Capítulo 10

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-Amiga esse não é o menino que você ficou e deu aquela merda toda? -Mayara perguntou próximo ao meu ouvido devido ao som que esta alto.

-É,não estou me sentindo bem e eu preciso ir embora pra casa.

Começou me dar uma tontura e parece que a qualquer momento eu vou desmaiar.

-Ta tudo bem Mary? -O Allan pergunta,acho que ele percebeu que eu estava me segurando na parede.

-Allan me leva embora eu vou desmaiar.

Só consigo falar essas palavras e depois vejo tudo em minha frente ficando preto e então desmaio.

Acordo com um cheiro insuportável de hospital em meu nariz,fico criando coragem para abrir meus olhos já que o sono esta falando mais alto que tudo.

Quando finalmente crio coragem eu percebo que estou em um hospital, estou tomando soro e ao meu lado sentado em uma poltrona está o Allan.

-Ta tudo bem Mary? -Ele me pergunta assim que percebe que eu acordei.

-Aonde eu estou? Cadê minha amiga? -Pergunto desesperada.

Ele se levanta da poltrona e pega na minha mão tentando me tranquilizar.

-Você está no hospital Mary, ontem sua pressão subiu e você acabou desmaiando e a gente te trouxe pra cá. Sua amiga esta lá fora já que só pode ficar um acompanhante e eu pedi a ela pra ficar aqui com você. -Ele me conta tudo tranquilamente.

-Eu quero ir embora. Me tira daqui Allan. -Peço a ele e algumas lágrimas rolam em meu rosto.

Tenho medo de hospital esse lugar não me passa uma boa energia. Sei lá aqui parece que é o fim de nossas vidas e eu não gosto nada disso.

-Você já vai embora, só esperar o resultado dos exames chegar que a gente já vai.

Ficamos em um silêncio até que o doutor bate na porta e logo em seguida entra com alguns papéis na mão.

-Então já acordou menina Mary. -Ele fala sorrindo com um sorriso que transmitia paz para as pessoas.

-É doutor aqui estou acordada e pronta pra outra. -Falo sorrindo.

Ele se senta em uma cadeira que tem no quarto junto com uma mesa. Começa a verificar os exames e o Allan fica olhando tudo atentamente.

-Então menina Mary, você já pode ir só tem que marcar logo esse pré natal. Já esta quase caminhando para dois meses e seu companheiro me disse que você não está fazendo.

Ele fala tudo com uma naturalidade e eu fico sem querer acreditar no que ele está me falando. Senhor eu não posso aceitar isso pra minha vida,grávida de um cara que nem liga pra mim. E quem ele acha que é meu marido?
Algumas lágrimas rolam em meu rosto e eu continuo ali deitada na cama mesmo após o médico se retirar e dizer que já estou liberada.

-Allan eu estou grávida? É isso? -Pergunto em meio ao choro.

-Pensei que já sabia Mary e que estava escondendo de mim. Porque está chorando? O pai do seu filho te abandonou? -Ele me pergunta e fica olhando atenciosamente esperando uma resposta sair da minha boca e eu não tenho forças para o responder.

A enfermeira entra e tira a agulha que injetava soro em minhas veias e entrega ao Allan o papel da alta e eu continuo em silêncio tentando entender e aceitar tudo que esta acontecendo.

-Vamos Mary? Você já está liberada e sua amiga esta esperando por você lá fora.

Me levanto da cama sem dizer nenhuma palavra e vou o seguindo até o corredor do hospital e Mayara assim que me ver chorando vem correndo me abraçar.

- Amiga oque foi? Você está com câncer? -Ela me pergunta desesperada e eu continuo ainda abraçada a ela e molhando sua camisa com as lágrimas que caem dos meus olhos.

Mayara é doidinha mais talvez seja isso que faz dela uma menina especial, se eu não tivesse preocupada e sem saber oque fazer da minha vida agora eu acho que até cairia na risada com a pergunta dela.

-Eu estou grávida. -Solto tudo de uma vez.

Mayara me olha com uma cara de espanto e o Allan fica ali olhando pra nossa cara como se nada tivesse acontecendo.

-Grávida? Como? De quem?  -Ela pergunta tudo de uma vez.

-Sim grávida. Ué Mayara fazendo né -Não aguento a acabo sorrindo. -Do Luan amiga. -Quando falo o nome dele as lágrimas rolam em minha face mesmo eu lutando contra elas.

Mayara não fala mais nada e me guia até o carro do Allan. Ainda era noite então eu não fiquei muito tempo no hospital.

-São que horas? -Pergunto ao Allan assim que ele dar partida com o carro.

-Três horas da manhã, ainda da pra curtir um baile. -Ele tenta desfazer aquele clima pesado que estava no carro.

-Deixa de ser bobo Allan. - Falo e ele sorri de lado.

Ele nos deixou na minha casa e disse que precisava ir embora e que quando fechasse o mercado ele passaria aqui em casa.

Me jogo na minha cama e Mayara fica em pé me olhando chorar e sem esboçar nenhuma reação.

-Oque eu faço agora amiga? -Pergunto em meio aos soluços.

-Para de chorar né queridaã.

Ela se senta ao meu lado e fica me fazendo cafuné até que pego no sono.

                          (...)

Acordo como a Mayara me chamando e quando olho no relógio já são uma hora da tarde e o sol está bem quente.

-Vai tomar um banho e depois tomar café. -Ela me dá as ordens e depois sai do quarto me deixando sozinha.

Me levanto mesmo contra minha vontade porque por mim eu ficaria deitada nesta cama a eternidade ou então até saber oque fazer. Penso,penso e penso de novo e não acho uma solução. A única solução talvez seja abortar mais isso é contra meus princípios e essa criança que cresce em meu ventre não tem culpa de nada eu que fui idiota de me entregar a um imbecil que não quer nem saber se estou viva.

Termino de tomar meu banho e visto um vestidinho azul bem soltinho por conta do calor,vou até a cozinha e a mesa está repleta de coisas gostosas que minha amiga preparou pra mim.

-Senta ai e come o mulher maravilha,agora você come por dois e precisa se alimentar bem.

Me sento a mesa e ela se senta junto comigo.

-Amiga oque faço agora? -A pergunto sem saber realmente oque fazer.

-Primeiro você come né queridã porque eu não fiquei aqui fazendo um monte de coisa pra você atoa e depois que seu rabo já tiver cheio você vai dar um jeito de falar com o Luan.

Realmente minha amiga tinha feito várias coisas: bolo de chocolate, sanduíche, suco de laranja natural e entre outras coisas que a minha cozinheira preferida preparou pra mim.

-Amiga será que Luan vai acreditar que o filho é dele? -Pergunto preocupada.

-Claro que vai né cabeça e se ele não acreditar eu vou e dou na cara dele até ele acreditar.

Essa é mesmo maluca. Mesmo nos momentos mais complicados ela leva tudo na brincadeira.

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