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  Luke estava entediado. Estava sentado na mesma cadeira preta há meia hora, olhando a mesma recepcionista e o mesmo chão branco.

Ele já se sentia louco.

- Luke Hemmings - a mulher o chamou, e ele quase gritou um "amém" de volta. Não que ele fosse religioso.

Se levantou e andou até a recepcionista, com um sorriso forçado que vinha carregando desde que saíra de casa.

- Tem certeza de que quer fazer isso? Você é jovem, tem tanta coisa para viver... - ela dizia, enquanto o entregava um formulário.

- Estou sendo obrigado a fazer isso. Não me faça querer sair correndo. - respondeu, preenchendo o papel. - E, aliás, não deve ser tão ruim.

- Ah, filho... Não seja ingênuo. - ela ironizou, pegando o papel da mão do jovem. - Vamos. Tem alguns loucos te esperando.

* * *

Luke Robert Hemmings, respira. Respira. Relaxa. São só pessoas., Luke dizia para si mesmo enquanto passava pelos corredores brancos, vestindo um jaleco branco.

Tudo naquele lugar era branco.

Respirou fundo e entrou em uma sala de estar, checando se estava tudo bem. Para sua surpresa, apenas viu alguns adultos sentados lendo livros, ou idosos tricotando.

Aquilo realmente era um hospital psiquiátrico ou ele era quem estava ficando louco?

Quando se virou para sair trombou com um médico, derrubando sua plaqueta e alguns papéis.

Ótimo jeito de começar, Luke!, pensou.

- Me desculpa... - pediu, se abaixando e pegando os papéis para o homem, que só então ele percebeu ser Ashton.

Tentou evitar um revirar de olhos, o entregando as folhas.

- Oh, olá, Luke! Há quanto tempo está aqui? - Ashton perguntou. Por que ele estava sempre tão animado?

- Não sei, vinte minutos? É, isso mesmo.

Ashton era um amigo de sua mãe. Ele foi o filho da mãe que fez Liz colocar o filho nessa coisa de voluntário. Ele era um idiota.

- Já que acabou de chegar, que tal fazer um tour pelo hospital?

Ah, não. Não, não, não...

- Claro. Eu adoraria conhecer o local. - Luke sorriu, e Ashton sorriu de volta, o mostrando onde ficava cada lugar.

Merda! Por que ele tinha que ser tão educado?

* * *

Depois de visitar todos os locais possíveis dentro daquele lugar, Luke já tinha certeza de que realmente aquilo não era um hospital.

Era o inferno.

Tudo era branco, as pessoas falavam sozinhas e Ashton estava lá. Pronto. Inferno.

- E aqui acabamos nosso tour, Luke Hemmings. Pronto para começar? - Ashton perguntou, e Luke jurava que ia esganá-lo a qualquer momento, mas apenas assentiu.

Estavam parados no refeitório, o único lugar silencioso daquele hospital.

E só estava assim porque não tinha ninguém.

- Agora, o que você tem que fazer é... - Ashton começou a dizer, mas parou quando ouviu alguém gritando seu nome.

- Doutor! Doutor Irwin! - gritava uma enfermeira, correndo na direção dos dois.

Quando ela parou na sua frente, respirou e começou a falar novamente.

- Doutor, é o Michael de novo. Ele está trancado no quarto, gritando. Não conseguimos abrir a porta. Vamos, rápido! - ela o puxou pelo braço, correndo.

Luke não sabia porquê, mas os seguiu. Eles pararam em frente a uma porta, onde uma pequena multidão se localizava. Todos pareciam aflitos e chorosos, enquanto Ashton batia na porta do quarto e pedia silêncio dos demais.

- Michael? Michael, abra a porta para mim. É o Ashton, lembra? Eu sou seu amigo. - sem resposta, apenas choramingos e sussurros.

Até que um estrondo soou, e todos se assustaram. Ashton começou a passar a mão pelo cabelo, nervoso.

- Se afastem. - avisou.

Respirou fundo e sussurrou contra a porta.

- Vai ficar tudo bem, Michael. Confia em mim. - e posicionou seu ombro, batendo contra a porta.

Uma vez.

Duas.

Três.

E a porta se soltou.

Todos se afastaram e Luke olhava paralisado para a cena a sua frente.

Ele parecia tão frágil.

Michael - como haviam dito - era um menino de aparentemente 14 anos. Tinha cabelos roxos e um rosto angelical. Tudo era branco naquele lugar, tirando o menino e suas roupas pretas.

E o chão vermelho, molhado com seu sangue.

Luke levou as mãos à boca, com os olhos marejados. Como uma criança poderia estar assim? Tão... mal?

Talvez ele fosse louco. Mas não parecia. Ele era um anjo.

Michael chorava e dizia coisas incompreensíveis, enquanto se batia.
O colocaram em uma maca e levaram para a enfermaria, o sangue ainda escorrendo de suas feridas.

Ele gritou algo que o mais velho não entendeu, então Luke não sabia dizer. Estava ocupado demais encarando a parede do quarto do garoto.

Ele havia escrito algo com sangue. Quando Luke se aproximou, pôde ler o que dizia e se sentiu pequeno.

"Você é louco como eu?"

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oioioi
essa é a minha primeira fanfic postada no wattpad, espero que estejam gostando <3
se estiver um lixo, me avisem didbsidbw

love u all

insane ➸ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora