Polônia Atacada

100 6 2
                                    

Ninguém sabia que haveria uma Segunda guerra Mundial, estava claro que sim, mas não daquele tipo, 70 milhões de mortos. Meu nome é Nick, estive na 2ª Guerra Mundial defendendo a Inglaterra e depois os Estados Unidos. Queria estar na América naquele momento, mas estava na Polônia em 1o de Setembro de 1939, o ano em que teve início a Grande Guerra.

Eu estava passeando em um parque no centro da cidade, e queria estar feliz, porque em 20 dias completaria 32 anos, mas não podia. Sinceramente, tinha medo da Alemanha, ela já havia matado tantos Judeus por um ideal idiota.

De um lado da rua eu observava um menino jornaleiro. Provavelmente era pobre. Cheguei a ele e ofereci algum dinheiro:

–Mas senhor, não preciso – Disse o garoto

–Pegue esse dinheiro, eu não...

Eu iria acabar a frase quando escutei um bombardeio, estavam atacando a cidade, e pior ainda, tratavam-se dos Nazistas. Quando percebi, soldados estavam invadindo e atirando para todos os lados.

Agarrei o menino e corri. Em algum momento pude sentir um tiro queimando minha coxa. Podia ter caído, mas meu instinto de sobrevivência era maior. Enquanto segurava o garoto, o vi chorando, pedindo onde estava a sua mãe que havia ficado para trás, naquele bombardeio.

Finalmente, pude colocá-lo atrás de escombros de um prédio que havia caído. Escondi-me junto com o menino e torci para que os Nazistas não nos vissem. Naquele momento meu medo dos Alemães virou ódio. Tive sorte, os nazistas não notaram a minha presença.

Ficamos eu e o garoto, parados, por mais ou menos duas horas, finalmente abri a boca e perguntei:

–Qual é o seu nome?

–Andrzej, senhor. – ele estava trêmulo, perdera a sua mãe e todos os seus familiares naquele bombardeio. Agora Andrzej era um menino que eu teria que cuidar.

–Está certo, Andrzej, vamos ficar mais um tempo aqui.

Ficamos mais de 5 horas ali, paralisados para que os soldados não nos encontrassem, até que o garoto perguntou:

–E qual é seu nome?

–Nicholas Brunner, soldado do exército dos Estados Unidos – Andrzej pareceu impressionado

–Um dia quero ser tudo isso, senhor.

–Me chame apenas de Nick!

Esperamos mais uma hora. A cidade estava completamente dominada, e não demoraria muito para a Polônia inteira virar território nazista. Até que de repente, um homem de topete penteado e bigode vistoso chegou e começou conversar com um dos sargentos. No braço do homem havia uma fita com o símbolo Nazista. Ele e o sargento falavam, e eu, atento, ficava ouvindo e segurando Andrzej para não dar um murro naquele Nazista. Eu entendia algo que eles falavam:

-Capitão, a missão de invadirmos a Polônia deu certo. A Eslováquia está facilmente em nosso poder e a Áustria nos ajuda de qualquer modo. Tivemos poucas perdas, enfim, a invasão foi um sucesso!

-Ótimo, passarei as informações para o Fuhrer pode se retirar.

-Sim Capitão! – E o sargento fez uma saudação.

Tive raiva de Hitler ao ver suas atrocidades.

Ao virar-se e sumir no meio da neblina, um soldado começou rondar aquela área. Ao chegar perto dos escombros onde eu e Andrzej estávamos, dei um bote rápido, agarrei a sua arma e investi um tiro. Houve um barulho alto e um grito; bradei:

–Um Polonês a menos! Fingindo ser um soldado. Os outros alemães que estavam no meio da neblina gritaram alto e saudaram Hitler mesmo ele não estando ali. Alguns cantavam o Hino Nazista, outros fumavam (que era uma coisa chique para soldados na 2ª Guerra), e eu até pude ouvir alguém roncando.

Rapidamente, Andrzej disse a mim:

–Mas você não matou nenhum Polonês, você matou um nazista, deveria gritar "Um Idiota a menos!". – Tive de calá-lo, pois senão os soldados nos iriam encontrar.

Corri com ele até um prédio e comecei a subir as escadas. Nas janelas consegui ver cenas que nunca gostaria de tê-las visto: pessoas fuziladas, queimadas, machucadas e, principalmente, vários prisioneiros poloneses sendo levados por soldados nazistas. As poucas crianças que haviam sobrevivido estavam a chorar pelos pais. Consegui ver um homem escondido, não muito longe do prédio. Meu ódio pelos nazistas poderia ser amenizado se eu salvasse aquele homem.

Deixei Andrzej naquele prédio em destroços e fui atrás daquele homem, que na neblina não conseguia ver bem quem era.

Sem ser visto pelos soldados, consegui chegar perto dele e comecei a observá-lo. Era um homem de meia idade, barba aparada, roupas queimadas pelo bombardeio, então comecei a conversar com ele, mas logo percebi que era um francês.

Eu não entendia uma palavra, porém tentamos nos comunicar com mímicas. Pelo que tinha entendido, ele e sua família haviam tirado férias e vindo passar uma semana na Polônia. Trouxe-o rapidamente para dentro do prédio. Ouvi um barulho, um nazista no meio da neblina começou a mirar em mim:

–Solte o fuzil, seu rato! – Disse ele. Eu obedeci, não queria ser fuzilado.

–Coloque as mãos para o alto! – Eu, mais uma vez, o obedeci.

Quando aquele soldado começou a se aproximar, pude ver, era um jovem, 18 anos, não muito mais alto que eu.

Logo que se aproximou de mim, eu disse:

–Por que você obedece a Hitler?

–Porque, porque – ele começou a gaguejar – Porque para um mundo ser perfeito deve existir apenas Arianos! - ele dizia confusamente

–Venha comigo para a América, lá não há nenhum ditador!

–Não! Isso seria uma traição à bandeira!

–Escute! Como é o seu nome?

–Hans! – ele gritou, tinha se irritado ou estava confuso.

–Escute Hans, não iremos fuzilar ninguém nem usar você como refém, venha comigo para a América.

Hans ficou trêmulo, soltou o fuzil no chão e começou a chorar. Chorou muito e ainda disse:

–Me fizeram jurar que honraria a bandeira Nazista – ele enxugou uma lágrima – Não posso fazer isso!

Nesse momento, um soldado ouviu e apontou para mim e Hans de dentro da neblina:

–Hans! Isso foi uma autotraição, morra maldito! – disse aquele soldado, atirando bem no meio do peito do nazista arrependido. O Soldado fez com que o tiro tivesse o impacto de jogá-lo por três metros de distância. Eu era o próximo alvo. Fui rápido e disse:

–Olha, é Hitler atrás de você! – o Soldado ficou confuso, mas logo virou para trás e fez a saudação, peguei a arma que Hans tinha deixado cair. O tiro que puxei do gatilho foi o mais veloz. O soldado caiu de costas, fazendo a saudação para um ditador invisível. Logo peguei a arma do soldado e dei para o francês que se chamava Otto.

Antes de voltarmos ao prédio, pude ver Hans, ele não estava morto e ainda teve tempo de dizer:

–Leve isso para – ele estava ofegante – Para Maria, em Munique!

E assim morria o nazista alienado.

O RESISTENTEWhere stories live. Discover now