Capítulo 15

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SOPHIA

Cheguei do trabalho há algumas horas, estou completamente exausta, meu corpo clama por um descanso. O dia não foi fácil, e a madrugada passada também não, afinal Bela decidiu que não iria dormir.
Dominic está aqui desde que cheguei, está no quarto brincando de bonecas com Bela. Ele trouxe alguns brinquedos para ela, que ficou bastante contente.
Graças a Deus estamos a sós em casa. É quase que um milagre que minha mãe não esteja em casa, dificilmente ela sai. Às vezes sinto que mamãe é uma pessoa um tanto solitária, até porque não possui amigos, vive trancada em casa.
Começo a cortar algumas verduras, colocando água para ferver. Pretendo fazer um macarrão, algo que é rápido, mas não deixa de ser saboroso.

— Olha que linda sua mamãe cozinhando, filha. — Ouço a voz do Dominic.

Me viro, vendo Dominic com Bela nos braços. Ela passa as mãozinhas rechonchudas na barba do pai e sorri. Nunca o vi tão descontraído, Dom está com uma camisa social branca com as mangas arregaçadas.
Ele se aproxima, sentando-se na mesa, colocando a Bela sentada em seu colo.

Volto minha atenção para o macarrão, terminando de prepará-lo. A todo momento sinto o olhar de Dom queimar em minha pele. Minutos depois, coloco a tigela sobre a mesa, vendo que o cheiro está bom.

— Me ajuda a colocar a mesa, Dominic? — Pergunto.

— Claro que sim. Mas onde posso colocar essa pequena?

— Pode deixá-la naquele cantinho, onde tem vários brinquedinhos. Ela vai ficar quietinha. — Aponto para onde estão os brinquedos da Bela.

Ele levanta-se cuidadosamente com Bela nos braços, colocando-a no cantinho onde tem os brinquedos. Minha princesa pega uma boneca, começando a brincar, ou melhor, torturar a pobre boneca.
Dominic retorna, me ajudando a colocar a mesa. Assim que terminamos, o sirvo em silêncio. Durante o jantar permanecemos em silêncio, nada foi dito. Trocamos apenas alguns olhares.

Quando terminamos o jantar, recolho a louça suja, as levando até a pia.

Pego minha filha, colocando-a em sua cadeirinha, pego o prato com sua papinha, começando a alimentá-la. O jeito que ela come é um tanto engraçado, afinal se lambuza inteira.

Vejo Dominic nos olhando com um sorriso bobo pairando em seus lábios.

— Por que está sorrindo?

— Estou presenciando uma cena maravilhosa, vendo você alimentando nossa filha, realmente as duas são as mulheres da minha vida. — Volta a sorrir. — Eu amo vocês duas.

Tento ignorar sua última frase. Não posso deixá-lo me enganar por uma segunda vez.

Há quase dois anos, ele também me dizia palavras bonitas, e o final de tudo não foi nada agradável. Aprendi da pior maneira que palavras bonitas muitas vezes não são verdadeiras.

Volto a alimentar minha filha, que estava faminta, essa criança tem um apetite enorme. Assim que termino, pego Bela nos braços, fazendo uma careta ao ver que ela está toda suja.

— Acho que alguém vai precisar tomar um banho.
— Vai lá dar um banho nessa porquinha. Eu arrumo a cozinha e a bagunça que a Bela fez enquanto você cuida dela.

Arqueio a sobrancelha, me perguntando se alguma vez na vida Dominic lavou a louça.
Subo para o meu quarto, acreditando no potencial de Dom.

Ligo o chuveiro, colocando a banheira dela para encher. Coloco Bela no trocador de fraldas, retirando a fralda juntamente com a roupa suja.
Pego minha filha, levando-a até a banheira, antes de colocá-la, checo a temperatura da água. Pego o sabonete líquido, passando em seu corpinho. As pequenas mãos delas vão até a água, começando a bater, fazendo com que eu me molhe.
A retiro da banheira, enrolando-a na toalha. Levo Bela novamente até o trocador de fraldas, passando o talco e pomada para assadura, a vestindo em seguida. A coloco no berço, acariciando seu cabelo.
Desço para o primeiro andar, preocupada com o que Dominic possa ter feito na cozinha.

Você Não Soube Me Amar (Repostagem)Onde histórias criam vida. Descubra agora