Capítulo 20

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‘Com olhos, corpos e mentes cansadas: nós dormimos’.


"Às vezes as pessoas fazem jogo duro, porque precisam saber se o sentimento da outra pessoa é real."
- Brooke Davis.

- Arthur?! - a voz de Lua saía esganiçada ao tocar a maçaneta da porta com as pontas dos dedos. – Por favor, me responde... Arthur! – a porta foi então aberta bruscamente, assustando a garota.
- Eu pensei que tivesse deixado bem claro – Arthur disse sem olhá-la, a voz baixa e fria. – Mandei você ficar longe de mim.
- A gente precisa conversar... – Lu disse falhamente ao esticar a mão em direção ao garoto. – Você precisa...
- EU NÃO PRECISO FAZER NADA – os olhos de Arthur focalizaram os da menina, e ela então viu... O ódio e rancor que ali dentro agora existia. – Você é quem precisa entender que eu não quero mais te ver, não quero falar com você, não quero nem ouvir seu nome.
- Não faz isso comigo – ela suplicou aos sussurros, Arthur apenas balançou a cabeça em negação e saiu do apartamento, batendo a porta com força.

[N/A: Coloquem para carregar: Wait. Escutem a música quando for pedido, faz toda a diferença, acreditem.]

Flashback

Podia culpar a bebida. Podia culpar o ressentimento. Poda culpar a raiva.
Mas quando Lua abriu os olhos e focalizou os de Arthur, arregalados de pura surpresa, horror e ódio, ela soube que nada justificava o fato de estar nua. Nua na cama de Nick. Nua na cama de Nick e com o próprio adormecido, também nu, ao seu lado.
Sua primeira reação foi puxar o lençol contra seu corpo; sentindo os olhos lacrimejarem ao olhar Arthur balançar a cabeça em negação e virar as costas para a porta aberta do enorme quarto de Nick.
- Arthur... – ela ouviu a própria voz sussurrar em desespero.
- Cala a boca – o garoto virou rapidamente falando baixo, o olhar congelado. – Não se atreva a falar comigo...
- Eu... Eu não lembro o que aconteceu... Eu estava bêbada – Lua disse desconexamente ao levantar da cama, enrolada ao lençol azul petróleo.
- Bela desculpa... Mas eu não quero saber... Eu não quero ouvir – Arthur disse, olhando Nick dormindo na enorme cama. – Fica aí com o seu... Com ele.
- Ele não é nada meu... Eu só vou me vestir e... – a garota gaguejava ao se aproximar do namorado.
- Nem mais um passo – ele disse esticando a mão, na intenção de impedi-la de chegar mais perto. – Fica longe de mim... Pra sempre. – Arthur finalmente olhou Lua nos olhos, fazendo as lágrimas, que a garota lutava bravamente para não derramar, caírem instantaneamente. Lua viu uma mistura de sentimentos passarem pelos olhos do garoto quando ele viu suas lágrimas: pena e rancor. Ele simplesmente virou as costas, descendo as escadas; deixando Lua naquela casa silenciosa, enrolada em um lençol, naquela manhã chuvosa, chorando compulsivamente sozinha num corredor.

***

- Lu? – Nick disse sonolento quando acordou e se deparou com a garota sentada no chão, devidamente vestida, e segurando um único pé do scarpim vermelho que usava na noite anterior. – Você... Você tá chorando? Lu?
- Eu só quero... Quero o meu sapato! – a garota disse entre soluços, quando Nick levantou e andou em sua direção, usando somente uma cueca preta; Lua fechou os olhos e balançou a cabeça. – Nicholas, não... Eu só preciso do meu sapato...
- Lu, escuta... Nós precisamos conversar sobre noite passada – o garoto ajoelhou na frente de Lua, limpando algumas lágrimas que caíam dos olhos da menina.
- Noite passada foi... Foi um erro – ela afastou a mão dele de seu rosto. – Eu bebi... Eu senti raiva da Ashleigh por te fazer sofrer... Eu só queria esquecer que o Arthur estava com a Sallie... Eu só queria me distrair da dor... Eu sinto muito... Me desculpe...
- Eu não tenho o que desculpar – Nick a ajudou a levantar, sua voz não transmitia emoção alguma. – Não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que você me usa pra afetar o Aguiar.
- Nicholas...
- Aqui o seu sapato – Nick a interrompeu ao achar o scarpim vermelho debaixo da cama. – E é sério, não se preocupe comigo, afinal estou indo pra L.A. daqui dois dias...
- Eu realmente... Sinto muito – Lua sussurrou quando mais lágrimas desceram por seu rosto; calçou o sapato e foi em direção à porta. – Eu sei que estraguei tudo... Mas eu quero que saiba que você é uma ótima pessoa... E quem sabe algum dia, possamos ser amigos de verdade.
- Algum dia... Quem sabe.

A Garota Da Porta VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora