O vento passa entre o meu cabelo que por si passa pelos meus lábios brancos e secos. Estou sentada no banco de praia que está no jardim a ler um livro que nem sequer vi o nome, apenas peguei nele e vim relaxar um bocado a olhar para o por do sol e sentir a brisa fresta do mar pela minha pele. E deparo-me com uma frase -"I will never, ever regret the things I've done. Because most days, all you have are places in your memory that you can go to."- Quando a acabo de ler o meu telemóvel vibra, tinha uma mensagem.
Era dele.
-Hey... Hum não sei como dizer isto sinceramente mas eu.. quero-te, eu sinto a tua falta, sinto a falta da tua pele encostada á minha, sinto a falta de te dar as mãos e ficar com elas super suadas, sinto falta das nossas idas ao cinema e vermos filmes que te faziam chorar imenso e eu a rir-me de ti e tu bateres-me, sinto falta do teu cheio, do teu cheiro único e incomparável com qualquer outro cheiro... Eu não sei o que fazer, sinto-me perdido mas tu deves-te sentir muito mais... O que eu fiz foi horrível e tu não merecias, principalmente pela boa pessoa que és e pela mais contente no mundo... Eu estou á porta de tua casa mas tu nao abres... Eu não sei onde estás neste momento mas quero estar aí contigo. Desculpa-me, eu preciso de ti.-
Os meus olhos enchem-se de lágrimas, o meu cuspe começa a ficar mais espesso e quase que nao consigo respirar... As lágrimas caem do meu rosto e batem no livro borratando as palavras escritas nele o que é exatamente como me sinto neste momento, como se o meu coração me caísse do peito e se partisse em pedacinhos no chão...
Agora vem-me á cabeça, o dia em que entro em casa super contente porque tinha comprado bilhetes para o cinema nessa noite e encontro-o com outro alguém, outro alguém sem ser eu. E eu na altura pensava que ia ser só ele e eu... E nesse mesmo dia fui a chorar para casa dos meus pais e eles acolheram-me... Foi nesse mesmo dia, enquanto tomava banho, em que eu fiz uma cicatriz que tenho no pulso.
Ali: - Está tu..- E eu vou a correr a chorar imenso para o quarto, ignorando todas as pessoas naquela casa e quando chego tranco-me e encosto-me na porta a olhar para o teto enquanto as as lágrimas escorriam pela minha cara.
