II

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Oi, como vai?
Cá estou eu, com o segundo capítulo. Um dia atrasado, mas tá tudo bem ~espero~.
Em plena quarentena, escrever é uma das coisas que mais está me distraindo e espero que ler tenha o mesmo efeito pra vocês.
Lembrando: se possível, fique em casa ♡
Se vocês estiverem gostando da história, favoritem, comentem e recomende pra alguém que você ache que vai gostar também, isso vai me ajudar MUITO!!
Boa leitura, espero que gostem!

Luv,
Millie

Se tem uma coisa que aprendi hoje foi: se sua mãe quiser te comprar com sapatos, você vai acabar cheia de salto alto.

O que não é tão ruim. Na verdade, eu acho a coisa mais linda. Quero dizer, passar horas com um sapato desconfortável nos pés não é tão bom, mas esse não é o principal motivo de eu não usar tanto salto. Na verdade, meus 1,70 e tanto de altura que me impedem. Dependendo do tamanho do sapato, fico parecendo um avatar.

Mas eu não tinha muito que reclamar, já que, depois dos calçados, ela me levou para comprar roupas e eu iria pra São Paulo com o guarda-roupa renovado. Com certeza isso foi suficiente para me distrair e esquecer qualquer plano rebelde que tinha em mente — tipo, sei lá, raspar a cabeça num estilo Britney Spears.

Nós também paramos para lanchar em alguma lanchonete local depois de eu praticamente implorar. Fazer compras acabou me dando muita fome.

Mas, depois de analisar os fatos, percebi que aquilo realmente estava estranho. Não sei o porquê, acho que pela forma que minha mãe estava agindo, por mexer tanto no celular (e olha que ela vivia reclamando de mim!) e ficar sempre atenta quando uma mensagem chegava no meu.

Não me aguentei e perguntei a ela o que estava acontecendo.

— Anh? Como assim, Charoline? — foi o que ela respondeu quando questionei, me olhando com seu olhar meio desconfiado.

Fiz o máximo de esforço para não revirar os olhos, porque era óbvio que tinha alguma coisa por trás de tudo aquilo.

— Por que você está fazendo tudo isso? Parece muito estranho, como se você e o papai estivessem querendo me comprar. — tentei ser o mais sutil possível, mas não funcionou. — Porque, sinceramente, essa não é a melhor forma de me convencer a ver o lado bom dessa mudança.

— Te comprar, Charoline? Jura que você pensou isso da gente? Era só o que me faltava! — ela me perguntou com tom de mágoa na voz e me senti culpada no mesmo instante.

Tudo bem, eu tinha razões - que não eram poucas - para pensar aquilo, mas nem sempre significa que é verdade.

— Por acaso é errado querermos que você vá feliz nessa viagem? Sei como deve ser difícil deixar tudo o que você conhece pra ir morar numa cidade grande como a Capital, e tentei amenizar isso pelo menos deixando você mais confortável com seu estilo, para não se sentir "para trás". Achei que você fosse mais agradecida, mas vejo que estava enganada. — ela continuou o discurso de culpa, só me fazendo ficar pior.

Claro que eu era muito grata a eles por tudo, mas era no mínimo estranho ganhar tantas coisas em um período tão curto de tempo. Tudo bem, era normal ela querer que eu vá para a Capital satisfeita com - pelo menos - um aspecto da minha vida, só que ainda assim...

— Ah, mãe, desculpa. Eu só- só estranhei... — falei, sem olhar para ela.

— Tudo bem, vamos encerrar esse assunto. Não quero me estressar ainda mais.

Comemos em silêncio, eu por estar com vergonha, minha mãe por... não sei. Acho que ela só não queria falar com a filha ingrata dela no momento. Mas não a julguei; se fosse ela, faria o mesmo. Então, resolvi falar com a Amanda.

De Pernas Pro ArOnde histórias criam vida. Descubra agora