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Lexy Muller.

Está na hora do almoço, estou me preparando para sair quando Alex aparece do nada.
– Onde pensa que vai sem mim? – Pergunta brincalhão.
– Eu avisei que tenho compromissos.
– E eu avisei que vou junto. – Bufo. Era só o que me faltava, ter que andar com Alex Carter para cima e para baixo, eu realmente achava que tinha terminado o treinamento para ser agente do FBI e não babá.
Chegamos ao restaurante e somos recebidos por muitos olhares curiosos. Eu mereço! Avisto as meninas e vou em direção à mesa com Alex logo atrás de mim, não sei por que, mas acho que ele está olhando para a minha bunda. Sento o mais rápido, porém discreto, que consigo.
– Estou surpresa por estarem vivos ainda. Realmente não sei como um de você não está morto ou gravemente ferido. – Diz Isa brincalhona. Ia falar, mas Alex foi mais rápido.
– Você está enganada, estou gravemente ferido. – Diz com cara de cachorro abandonado. – O desprezo dela maltrata meu pobre e indefeso coração.
Todos na mesa começam a rir, eu até tento me segurar, mas meu esforço vai por água a baixo e acabo rindo junto.
– Que pena, nunca quis ser uma destruidora de corações, mas fazer o que, né?
O nosso almoço se resumiu a risos, piadas, brincadeiras e o principal, COMIDA! Tenho que admitir, o Alex não é tão chato e arrogante quanto eu imaginava, arrisco dizer até que ele é legal e não posso negar que ele é muito bonito... Para de pensar besteira Lexy! Você não pode sentir nenhum tipo de atração por ele...

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Já disse que o Alex fez questão de que fossemos no carro dele? Pois é, o safado não me deixou vir dirigindo. Pagamos a conta e saímos. O percurso de volta para o FBI foi tranquilo, não trocamos nem mesmo uma palavra, apenas deixamos as músicas do rádio invadirem nossos pensamentos.

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Alex Carter.

Não trocamos uma palavra se quer durante todo o caminho, isso me deixa frustrado, essa garota está sendo como um desafio. Meu Deus! Como ela consegue resistir a mim? Ela é a primeira mulher a qual desejo que não sente o mesmo, ou não demonstra. Paro minha BMW em frente a sede do FBI, Lexy desce e vai em direção as portas principais. Pouco tempo depois ela volta com uma mochila e uma chave na mão.
– Pode ir na frente, eu vou te seguindo.
Diz e eu concordo com a cabeça. Ela vai em direção à garagem externa e depois para o carro logo atrás do meu. Sigo em direção ao meu escritório e ela me segue. Estaciono e desço do carro. Aproximo-me de Lexy, que acaba de descer do carro. Preciso fazer alguma coisa, não aguento mais.
– Tem certeza que nunca terei uma chance com você? – Pergunto esperançoso.
– É simples Alex, enquanto você me quiser eu ficarei longe, mas quando você não me quiser mais, eu serei sua. – Agora eu tenho dois desafios, uma garota e uma charada, que mundo injusto!
Concordo com a cabeça e entramos. Ela logo se acomoda no sofá que tenho em minha sala, coloca o notebook no colo e começa a mexer nele freneticamente. Ah, como eu queria ser esse notebook! Passamos um bom tempo assim, ela no computador e eu desenhando a planta de uma casa.
– Vai ficar com problema de coluna se continuar assim. – Surpreendo-me com seu comentário.
– Está preocupada comigo, amor? – Digo com um sorriso sapeca. Ela me lança um olhar repreendedor.
– Quem avisa amigo é.
Levanto e caminho em direção ao quadro e penduro a planta lá. Lexy analisa a planta de longe, levanta, analisa de perto...
– Está errado.
– O que disse? – Pergunto confuso pela frase e pela suavidade de sua voz.
– Está errado. – Fala apontando para algumas medidas.
– O que entende sobre arquitetura?
– Queria ter uma espécie de seguro, caso não me saísse bem como agente, então me formei em arquitetura.
Boquiaberto, esta palavra me define nesse momento. Lexy está rindo da minha cara quando seu celular toca, ela atende:
– Alô... Sim... Por quê?...Ok vou olhar... Tchau. – Ela parece preocupada.
– O que foi?
– Julie disse que olhássemos o jornal. – Ela abre rapidamente a página do jornal no notebook, e lá está na primeira página:
"Alex Carter é visto durante almoço romântico."
Continuo lendo:
"Hoje, o arquiteto Alex Carter foi visto acompanhado pela Agente Especial do FBI Lexy Muller e por mais alguns amigos, também do FBI. Será que nosso arquiteto favorito deixou as pistas? Parece que sim."
Logo abaixo fotos nossas entrando e saindo do restaurante, na entrada do FBI e aqui na entrada do escritório. Lexy levanta e começa a andar de um lado para o outro com cara de poucos amigos.
– Vamos lá Lexy, não é tão ruim assim ser minha namorada. – Ela me lança um olhar assassino. – Tudo bem, é só negarmos.
– O problema é que hoje eu tenho um jantar com meus pais que provavelmente vão me dar um sermão de como eu deveria ter um namorado e se eles virem essa notícia vão achar que eu realmente tenho um namorado e não vão acreditar se eu disser que é mentira. – Ela diz tudo muito rápido e desaba no sofá, me aproximo e lhe dou um abraço. Sussurro em seu ouvido:
– Posso fingir ser seu namorado e depois de um tempo você diz que nós terminamos, o mesmo serve para a imprensa. – Ela parece pensar na minha proposta.
– Tudo bem, mas nada de beijos, no máximo abraços.
– E se pedirem?
– Acho difícil, mas SE pedirem tudo bem. – Ela da ênfase no "se".
Esse jantar promete!

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DANGEROnde histórias criam vida. Descubra agora