Episódio VIII

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"Eu sou um lobisomem."

Se tinha uma coisa que eu não acreditava era em lendas e contos de fadas, sei que depois de tudo que presenciei noite passada deveria me fazer acreditar mas não me cabia na cabeça "lobisomem". Não sei por quanto tempo eu fiquei encarando Augusto de um jeito estranho mas ele me despertou do transe perguntando se eu estava bem.

Eu - Hã...sim, estou sim mas...isso...é conto de fadas! - me afastei dele.

Um breve sorriso ele deu mas logo o desfez assim que viu que estava mesmo assustado.

Augusto - Não se assuste, eu não irei te machucar pode acreditar.

Eu - Obrigado por cuidar de mim,mas, tenho que ir - disse tirando as cobertas de cima de mim.

Augusto segurou em meu braço não de um jeito bruto mas sim cuidadoso.

Augusto - Consigo ouvir seu coração acelerando - disse sério - você ta com medo de mim e não adianta mentir que eu saberei.

Eu - Estou, e muito, deixa eu sair daqui. - disse engolindo o meu medo.

Augusto - Você não sairá daqui até eu te contar tudo.

Ele me olhava ainda sério, sua mão ainda me segurava, pensei por uns segundos e queria SIM uma explicação para tudo, mesmo que a realidade fosse assustadora, quando olhei para a mão de Augusto ele a tirou devagar mostrando que não ia me machucar.

Augusto - Contos de fadas existem sim Victório mas eles não são como nas história, a verdade é mais obscura. - senti um arrepio na espinha. - Você já conhece a história do lobisomem, somos metamorfos consideravelmente perigosos, podemos transformar outros com apenas uma mordida ou um arranhão fundo o bastante.

Eu - E onde eu entro nessa história?

Augusto - Você corre perigo Victório! Aaron já sentiu meu cheiro em você.

Eu - O garoto que me sequestrou - disse mais para mim do que para ele.

Augusto - Isso, agora ele irá tentar te matar.

Eu - O que? mas eu não fiz nada pra aquele maluco.

Augusto - Ele irá fazer isso por minha causa - pude sentir na sua voz um arrependimento - lembra do ataque do lobisomem na festa? - fiz que sim com a cabeça - Era ele.

"Por isso que ele foi atrás de mim na escola - pensei."

Augusto - Não podia deixar ele te machucar, então ele acha que te machucando poderá me atingir.

Eu - Tenho tantas perguntas sem resposta. - disse estupefato com tudo que havia escutado.

Augusto - Não posso te contar mais que isso, pelo menos ainda não.

Eu - Por que?

Augusto - ficaria chocado com tantas informações. Sinto muito Victório.

Eu - Pelo que?

Augusto - Por te colocar nesse mundo sobrenatural.

Ele baixou a cabeça segurou minha mão. Não sabia o que dizer, sem querer acabei me envolvendo naquele mundo e agora estava correndo perigo.

Eu - Não se desculpe, não tinha como você saber.

Ele olhou para mim e não consegui desviar o olhar, algo em mim despertou querendo muito pular em cima dele e o beijar, me aproximei um pouco e ele recuou caindo da cama.

Eu - Ta bem? - fui até a ponta da cama e o vi sentado no chão .

Augusto - Sim é que...preciso que guarde meu segredo e não conte para ninguém - disse coçando a nuca.

Eu - Você tem minha palavra.

TRIIMM,TRIIIM

Meu celular vibrava escrito Pai na tela de chamada, fiz sinal para Augusto não dizer nada e atendi.

- Victório!

Eu - Oi pai

- OI PAI?É ISSO QUE VOCÊ ME DIZ?ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ GAROTO?!

Eu - Pai, calma eu to bem.

- TE LIGUEI MIL E UMA VEZES E NADA DE VOCÊ ATENDER, TEM CELULAR PARA QUE?

Eu - É que houve uns acontecimentos, estou na casa de um amigo.

- QUE AMIGO?EU CONHEÇO?VENHA AGORA PARA CASA!

- Eu tenho que ir agora pai, eu estou bem e depois te ligo, tchau.

Ele foi dizer algo mas já tinha desligado.

Augusto - Ele deve estar muito preocupado com você.

Eu - Eu sei, depois invento uma história para ele.

Levantei da cama e fui direto para a janela, era uma das vistas mais bonitas que já tinha visto, havia um caminho de pedras com árvores dos dois lados e com a luz do sol tudo ficou melhor.Me espreguicei e percebi que não estava com minhas roupas, vestia uma camiseta tamanho GG e um short.

Eu - Que roupas são essas?

Augusto - São minhas - disse com a cara de pau.

Eu - E quem foi que botou em mim? - disse com raiva.

Ele soltou um riso curto e veio perto de mim.

Augusto - Não se preocupa, não estava olhando para seu corpo. - senti minhas bochechas esquentarem.

Não pensei direto e fui desferir um tapa nele mas ele foi mais rápido e segurou minha mão.

Augusto - Ooh irritadinho, seja mais rápido. - ele me desafiava.

Puxei minha mão e tentei de novo,novamente ele segurou mas dei uma rasteira nele que foi com tudo no chão com cara de surpresa.

Eu - Eu sei me defender.

Augusto - Vem, vou te levar para casa.

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Pai - VOCÊ ESTÁ DE CASTIGO DURANTE 1 MÊS, NÃO IRÁ A LUGAR NENHUM QUE NÃO SEJA DA ESCOLA PARA CASA!

Eu - Mas pai...

Pai - SEM MAS! - disse saindo do meu quarto batendo a porta com força.

Unbroken Wolf (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora