Jolari - Melhores Amigos(CONCLUÍDO)

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Seattle é grande, enorme na verdade, mas o bairro que eu moro é calmo e pequeno.
As pessoas aqui gostavam de coisas mais agitadas, então vários mudavam de bairros, o que deixava aqui mais calmo.
Atrás da minha casa, tinha uma pequena praça. Não habitada, então cheirava a paz. E era o que eu precisava agora.
Me sentei debaixo de uma enorme árvore, e joguei minha cabeça para trás, fechando os olhos e respirando fundo, tentando não deixar as lágrimas descerem.
Depois de alguns minutos, escutei passos por ali, mas não me movi. Só abri os olhos quando escutei uma voz chamar meu nome.
Abri os olhos e dei de cara com cabelos loiros voantes.
Lari: Júlia?
Ela sorriu de lado.
Júlia: O que faz aqui? Nunca te vi vindo para cá.
Inspirei.
Lari: Eu queria um pouco de paz.
Júlia: É... Quer que eu vá embora? — dei de ombros.
Lari: O que você queria falar comigo hoje mais cedo? — mudei de assunto, tentando ocupar minha cabeça.
Por que eu estava falando com ela?
Ela suspirou.
Júlia: Eu sei que vocês me odeiam... — eu arquei a sobrancelha, ela se sentou na minha frente —, eu sei que irritei bastante vocês, eu sei que você adoraria pular no meu pescoço agora, mas... — ela engoliu em seco — eu queria me desculpar por tudo que eu fiz, sabendo que isso não tem perdão. Mas isso é só para eu me sentir mais leve, sabe... Eu estava vendo umas coisas que eu tinha da minha infância, e sempre viam lembranças de vocês, e me toquei o quanto vocês foram companheiros meus e eu tratei vocês mal. Eu soube que você se reconciliou do João, aliás, eu vi isso muito bem — ela riu abafado e passou a mão no nariz, como se ele estivesse escorrendo —, eu fico feliz por isso. Não que eu queira que aconteça o mesmo comigo, não. Eu só queria me sentir leve, para quando eu for embora o peso do arrependimento não me engolir mais ainda.
Lari: Você vai embora?
Júlia: Minha mãe foi diagnostica com um tipo de câncer raro — arregalei um pouco os olhos — vamos ter que ir para outro país, já que aqui não tem o tratamento preciso.
Lari: Eu sinto muito, Júlia. — falei, sincera.
Júlia: Eu só queria me desculpar, e ficar com as lembranças maravilhosas que temos. — ela se levantou.