Alice no país das maravilhas?
Não amiga, definitivamente não, mas isso não significa que seja tão ruim assim.
Acho que já deu para notar que meu nome é Alice, tenho 25 anos, um filho lindo de 7 e com certeza muito azar no amor.
Exatamente, grávida a...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O guarda segue a postos ao lado do carro do Joaquim, que aperta o botão na porta do motorista fazendo o vidro baixar. Eu estou tão petrificada que sequer consigo sair do seu colo. Parece que todos os constrangimentos do universo decidiram ocorrer comigo, o que reforça ainda mais aquela ideia do catálogo na minha linha de produção.
- Ela já vai sair autoridade. - Suas palavras são como um antídoto e eu finalmente caio em mim, voando para o banco do passageiro. Eu juro que nunca diz ginástica artística, mas eu dei um pulo digno de record olímpico. O policial nos observa atento, ele é um senhor grisalho, relativamente alto e meio acima do peso. Se sua farda fosse vermelha eu diria que certamente ele poderia fazer um bico de Papai Noel no Natal.
- Vocês estavam? - Ele pergunta lançando um olhar reprovador.
- Comemorando.- O Joaquim diz com um sorriso orgulhoso em seu semblante e eu nem quero imaginar o que este doido vai falar.
- É eu reparei a festinha que os senhores estavam fazendo em plena via pública.- O policial diz levantando uma das sobrancelhas.
- Eu peço perdão pela euforia desta linda dama, mas o senhor tem que compreender que não é todo dia que um casal comemora um pedido de casamento aceito. Eu não sei nem descrever o que eu estou sentido agora, só posso dizer que ela me fez o homem mais feliz do mundo.- E o Forest Gamp me olha todo apaixonado, acariciando minha mão que estava apoiada em minha coxa. Ele a leva até sua boca e deposita um beijo leve, dando uma piscada para mim.
- Eu imagino garoto, esta semana eu farei 50 anos de casado.- O policial acaba confidenciando, com um olhar mais amistoso. Por sua vez o Joaquim que não é nada bobo se aproveita da situação.
- Olha que lindo meu amor! Eu tenho certeza que eu também falarei de você de uma forma tão apaixona após meio século contigo meu anjo. Como é o nome da sua bela esposa?
- Estela.
- Um belo nome.
- Tão belo quanto ela. Mas eu tenho que reconhecer que além de linda ela sabe ser um fera com este pobre homem de farda.
- Ah, eu posso dizer o mesmo meu caro. Você não tem ideia do pulso firme da minha pequena Alice.
- Eu imagino, a minha Estelinha era ruiva também.
- Elas são terríveis!
- Ei. - Eu repreendo o Joaquim, dando um olhar nada amigável para ele, completando com um tapa na sua coxa.
- Eu não disse! - O Joaquim fala com um sorrisão no rosto olhando para o policial, que dá dois tapinhas no ombro dele em nítida solidariedade masculina.
- Eu te compreendo meu jovem. Só que da próxima vez tentem deixar as comemorações para ambientes mais reservados.
