Narrador
-Entender o que? Que você é cadeirante, nunca me falou e eu descobri isso sozinho?
Todos naquela sala estavam estáticos, até o Dr. Jackson ficou sem reação por um certo tempo. Ninguém duvidava da inteligencia de Thomas, muito pelo contrario! Mas nenhum deles nunca chegou a pensar que o menino poderia descobrir algo não foi dito e não estivesse claro a ele.
-D-desde quando? -Gabrielle perguntou. O rosto dela estava tão pálido que Thomas se perguntava mentalmente se aquilo era normal.
-Bom, tem pouco tempo. Sempre achei estranho eu não conseguir te ouvir chegando nos lugares e você ser tão pequena, mas depois daquela festa que você sismou em fazer pra mim eu comecei a criar essa teoria e gora eu tenho 100% de certeza.
-E agora? -Gabrielle começou a falar depois de um bom tempo sentindo um turbilhão de emoções -Você tem raiva de mim por não ter te contado antes?
-Claro que não Gabi! Você é muito especial pra mim! Uma das pessoas mais importantes da minha vida! -Thomas dizia enquanto pensava o quanto a menina era boba por falar aquilo.
-Hey! Eu realmente gosto muito de vocês dois, mas como assim " mais importantes"? -Elisa perguntou enquanto sentia ciúmes das palavras de seu filho.
-Em minha defesa, eu disse umas das, não a mais importante! -O menino disse enquanto olhava para sua mãe.
Ela era quase do tamanho do Harry, e seus olhos eram mel, uma cor que ele achou muito bonita, não pelo tom, mas pelo brilho. O que chamou muita a atenção dele foi o cabelo dela, que estava um pouco escuro na raiz e mais claro nas pontas.
O pai de Thomas estava completamente emocionado, encostado no canto da parede e deixando algumas lagrimas escorrerem, o que deixou parte de sua blusa com pequenas manchinhas circulares.
-Ate porque o mais importante aqui sou eu! - o pai disse, se manifestando pela primeira vez.
-Olha, todos são bem importantes, mas o mais importante mesmo...
-Sou eu! -Harry gritou, interrompendo a fala do garoto.
-Cala a boca projeto de gente! O mais importante sou eu!
-Sempre modesto. -Gabrielle disse, revirando os olhos.
-Ser modesto é coisa de idiota, tem que ser sincero mesmo! E cade o Dr. Jackson, quero ser liberado logo!
-Estou aqui. - o homem respondeu. Ele era um pouco maior que Elisa, porem menor que Harry. Seus cabelos eram grisalhos, o que Thomas achou bem legal, já que tinha duas cores misturadas, diferente do de sua mãe, que eram separados. O menino notou as olheiras do médico e a quantidade de linhas em sua testa e no canto dos olhos.
-Você só vai fazer alguns exames depois vai pra casa.
-Então vamos logo pra esses exames.
Thomas se levantou e olhou para seus braços que estavam expostos naquela roupa de hospital, sua pele era meio estranha, um pálido que parecia doente, não algo quase brilhante como a de Gabrielle.
Thomas saiu pela porta do quarto seguindo o médico. Ele se surpreendeu com o tanto de luz que veio no corredor, era tão forte que ele teve que fechar os olhos por uns cinco segundos e foi seguindo o médico como ele normalmente fazia, ouvindo.
Depois de pouco tempo ele abriu os olhos e começou a observar as coisas e pessoas. Muitos médicos e enfermeiros tinham a aparência cansada e andavam rápido. Eram poucos os pacientes que estavam ali, a maioria estava em cadeira de rodas, sendo levados a outras salas.
O lugar era chato, cores chatas, formatos chatos e pessoas que poderiam ser legais, mas enquanto corriam não mostravam nenhuma expressão facial, o que o menino considerava chato.
-Thomas! -Dr. Jackson chamou o garoto, pois enquanto o mais velho entrava na sala o outro tinha continuado a andar.
Thomas voltou alguns passos e então entrou na sala que tinha vários aparelhos grandes e que ele nunca descobriria pra que servem se alguém não explicasse a ele.
-Sente ai. -O médico disse apontando para uma cadeira.
Thomas se sentou enquanto tentava se convencer de que não precisava ter medo do que estava por vir. Ele já conseguia enxergar e um exame não vai tirar essa capacidade dele.
-Ta nervoso é? -Dr. Jackson perguntou com de superioridade e um sorriso falso nos lábios.
Thomas pensou em mil respostas que ele acreditava ser o suficiente pra calar o médico em segundos, mas o que saiu de sua boca foi bem diferente de seus pensamentos.
-Talvez eu esteja sim nervoso, e se eu estiver isso não é nada com que você tenha para se satisfazer! Eu realmente queria saber o que de tão ruim aconteceu pra você ser escroto a esse ponto, por que se for algo realmente ruim eu juro que nunca mais vou reclamar do seu jeito de ser!
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As cores
RomantikComo um garoto com apenas 16 anos podia ser tão frio? Thomas é um garoto cego, que não se importa nem um pouco com o sentimento das outras pessoas e não acredita em amor ou qualquer sentimento bom que o mundo possa oferecer.