Constança tinha feito anos numa sexta-feira e o grande encontro estava marcado para segunda-feira. Entretanto, como já era de esperar, os dois continuaram a falar todos os dias a toda a hora. Constança como era uma pessoa de grandes pensamentos sobre o que podia ou não acontecer, se acontecesse isto o quê que fazia, etc, não conseguiu tirar a cabeça do assunto. Já tinha experimentado mil e um conjuntos com peças de roupa amigas emprestadas outros de primas, outros dela, já tinha ido às compras, enfim, já tinha experimentado tudo o possível e não conseguia tirar a sua cabeça de Duarte.
Já o rapaz estava igual, mesmo sendo rapaz, já tinha experimentado conjuntos de como ficaria a camisa branca com as calças bege, se levaria os sapatos brancos ou os pretos, se ela iria preferir os seus adidas ou outros, se levava polo ou camisa, etc... Até já tinha ido ao cabeleireiro cortar o cabelo porque Constança tinha dito que gostava mais do seu cabelo curto. Enfim, estava irreconhecível.
Ambos não conseguiam sequer pensar em poder pensar noutra coisa sem ser o seu tão esperado encontro.
Chegou domingo à noite e Constança despediu-se de Duarte muito mais cedo do que o normal porque precisava do seu sono de beleza: " Bem, eu tenho de ir andado. Preciso de dormir bem para amanhã estar bonita para ti" disse ela. Ao que ele respondeu: " Precisas de dormir para ficar bonita? Que mentira! Estás sempre linda." Constança leu a mensagem e foi dormir. Como já era de esperar não conseguiu adormecer logo. Já Duarte para se preparar preferiu também ir descansar.
Segunda-feira: encontro- almoço 13:30.
Constança (09:30) acordou cedíssimo para se preparar, duas das suas melhores amigas invadiram a sua casa, com a excitação toda para a ajudar.
Duarte (10:30) tomou o pequeno-almoço e não tinha vestido ainda a roupa indicada para não sujar nada, não podia aparecer com nódoas.
Constança (11:15) ainda sem a roupa certa, tomou banho, alisou o cabelo, deixou o dinheiro pronto ao pé de mala, caso fossem a algum sítio em que precisasse de pagar alguma coisa, esteve com as amigas a falar de Duarte e até que chegou a hora para se preparar.
Duarte (12:30) apanhou o autocarro para chegar à paragem de metro e foi até casa de Constança para a ir buscar. Estava a suar das mãos de tanto nervosismo. Ainda não estava em si, que o tão ansiado dia tivera chegado.
Constança (13:14) expulsa as amigas de casa, veste-se, passa de novo uma escova no cabelo, lava os dentes, calça-se, bebe água para acalmar os nervos e senta-se no sofá para acalmar.
13:27- a campainha toca. Constança vai à porta e diz pelo intercomunicador a Duarte que desce já. Toda contente da vida, desce elevador e quando chega cá a baixo está Duarte de polo preto com calças bege, stan smith e com aquela sua cara à qual ela não resistia. Constança pasmada, imaginou, exatamente como Duarte estava vestido o "rapaz ideal", nem queria acreditar. Duarte quando vê Constança fica de boca aberta e apenas tem ar para dizer um "Uau!". Ela cora. Cumprimentam-se e Constança pergunta como será o seu dia. Duarte responde que tem tudo planeado na sua cabeça e que vão dar uma volta por Lisboa. Sabia lá ela onde iam e sabia lá que Duarte tinha falado com algumas das suas melhores amigas para saber quais os seus sítios preferidos em Lisboa. Começam por ia ao Chiado, e ao tão conhecido starbucks que ela adorava. De seguida seguem para ao pé do rio e almoçam por aí. Entram no planetário e vêm um dos espetáculos. E acabam o dia na linha de água a lanchar.
Constança sem perceber como é que Duarte sabia de tudo o que ela mais gostava perguntou-lhe. E ele respondeu: " Digamos que as tuas amigas são muito fixes!" Constança anuiu e sorrio. Até que começaram a falar de como ele estava giro e que tinha cortado o cabelo, etc. Até que, sem Constança estar à espera, Duarte diz-lhe que nunca tinha gostado de ninguém como dela, que parecia que não se reconhecia. Constança apenas lhe deu a mão. Estavam deitados num parque a olhar para o céu até que ela se sentou e disse: " Sabes, nunca pensei que a pessoa que eu sempre quis existisse mesmo, mas aqui estás tu." Sem se reconhecer a ela própria o seu único reflexo foi beijar Duarte e aí ficaram. Acabou-se o dia e Constança, insatisfeita por ter acabado voltou a casa, sem acreditar no que tinha acontecido.
Duarte, não conseguia parar de sorrir, tudo lhe parecia carinhoso e isso fazia-lhe lembrar dela.
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O improvável
RomanceEle era de curtes, rapaz da escola publica, ela achava isso tudo ridículo, era a menina do colégio. Ele surpreendeu-a, ela adorou e tudo aí começou.