Capítulo 01°

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Sofia

"Eu estava em um jardim, era lindo, todas as flores eram rosas da cor azul. É bem difícil achar uma rosa azul, porque elas basicamente não existem por conta própria, elas são criadas por variações genética... porém nesse jardim só tem rosas azuis, e são milhares delas. É surpreendentemente lindas. Um vento muito forte passa por mim, fazendo meus cabelos se agitarem, não só o meu cabelo, mas também as flores. O vento foi como um aviso, avisando que um temporal está próximo. Logo em seguida sou atingida por outra onda de vento, mais forte que a primeira, o que faz eu dar um passo a frente e quando fasso isso todas as flores murcham e ficam pretas, sem vida. Em meio aquelas flores murchas e sem vida, ficou uma, apenas uma flor azul. Fui até ela, agachei e quando toquei na flor ela instantemente ficou vermelha. A flor ficou em um tom vermelho sangue, que só de olhar me fazia arrepiar."

Abro meus olhos e os mesmo doem com a claridade do sol em meu rosto.

Eu estava muito suada e ofegante. Toda vez que tenho esse sonho acordo assim. Não é sempre que sonho e quando sonho sempre é o mesmo sonho. Me pergunto sempre do porquê o mesmo sonho... mas nunca tenho uma resposta coerente. Quando eu era pequena eu contei o sonho para minha mãe, e ela me disse que as rosas azuis significa mistério e a rosa vermelha significa paixão, essa era a explicação da minha mãe, uma explicação vazia a qual não fazia sentido algum para mim. Por que as rosas azuis morreram e ficou apenas uma? Por que quando toquei na última rosa azul ela se tornou vermelho sangue? Eu quero respostas, uma resposta lógica.

ㅡ SOFIA. ㅡ coloco o travesseiro no rosto.

Tão cedo e o Nathan já começou a gritar. Sento na minha cama e olho em volta analisando o meu quarto. Por que está cheio de caixas espalhadas por aqui?

ㅡ Droga. ㅡ dou um pulo da cama e vou até o banheiro.

Eu me esqueci completamente que hoje seria o dia em que iríamos nos mudar. Faz cinco meses que estamos morando em Lllinois no estado de Chicago, esse foi o período mais longo que ficamos em uma cidade. Pois é, eu e minha família sempre nos mudamos de uma cidade para outra e de um estado para o outro, está sendo assim desde que meus pais sumiram a mais o menos dois anos a trás.

Eu sempre pergunto ao meu irmão mais velho o por que que nós não podemos parar em uma cidade e construir raízes ou o por que nós não temos uma alcatéia, sendo que não somos ômegas e a pergunta que vem me assombrando a décadas, por que não podemos voltar para nossa alcatéia? Por que meus pais sumiram?
Mas a resposta dele sempre é a mesma, "não podemos confiar em ninguém, é para o bem de todos nós."

Isso me da muita raiva pois sinto que ele me esconde algo importante.

ㅡ Sofia sua pirralha, cadê você? ㅡ ouço a voz do Nathan em meu quarto.

Abro a porta do banheiro com a escova de dente na boca. Ele me olha sério com os braços cruzados e aquela cara de mandão.

ㅡ Eu acordei faz horas, só estava arrumando as caixas. ㅡ digo com a espuma da pasta de dente caindo.

ㅡ Não mente pra mim. Sei que acabou de acordar, as suas caixas está do mesmo jeito desde a semana passada, a sua cama tá revirada. ㅡ ele vai até minha cama e coloca a mão na mesma. ㅡ E ainda esta quente, sem contar que seu rosto tá mias amassado que as suas roupas. ㅡ reviro o olho.

ㅡ Você é muito chato. Qual é, não tenho direito de acordar tarde? ㅡ digo e cuspo a espuma que se encontrava na minha boca.

ㅡ Claro que você tem direito de acordar tarde, mas também tem que ter responsabilidade. ㅡ enxaguei a boca e lavo o rosto.

ㅡ Não começa com esse papo de responsabilidade Sr.Careta. Eu tenho responsabilidade sim. ㅡ digo e me jogo na cama.

ㅡ Você tem responsabilidade quando quer. ㅡ reviro o olho e rolo na cama e ele da um tapa na minha bunda. ㅡ Trate de ter responsabilidade agora. Levanta e termina de encaixotar suas coisas e coloque lá em baixo junto com as outras.

ㅡTudo bem. ㅡdigo.

Ele da um beijo na minha testa e sai do quarto. Levanto e começo a colocar o resto das minhas coisas na caixa. A cada mudança que fazemos mais aumenta a minha bagagem. Acho que na próxima vez que eu me mudar vou ter que desfazer de alguns pertences.

Eu estava sentada no chão fechando as ultimas caixas quando sinto algo subindo nas minhas costas.

ㅡ Tudo bem, fique calma. ㅡ digo a mim mesma tentando não surtar. Levanto com cuidado e vou até o espelho e me viro pra ver o que é. - HAAAA, JONATHAN HAAAAA. JEFFERSON.

ㅡ Sofia. ㅡ vejo o Jeff me encarando da porta. ㅡ O que foi?

Eu estava pulando feito uma doida, ele apenas ri e não faz nada.

ㅡ SEU IDIOTA FAZ ALGUMA COISA. ㅡ ele não para de rir. Deus eu mato esse moleque a qualquer hora, ele sabe muito bem que tenho pavor de aranhas.

Ele vem até mim e eu me viro impaciente.

ㅡ Fica quieta Sofia se não a aranha vai te picar. ㅡ ele diz se controlando pra não rir.

ㅡ Anda logo. ㅡ digo impaciente.

ㅡ Olha aqui sua amiga. ㅡ ele me mostras aquele trem em sua mão.

ㅡ Tira isso de perto de mim. ㅡ digo apavorada e ele começa a rir.

ㅡ Tem tanta coisa pra se ter medo e a dona Sofia Lattanzi tem medo de uma aranha. ㅡ ele diz e sai rindo.

Não tenho pavor só de aranhas, tenho pavor de qualquer inseto que seja peludo. Morro de medo... digo nojo.

Pego as caixas e levo tudo para baixo, colocando em cima das outras.

Já tinha uns caras pegando as caixas e colocando no caminhão. Vou lá para fora e vejo o Nathan e o Jeff supervisionando. Vou até eles.

ㅡ Já trouxe tudo medrosa? ㅡ fala o Nathan em um tom brincalhão e o Jeff ri e eu reviro o olho.

ㅡ Já. ㅡ digo cutucando ele. ㅡ Nathan. ㅡ ele me encara. ㅡ Você ainda não me disse para onde vamos dessa vez.

ㅡ New York. ㅡ ele sorri. ㅡ  Vamos nos mudar para New York.

O Supremo Alpha 2°- DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora