Hundred-Eighty One / LOREN

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Los Angeles estava tendo uma de suas raras tempestades. Raios, relâmpagos e trovões eram tudo o que se podia ver/ouvir. E para piorar tudo, eu estava sozinha em casa, minha mãe estava no trabalho e bom, eu só moro com ela.

Bloqueei meu celular e desci para a cozinha. Peguei um copo de água e sentei no banco. Meu celular começou a vibrar que nem louco.

"Deve ser o Hayes" eu penso, nós não voltamos a namorar, digamos que estamos "só curtindo". Desbloqueio meu celular e olho as mensagens.

Desconhecido: você fica linda de pijama

Desconhecido: ou seja lá o que esse short e essa blusa sejam.

No mesmo momento eu olho atentamente para os lados. Nada. Absolutamente nada, ele ou ela deve estar só brincando comigo. Assim eu espero.

Desconhecido: não adianta olhar para os lados

Desconhecido: você nunca foi boa em procurar coisas

Meu coração começa a bater tão rápido que eu não duvido que alguém que esteja passando do lado de fora possa escutar, mesmo com essa chuva.

Desconhecido: essa coleção de facas da sua mãe é linda

Desconhecido: pena que está faltando uma

No mesmo instante eu olho para a coleção em cima do balcão, meus olhos se arregalam ao perceber que está mesmo faltando uma faca. Ele não fez o que eu acho que ele fez, não é?

Loren: o que você quer comigo?

Desconhecido: eu só quero brincar, Lolo

Desconhecido: esconde-esconde, você se esconde e eu te procuro

Desconhecido: começando agora

Começo a correr para o andar de cima, torcendo para que ele, pelo menos, me dê um tempo para esconder. Corro para o maior quarto da casa e me escondo no banheiro. Um esconderijo inútil, típico dos que seriam escolhidos em filmes de terror, mas é o que eu tenho para hoje. Aproveito que no banheiro tem um armário enorme e escalo o mesmo, ficando no topo, onde seria mais difícil para o desconhecido me pegar.

Tentei ligar para a polícia, porém só dava fora de área. Muito bom, eu tenho duas alternativas: ou o desconhecido bloqueou o sinal daqui de casa, ou a chuva está sendo uma filha da puta comigo. Minha melhor opção, e a única até o momento, é lutar até ele desistir dessa brincadeira ou alguém chegar.

Ok Loren, você já passou por coisas piores que isso e estava chapada. Você consegue se livrar de um doente mental sóbria, certo?

Escutei a porta do banheiro ser aberta e prendi a minha respiração, mesmo sabendo que iria ser inútil. Consegui ouvir passos se aproximando do armário, a adrenalina subindo pelo meu corpo fazia com que eu começasse a tremer. Um silêncio se instalou antes dele abrir a porta do armário e puxar nomes pé, fazendo com que eu caísse sentada no chão.

— Tão previsível, Loren — Ele disse com uma voz robótica, o desgraçado estava usando um modificador de voz. Pela sua estatura, deduzi ser um homem, então em um ato de coragem, eu chutei sua parte de baixo — Sua vadia — Ele soltou um gemido de dor enquanto se curvava, aproveitei esse momento e são correndo do banheiro.

Já sei que me esconder dele não é a melhor opção do mundo, o jeito é me defender. Corri para a cozinha e peguei a faca mais afiada que eu consegui achar. Minha bunda doía muito, afinal, o armário não era dos mais pequenos.

Optei em ficar na sala, onde ele não poderia me atacar de surpresa, eu acho. Tentei me acalmar, respirando fundo ou contando de um a dez repetidas vezes, mas nada funcionava, a adrenalina sons percorria o meu corpo e eu tremia cada vez mais. Tentei abrir a porta para sair, mas a mesma estava fechada, o filho da puta tinha pegado as chaves.

Quando relampejou, eu consegui ver no topo da escada, a silhueta do desconhecido. Juro que se não estivesse acontecendo comigo, eu iria jurar que isso foi uma cena típica de um filme de terror que eu assistir esses dias. Ele veio descendo lentamente, brincando com a faca.

Quando ele chegou perto o suficiente, eu tentei acerta-lo com a faca, porém o desgraçado desviou e torceu o meu braço, fazendo com que a faca caísse. Ele me prestou de costas na parede e ficou passando a ponta da faca pelas minhas costas.

— Se for me matar, me mata logo — Eu disse entre dentes. Se eu for morrer, pelo menor vou morrer com dignidade.

— Te matar? Loren, eu não vou te matar, qual seria a graça disso? Eu só vou te machucar — Ele suspirou — Te machucar muito.

Dito isso, ele passou a faca lentamente pelo meu braço, deixando um corte profundo, onde, provavelmente, eu deveria dar ponto depois. Antes que ele pudesse fazer qualquer outra coisa, ouvimos um barulho de carro vindo da garagem. Ele resmungou alguma coisa antes de bater na minha cabeça com alguma coisa. Depois de alguns segundos lutando para ficar consciente, eu finalmente me entreguei para a escuridão.

Social ;; Hayes GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora