o interruptor. As janelas estão fechadas. Me sinto sufocada. As vozes estão rindo de mim. Eu deveria estar acostumada com o pouco ar, foi assim a vida inteira. Sempre vivi com algo na garganta ou no peito que me dificultasse o simples ato de respirar. E nada alivia, sabe? Só aperta mais o laço em meu pescoço. Só me empurram mais pra perto da morte que me recebe de braços abertos. Talvez ela seja a única que se importa, a única que pode desatar o laço. Talvez seja a única que pode me libertar. Não precisa me machucar, eu vou sozinha. Por favor, me abrace, velha amiga.

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