Loris nunca vira algo mais bonito do que o castelo de Porto Real, era gigantesco, com suas paredes de marmores a construção chamava muita atenção.
Por dentro as paredes também eram de marmore, o seu chão era de pedra perfeitamente batida, nos corredores nobres conversavam diante das janelas em forma de losangulo, criadas corriam de um lado para o outro, haviam centenas de quartos no castelo, um mais belo que o outro. Em cada corredor existia uma escadaria que levava a quartos e salas diferentes, Loris mal teve tempo de apreciar toda a beleza do castelo, o trabalho a chamava.
- Loris, venha comigo. Você irá servir vinho a rainha e suas damas de companhia. - Becca andava a passos largos, gesticulando para que Loris a seguisse.
Elas passaram por diferentes corredores até chegarem ao seu destino.
- Não diga nada, a Rainha tem uma má reputação pelo seu humor. - Avisou uma criada que caminhava junto a elas.
As três pararam sua caminhada diante de uma porta de madeira, a criada entregou a bandeja pra feiticeira e deu-lhe boa sorte.
A porta se abriu e Loris entrou timidamente com a bandeja, as mulheres que se encontravam lá pareceram não notar a presença de Lori. Todas ergueram suas taças para que Lori servisse o vinho.
As damas estavam sentadas em uma pequena mesa de madeira, a rainha Elizabeth estava de pé olhando atraves da janela.
- ...Eu me casaria com o papa, ele é um dos homens mais influentes de Meletron. - disse uma dama.
Elas usavam vestidos perfeitos de seda, a rainha usava um vestido muito semelhante do que usara no desfile, contudo, a cor era diferente, era de um azul claro com pequenas pedras de diamante presas ao tecido. O decote ainda chamava muita atenção.
- O papa não pode casar sua idiota, ele tem um juramento de castidade, ou sei lá o que. - Justificou uma dama de sobrancelhas avantajadas.
- Se eu fosse virar papa eu teria uma otima despedida de solteira, dormiria com diversos homens. - Disse uma jovem que parecia demasiadamente com a rainha. - Até o rei Viktor estaria sujeito á minha cama.
Loris ficou pasma com a coragem daquela garota, falar aquilo na frente da esposa do rei era completamente loucura.
- Clarissa, irmãzinha, todos nós sabemos que você quer dormir com o meu marido. - diz a rainha entediada. - Ele é todo seu.
As damas gargalharam docemente.
Loris sempre pensou que as nobres eram educadas e que não podiam ter esse tipo de conversa, ao que parecia estava errada.
A feiticeira fingia que limpava um pequeno armário para ouvir a conversa.
Clarissa deu um gole em seu vinho e disse:
- Eu sei! porque você está afim do....
- Calada! - gritaram as damas em conjunto. em seguida elas se viraram furiosas para Loris.
- Você já nos serviu, então porque continua aqui? - indagou a dama de sobrancelhas grossas.
- Você gosta de ouvir conversas? - gargalhou a rainha antes de dar um grande gole em seu vinho. - Mandarei cortar suas orelhas e darei para os cães no jantar!
- Acalme-se Beth, ela deve ser uma das novas criadas de Floren. - Disse Clarissa pacificando.
- Sim, eu sou. - Justificou-se Loris com a voz trêmula.
- Floren, a cidade das camponesas burras. - A dama de antes gargalhou solitaria.
Elizabeth queimou os olhos em sua dama de companhia.
A dama baixou a cabeça para seu calice de vinho e deu um pequeno gole tristonha.
- Os olhos delas são lindos, você poderia os arrancar também, Elizabeth. - A ideia da sobrancelhuda parecia ter sido admirada pela rainha que sorriu batendo palminhas.
- Se ela continuar como uma estatua nesta sala, eu o farei. - diz Elizabeth entredente.
- Me desculpe! - Loris correu para fora da sala e fechou a porta atrás de si. Do lado de fora, Ela pôde ouvir a gargalhada aguda das damas.
Ao se encontrar com Becca contou tudo que aconteceu, ela compreendeu e disse que a Rainha em breve iria se esquecer do que aconteceu.
- Tenho mais um serviço pra você.
*
Lori teria que servir uns nobres ao lado de fora do castelo. Já sabia como funciova, servir o vinho, e se retirar de fininho. Parecia facil.
- O vinho chegou, amigos. - Avisou um nobre que já parecia embreagado. Os homens ergueram suas taças para que Loris despejasse o vinho nelas, ela rapidamente o fez com eficacia.
Os homens estavam sentados sobre algumas cadeiras espalhadas pelo jardim, eles mostravam suas espadas uns aos outros e contavam suas historias de batalhas.
Lori já estava por sair de fininho daquele lugar quando uma mão a segurou com força.
- Lembra-se de mim? - Falou um homem no ouvido de Loris, ela se arrepiou de medo, não precisou se virar para saber quem era. Era o homem de armadura dourada. - Já está pronta para me contar como controlou aquele Selgen?
- Eu não sei do que você está falando! - Lori se virou e encarou o homem com fervorosidade.
- Tem certeza? Posso contar ao rei agora o que aconteceu, os guardas irão te revistar e tenho certeza que encontrarão,algo. - Ele olhou fixamente nos olhos de Loris. - Seus olhos são lindos, você sabia?
Lori ignorou o comentario e seguiu com sua desculpa:
- Olha, eu não sei como aquele selvagem não me matou, mas dou graças a deus por estar viva. Por favor, esqueça o que viu...
O homem ficou pensativo.
- Talvez tenha um jeito de me fazer esquecer - ele olhou maliciosamente para Lori. - Uma noite comigo. Pago quanto for. Você é muito bonita pra ser uma criada.
- Vai pro inferno! - A feiticeira acertou uma cuspida bem na cara do homem.
Sem espressão alguma, Ele limpou a saliva com a gola de seu traje.
De repente, o homen começa a fazer uma forte pressão sobre o braço de Loris, ele aperta com toda força, Lori gemeu de dor em suplica.
Aquele homem era demasiadamente forte, se Loris continuasse mais tempo presa a ele, o nobre poderia quebrar seu braço.
- Alguem me ajude! - gritou entre a dor. - Aaai!
Os nobres que estavam perto saíram sisudos do local ignorando o pedido de Loris.
- Me solte, seu canalha! - gritou agora mais alto ainda.
Um feixe de memoria enche a mente da jovem, o feitiço que ela havia lido no diario da vovó, tinha que funcionar!
- Dilusion! - Falou o feitiço dolorida
A dor era insuportavel, parecia que não ia acabar nunca.
Algumas gramas no chão esticaram-se prendendo o homem entre suas vinhas. Ele se sustou e soltou rapidamente o braço de Loris. A grama apertava o homem com o dobro de força que ele tinha usado nela.
A feiticeira olhou friamente para o homem á sua frente.
- Queime no inferno!
E saiu com pressa daquele lugar, com seu braço latejando de dor, ela deixou o castelo e correu em despero para sua casa na Periferia.
Ao que parecia aquele homem era importante na côrte, iriam investigar á morte dele. Lori não aguentaria mais um dia naquela cidade, iria voltar para Floren onde era sua casa. Aquele lugar era para loucos. O rei já não podia protege-la. Ele mal sabia de sua existencia.
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A Rainha Feiticeira [Em Revisão]
FantasiEla sempre foi uma doce menina, e então porque começou a matar? O sonho de Loris sempre foi ser da realeza, ser uma rainha. Ela era uma feiticeira, mas ninguem disse que não poderia ser os dois. Feitiços, intrigas, mistérios, tudo isso com uma peque...