Capítulo 6- Nunca mais volto aqui

5.9K 264 29
                                    

- O patrão quer falar contigo antes de ir.- Falou e ergui a sobrancelha, estava pensando em não ir, mas ele me ajudou afinal.

-Onde ele ta?-Perguntei e ele sorriu.

-Ta lá na boca, vem eu te levo.- Falou e eu gargalhei.

- Acha mesmo que eu vou ir em um lugar daqueles?-Perguntei e seu sorriso se desfez.

- Olha eu sei que ele quer falar com você, mas agora se você vai ficar fazendo ''birrinha'' pra subir?- Falou irônico.

- Tanto faz deixa eu ir embora.- Falei tentando sair.

- Nananinanão.- Falou e eu revirei os olhos.

- Sai logo daqui garoto.- Falei empurrando ele que me segurou sorrindo.

- Meu Deus que morena marrenta é essa?- Falou- Vamos falar com o P1? É rapidinho e eu te prometo que ninguém lá vai mexer contigo.-Falou e e fiz uma cara duvidosa.

- Ta vamos, mas que seja rápido.- Falei e ele sorriu balançando as mãos.

- Então vem.- Falou segui ele e depois de um tempo paramos em um lugar, entramos e percebi vários olhares em minha direção.

De garotos olhar com malícia e meninas olhares de raiva, só não sei o porque.

- Se assusta não.- Falou Magrin e concordei, segui ele e passamos por um lugar que as pessoas pareciam zumbis, chegava dar medo, havia pessoas vendendo drogas, outras fumando e comprando.

- Aê patrão chega ai.- Gritou ele e olhei P1 estava vindo, ele chegou e seu olhar parou em mim, eu olhei em seus olhos e seu olhos eram realmente perfeitos, um azul claro que combina com ele.

- Eae.- Falou fazendo um toque com Magrin depois me olhou e sorriu.

- Magrin posso falar com ela?- Perguntou.

- Claro patrão, quando terminar chama no rádio pra eu pegar ela aqui.- Falou saindo.

- Olha Megan pra começar, ontem aconteceu muitas coisas com você.- Falou e concordei.- E deve ser sua primeira vez aqui no morro, então deve estar com medo ainda.- Falou e olhei pra ele irônicamente.

- Olha P, ontem não era nem pra eu estar aqui, minha amiga me arrastou pra cá e depois sumiu me deixando sozinha, desde pequena nunca gostei de favelas, das pessoas da favela e muito menos de traficante, aqui foi minha primeira e última vez aqui, porque nunca mais na minha vida eu piso aqui nesse lixo.- Falei e ele me olhou com raiva.

- Olha aqui patricinha, você pode não gostar da favela até ai eu entendo, mais não gostar das pessoas daqui também é demais, você acha que só porque você vive na mansão e no luxo que as outras pessoas não prestam? Desculpa mais aqui na favela tem muita gente boa e todos nós somos iguais as pessoas da sua classe okay? Você ainda tem sorte de eu ter te achado gostosinha e ter deixado você se esconder se não você já estaria morta.- Falou e me deu muita raiva, eu não me acho superior, apenas não gosto daqui, não me culpem.

- Olha como você fala comigo seu vagabundo estúpido.- Falei pra ele nervosa.

- Você é muito mal agradecida, você podia ter voltado pra casa de madrugada, com as roupas rasgadas e tal, mas eu não deixei.-Falou e gargalhei.

- Olha só, você fez isso porque quis ninguém te obrigou a nada seu lixo. -Falei e senti meu rosto arder com um tapa forte.

Estava segurando o choro.

- Olha aqui sua vadia, nunca mais ouse me chamar de lixou.- Falou e segurou minha nuca coom força beijando meu lábios.

Mordia sua boca até senti gosto de sangue e lhe dei um chute em suas áreas.

- Olha aqui, eu nunca mais me chame de vadia, não sou tuas negas pra você ficar me chamando assim seu desgraçado.- Falei, ele estava no chão gemendo de dor, mas logo se levantou e segurou meus braços com força.

- Olha só, some daqui e espero nunca mais te ver na minha vida.- Falou com raiva e me empurrou fazendo-me cambalear par trás, pegou seu rádio e falou alguma coisa.

Estava saindo de lá e as lagrimas começaram rolar, ele havia me machucado e estava doendo muito.

Estava andando rapido quando alguém me parou.

- Vamos com calma ai mocinha.- Falou ele.

- Oi Magrin.- Falei limpando o rosto.

- Porque está chorando?-Perguntou começando andar comigo.

Contei tudo pra ele que me olhou.

- Olha nem todas as pessoas aqui são iguais, tem pessoas muito legais.-Falou e revirei os olhos.- Qualquer dia volta aqui pra mim te mostrar.- Falou e neguei.

- Nunca mais que eu volto aqui.- Falei.

- Sobe ai, vou te levar até lá em baixo.- Falou e dei um meio sorriso, subi em sua moto eele correu.

Não demorou nada para chegarmos no inicio do morro.

- Obrigada Magrin.- Falei e e ele beijou minha bochecha.

- Tchau donzela.- Falou e sorri, Magrin era legal.

- Tchau.- Falei e um taxi parou.

Entrei e falei meu endereço.

Ele dirigiu e quando chegou na minha casa desci do carro e chamei alguém.

Meu pai apareceu e me olhou confuso.

                                                                 

O Vagabundo E A DamaOnde histórias criam vida. Descubra agora