savior.yoonkook

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Eu não aguentava mais me mexer.

Minhas pernas finas me traíam de uma forma incrível. O cansaço tomava todo o meu corpo, minha energia já havia se esvaído a muito tempo.

Minha respiração entrecortada e ferida fazia com que uma tosse rouca e dolorida saísse da minha garganta. Minha pele exposta parecia que estava sendo arrancada pelo vento forte acompanhada da chuva que caía grossa e sem piedade sobre meus ombros, fazendo minha pele esfriar pelas roupas já pesadas e molhadas, dificultando mais ainda aquela corrida sem sentido e fadada à derrota.

É

o fim da linha.

Eu não queria desistir nesse momento. Mas meu corpo inútil, fraco e febril continuava me traindo.

Logo eu não conseguia dar um passo. Meus joelhos fraquejaram e bateram no chão coberto de brita e cimento.

Eu ouvia os gritos, passos e respirações deles atrás de mim.

Eu ia morrer.

Me ajoelhei no chão, caindo sobre minhas panturrilhas e colocando as mãos no rosto. Lágrimas quentes já desciam sobre ele.

Eu não queria morrer.

Me coloquei em posição fetal enquanto ouvia os passos cada vez mais perto. Coloquei as mãos sobre minha cabeça, esperando todos os chutes, socos e quaisquer coisas que fossem me atingir ou que estivessem por perto que pudesse ser usado para me machucar.

– Eu disse que ele não tinha como fugir! – ouvi uma risada de escárnio.

O primeiro chute atingiu minhas costelas. O ar que sobrava nos meus pulmões foi praticamente expulsado para fora.

O primeiro soco foi desferido na minha face direita, que apoiada junto com a minha mão, estalou meus dedos e a minha mandíbula, fazendo com que alguma coisa se quebrasse.

Desejando morrer logo, eu fechei os olhos e retirei minhas proteções, esperando logo o pior.

Porém, a única coisa que aconteceu foi um som de alguma coisa se partindo. Um osso provavelmente. E não era meu.

Abri meu olho esquerdo que ainda estava consideravelmente são e pude enxergar uma pessoa de capuz preto parado na minha frente.

O outro homem que antes me perseguia estava no chão, os ombros largos do indivíduo apoiados no chão, e ele abraçava sua perna esquerda. Os outros dois olhavam para o de capuz com uma expressão assassina.

Socos e chutes foram desferidos tão rápido que meu olho não conseguiu acompanhar. Eu não sabia quem estava perdendo ou ganhando até que os dois brutamontes que atacavam a pessoa de capuz estivessem no chão, um completamente inconsciente e o outro choramingando sobre seu próprio peito.

Meu olho bom estava ficando cada vez mais fraco. Eu enxergava apenas a parte inferior do rosto da pessoa, que parecia ser um garoto.

– Ei, você está...

Porém a frase não se fez completa. Uma imensa escuridão me invadiu, e o e rosto do meu salvador foi engolido junto ela.

                          •••


Quando eu tentei abrir meus olhos, uma grande onda de dor se espalhou pelo meu rosto. Rapidamente levei minha mão ao rosto, sentindo mais dor debaixo do braço, se espalhando pela minha costela e cintura.

– Acho melhor não fazer muito esforço físico, você levou um chute bem feio aí. – quase cai da superfície onde estava, que parecia uma cama, ao escutar uma voz que parecia ter vindo do além.

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