Entrei naquela cidade que também estava dominada pelos nazistas, eles que levavam filas e mais filas de pessoas para um grande campo, de lá podiam ser ouvidos gritos de horror e medo. Eu entrei no arco que dava as boas vindas e me escondi atrás de um pilar, pude ouvir um grito, "NÃO!". Aquele grito de horror ecoou em mim, apenas os nazistas podiam fazer tal tortura.
Saí de trás do pilar e continuei avançando, andava de pouco a pouco para não me verem. Finalmente vi aquilo, um grande campo de concentração, com arames farpados e grades espalhadas pelo campo para ninguém fugir. Havia uma espécie de escritório na entrada, para que todos que entrassem fossem identificados, e lá dentro havia milhares de famílias com sede, fome e desespero. Vi também que mais adiante havia um laboratório que era muito grande.
Passei três dias observando o campo de concentração e vi coisas que ninguém gostaria de ter visto: pessoas sendo levadas de sua família para servirem de cobaias e tiro-ao-alvo, pessoas morrendo de fome e sede e também, aqueles que tentavam fugir eram fuzilados no mesmo momento.
Eu tinha que começar a me preocupar, pois minha comida tinha acabado. Bebia água de um bebedouro para cavalos, e dormia em uma casa no campo, totalmente destroçada. Demorava algum tempo para chegar à cidade e ainda tinha de tomar cuidado para não ser morto.
Naquele dia que esgueirava um prédio para ver o campo de concentração, pude ouvir dois soldados comentando o nome que dariam para ele, "Auschwitz". "Esse nome eu nunca me esquecerei", pensei comigo.
Naquela noite, consegui roubar um alicate de uma casa próxima. Meu plano era abrir um buraco em um lugar escondido daqueles muros de grades de arame farpado, e entrar lá regularmente, como se fosse um prisioneiro, e de tempos em tempos eu iria soltando os homens mais fortes, para formar um exército e ter pelo menos uma chance de confrontar aqueles nazistas. Munição não era problema, podia roubar dos soldados enquanto dormiam.
Foi no dia seguinte que concretizei meu plano, fiz um buraco como imaginara, entrei lá, mas não encontrei nem sequer um homem forte o bastante, a maioria deles era raquítica. Algumas horas depois, um soldado começou a apontar para cada pessoa, ele parecia querer escolher alguém, mas para quê?
Logo depois, o mesmo soldado chegou a mim e disse:
– Você!
– O que?
– Você vem comigo! – Eu não pensei duas vezes, tanto por ter mais de 50 soldados naquele campo de concentração, quanto por ter deixado o meu fuzil do lado de fora de Auschwitz.
O soldado me levou até um laboratório, havia vários pavilhões, com certeza era para alojar um pouco daquelas pessoas. O soldado me deixou entrar no laboratório sozinho. Após entrar, pude ver várias cadeiras reclináveis como os de dentista. Havia só eu ali. Logo depois um senhor de jaleco e bigode louro saiu de uma sala, ele trazia um revólver caso me rebelasse. Eu não tinha ideia do que iria acontecer.
– O que você vai fazer comigo? – Perguntei
– Espere e verá – Ele disse-me.
O possível Médico mandou sentar-me em uma daquelas cadeiras, logo depois me amarraram e quando caí na real era tarde demais.
O Doutor Huber (que identifiquei, graças ao nome estampado no jaleco) começou a preparar uma droga no seu quarto, e logo depois a trouxe em uma seringa:
– Eu não queria fazer isso, mas Hitler tem uma resistência. Os Alemães têm uma resistência, em todo caso, perdoe-me. – Ele disse em coro.
Após isso, injetou a droga, eu não tinha a mínima ideia do que era, tanto que em dois minutos comecei a ficar tonto com náuseas, e logo depois, desmaiei.
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O RESISTENTE
Historical FictionNick Brunner tem todos os motivo para odiar um forçado intercâmbio na Polônia. Tudo Piora quando ela é invadida. Agora Nick terá de fazer de tudo para sobreviver a uma guerra que ficará na história