"It's only a dream. Nothing can hurt me."

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   Meu sono foi inquieto e perturbado por apenas um sonho.

   Uma lembrança.


☀️~☾~☀️


Ela estava de frente para mim, seus olhos bicolor nos meus, sua posturo levemente encolhida.

Segurava minha mão, puxando-me em direção a uma cabana de madeira. Moon se localizava de costas para esta.

Olhei para os lados avaliando o cenário a minha volta.

   Era uma tarde linda e iluminada pela luz do sol -então, provavelmente este era o motivo pelo qual sua postura parecia definhada, ela odiava a Luz do Sol-, estávamos caminhando por entre um enorme canteiro de flores. Havia um caminho estreito e amarelo à nossa direita e outra parte do jardim a seu lado.

   Haviam rosas vermelhas, brancas, cor de rosa, furta-cor, margaridas, girassóis (minha flor favorita), tulipas vermelhas, laranjas, roxas, dálias (negras, suas preferidas) e flores que eu não poderia especificar, algumas que eu não conhecia, outras que eu podia jurara que existiam apenas ali. Estendiam-se até onde a vista alcançava.

   H aviam diversas espécies de árvores, também. Todas cobertas de vários tipos de orquídeas contorcida pelos tronco. A árvore que mais me chamou atenção foi uma cerejeira que se localizava ao lado do chalé.

   Podia ver várias borboletas voando e pousando por aí, além de vários outros insetos. Uma Glasswinged, com suas asas translúcidas como vidro, repousou em meu dedo estendido no ar.

   Voltei-me para a garota que continuava a me conduzir, como sempre fizera.

   O Sol batia em meu rosto e mesmo assim eu podia vê-lo por trás dela.

   Quando descansei meus olhos sobre ela, todo o cenário fulgurou, literalmente, em um lampejo. E de repente eu reconhecia o local onde a paisagem se encontrava. A verdadeira paisagem.

   Suas íris estavam em colapso. Alternavam cada uma entre azul cobalto, verde esmeralda e castanho-dourado sem ordem alguma aparente.

   Lágrimas escorriam de seus globos oculares, eu podia vê-las. Mas não eram lágrimas límpidas, eram escarlate.

   Sangue.

   E não estavam mais lá, seus olhos encontravam-se completamente negros, apenas.

   Um sorriso desabrochou de seus lábios. O mesmo sorriso comprido e afiado. Um sorriso do Gato de Cheshire.

   Ela piscou e agora seus olhos estavam brancos. Brilhantes, da mesma cor e intensidade da Lua que se assemelhava à sua marca. Crescente.

   O sorriso psicótico permanecia lá.

   Lunae!, queria eu gritar, mas ao que aparentava eu era apenas uma telespectadora.

   E então a Moonlight de dois anos atrás (naquela época eram dois, agora já são três) estava em minha frente, o cabelo comprido e escuro, com a mesma franjinha cobrindo sua Lua, sorriso travesso em lábios enquanto eu me deixava ser guiada por entre o mato alto, em direção a uma casinha velha de madeira quebrada e corroída. As árvores estavam todas mortas, eram apenas galhos de madeira escura, nenhuma folha, nenhuma flor, nenhuma vida.

    Seus olhos estavam suaves, com determinação misturada ao amargo do sarcasmo impressos em seu olhar.

   Mas ao mesmo tempo eram doces mesclados com o almiscarado da coragem.

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⏰ Última atualização: Sep 02, 2016 ⏰

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