Os instintos sempre estão certos.

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Antes de partirmos, Will avisa que a casa do Sr. e da Sra. Carter está sendo rondada por alguns automóveis suspeitos e é para lá que estamos indo, para checar a situação. No caminho tudo parece calmo. Isso nunca é bom, deveria ter alguém tentando nos impedir ou atacar o Alex e a Alyson. Sinto cheiro de armadilha. Estou de batedora, Will está entre Alex e Alyson e Marshall está atrás, nos dando cobertura. Ligo o comunicador da moto.
- Acho melhor voltarmos. Está tudo calmo demais. É melhor virmos depois sem os Carter.
- Negativo. Já estamos aqui e não vamos recuar... - Marshall fala pelo comunicador.
- Além de que eu e a Aly temos treinamento para ocasiões como essa. - Claro que ele daria um jeito de se exibir. Meu Deus! Dai-me paciência, porque se me der forças eu quebro esse homem ao meio.
- Ok, mas não pretendo ficar de babá de ninguém. Gosto de fazer o meu trabalho com liberdade.
- Sim senhorita alemã.
- Eu não sou alemã! Sou descendente.
- É a mesma coisa. - Alguém me segura ou eu vou matar esse homem! Odeio quando alguém diz que é a mesma coisa. Não tenho nada contra a Alemanha, mas eu não sou de lá. Na verdade eu sou a única neta da Vó Ronda que não mora na Alemanha, talvez por isso eu não goste de ser chamada de alemã.
- Não, não é a mesma coisa, mas não vou discutir isso com você. - Digo da forma mais seca que consigo.
Chegamos à casa e tudo parece normal. Desço da moto e percebo um vulto preto se aproximando disfarçadamente. Olho para o Will e para o Marshall e parece que eles também perceberam. Foi tudo muito rápido: Tiro, todo mundo no chão e eu disparando em direção aos vultos. Eles começam a se aproximar e consigo perceber que são homens, mas não consigo ver com clareza. Em alguns eu atiro, e os mais próximos eu imobilizo "manualmente". Depois de conferir se não havia mais nenhum encapuzado de pé, pergunto a todos se estão bem e eles respondem que sim.
- Vasculhem as redondezas. - Peço ao chefe da equipe encarregada da segurança da casa.
Ficamos mais 1h e depois voltamos para o FBI. Eu e Will montamos algumas estratégias para a proteção da família e depois fomos embora. Quando chego em casa a única coisa que faço é dormir. Sinto que amanhã será um longo dia.

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Acordo com o som do despertador, levanto e caminho cambaleante em direção ao banheiro. Hoje tenho um jantar marcado com meus pais, ou seja, devo guardar toda a minha paciência para mais tarde, provavelmente minha noite será resumida a um grande sermão do tipo "Você tem 23 anos, deveria ter um namorado" ou "A maioria dos seus primos está namorando e você não", eu não aguento mais, será que é tão difícil assim entender que eu não estou a fim de  namorar agora? Mas parece que os pais nunca desistem. Visto uma calça jeans escura, uma camisa vermelha sangue e uma jaqueta preta, calço um coturno preto e estou pronta. Como perdi tempo demais pensando no jantar só tive tempo de tomar uma xícara de café, pegar minha bolsa e fui em direção à garagem. Entro na minha BMW e vou o mais rápido possível para o trabalho.

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Chego pontualmente ao trabalho, com certeza quem me visse agora acharia que eu sou britânica, mas minha pontualidade é fruto do mero atraso, isso mesmo atraso e não acaso. Entro na sala dos serviços especiais e sento-me rapidamente de frente para o meu computador. Hoje tenho que ser o mais rápida possível, pois combinei com as meninas de almoçarmos juntas, mas já estou me arrependendo, Isa vai levar o Rodrigo, que é um agente do setor de artes, ou seja, qualquer crime que envolva qualquer tipo de arte é com ele, e a Duda vai levar o Alan que é um famoso advogado, e a Julie vai com o Benjamin que é o braço direito do nosso chefe Marshall, portanto vai ser uma espécie de encontro de casais no qual, por ironia do destino, eu vou SOZINHA! Existe humilhação maior?
De repente entram Alex, Alyson, Susan e Joaquim Carter junto com Julie e Will. Os Carter estão reclamando de algo, mas como estão falando ao mesmo tempo não consigo entender.
– Algum problema? – Pergunto.
– Sim! Eu não preciso de um cara colado em mim 24 horas por dia! – Exclama Alex. Me seguro para não rir de seu comentário.
– Sr. Carter, preciso que entenda que medidas como essa são tomadas para a sua segurança. – Digo da maneira mais profissional que consigo. – Além de que não precisa ser um homem, o senhor pode escolher uma agente para fazer sua segurança diária. – Ele me olha com uma sobrancelha erguida e um olhar safado. Arrependo-me instantaneamente pelo que disse, mas não posso recuar.
– Posso mesmo escolher?
– Pode. – Respondo seca.
– Ótimo. Eu escolho você. – Meu Deus! Onde eu fui me meter?!
– Tem certeza? Eu não sou uma pessoa muito fácil de lidar.
– Gosto de desafios.
– Pois bem, a partir de amanhã farei sua segurança.
– A partir de agora. – É muito folgado mesmo!
– Sr. Carter, não sabia que ficaria com essa função, então tenho compromissos hoje, portanto só ficarei com o senhor amanhã. – Digo tentando manter a minha calma.
– Não tem problema, eu vou com você. – Olho para Julie desesperada e a única coisa que ela faz é concordar com Alex. Eu estou FERRADA!

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