Vida em três atos

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Sentados no chão de areia, entre as rochas e o mar, com o sol queimando a pele da face e do corpo, sentindo a brisa leve amenizar o calor, ouvindo as ondas quebrarem em um estrondo repetitivo enquanto os pássaros voam e cantam buscando alimentos no mar, sinto-me completa.

Nossas mãos encontram-se quando as enterramos entre os grãos, como se procurássemos algo que não fazemos ideia de que está lá. Nos deitamos na areia para contemplarmos a imensidão do céu e do mar. Se isso não for Deus abençoando nossa união, nada haverá de ser.

Deitados na cama, entre as unhas e lençóis, abraçados sentindo as gotas de suor escorrem pelos nossos corpos, ouvindo o incessante tic-tac do relógio sincronizado com chuva batendo na janela e com vento uivando, teimando em competir com os nossos gemidos, sinto-me mulher.

Nossos corpos dançando no rítmo impetuoso e constante, na busca enlouquecedora de tornarmo-nos um, entre nossos beijos molhados e sussuros trocados, o gozo explode em forma de estrelas iluminando nosso altar. Se isso não for Deus abençoando nossa união, nada haverá de ser.

Sentados no banco do jardim, entre as flores e árvores, com a luz do cair da tarde criando sombras frescas, nosso cachorro latindo para um graveto que permanece sem se mexer, ouvindo a risada das crianças que correm felizes, sinto-me completa.

Nossos olhos observam atentamente os frutos nosso amor, que brincam e que pulam por entre as plantas, trocando amizade, sorrisos, tapas e beijos, enxergamos o verdadeiro significado da vida. Se isso não for Deus abençoando nossa união, nada haverá de ser.


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