As minhas manhãs

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Acordo com um beijo do meu pai. Faz isto desde sempre. É o meu despertador, e melhor não podia ser. Logo a seguir a minha mãe deposita-me outro beijo e é este o retoque final especial que faz com que eu abra os olhos e lhes diga um bom dia. Depois deixam o meu quarto e eu já sei que me tenho de vestir.

Visto umas calças e uma t-shirt, como costumo fazer nesta altura do ano. Olho-me ao espelho e prefiro ir embora do que ficar ali especada a dizer mal de mim própria. Vou para a cozinha e sento-me na mesa a comer o pequeno almoço que o meu pai fizera. Lá em casa cada um toma o pequeno almoço a tempos diferentes, então raramente nos encontramos e falamos de manhã.

Lavo os dentes e a cara, calço-me e vou perguntar à minha mãe se já está pronta, pois é ela que me vai levar à escola devido ao facto de ser mais perto do seu trabalho do que é ao do meu pai. Ela respondeu-me que sim e então fui me despedir do meu pai e fui para a entrada.

A minha mãe finalmente vem ter comigo depois de me já ter percebido que ia chegar atrasada e seguimos para o carro.

Chego à escola e poucas pessoas ainda estão cá fora. Entro na porta que diz nono B e peço desculpa ao professor que estava a dar a aula. Sento-me ao lado do meu melhor amigo, Charlie, digo isto devido ao simples facto de ser o meu único amigo, não que ele me considere a sua melhor amiga. Ninguém me trata bem devido à minha figura e por isso eu também não sou muito simpática para as pessoas aqui, o que só faz pior, porque assim eles ainda me odeiam mais. Eu basicamente passo a vida a fingir que não quero saber do que os outros pensam e que sou muito feliz assim como sou. Mas não é verdade.

Every girl has two sides Where stories live. Discover now