Fui pra escola ansiosíssima. O motivo? Hoje eu e o Marcelo comemorávamos sete meses juntos. Não via a hora de abrir os presentes!
Cheguei lá e vi ele na porta da minha sala, com um saco de super-mercado na mão. Desanimei na mesma hora. Cumprimentei ele com um selinho.
- Feliz niver de sete meses! - disse Marcelinho, me entregando a sacola.
Fui ver o que tinha.
Tinha uma caixinha não tão delicada e rosa. Abri ela. Tinha dois lindos colares dourados.
Derreti.
Sem falar nada, abracei meu namorado com força.
- Irado, né? Eu peguei um pouco do dinheiro do meu pai. E da minha avó. - ele disse. - Posso colocar em você?
- Lógico! - respondi animada.
Ele botou. Teve uma certa dificuldade, mas conseguiu. Depois de um beijo lindo entre nós e depois de dar o presente dele (que era a camisa do Barcelona do Neymar, que ele sempre quis), entramos na sala.
Durante o recreio, vi a aluna nova andando com umas amigas recalcadas da minha turma que antes falavam comigo e agora nem me olham na cara.
Resolvi ir até elas.
- Eaí. Eu soube que você e o meu irmão estão juntos. - comecei. Ela apenas me olhou com uma cara de nojo.
Ela era bem digerente de mim. Enquanto eu usava um all star roxo ela usava um salto alto vermelho. Enquanto eu usava um short ela usava uma saia rosa. Enquanto eu usava uma camisa preta ela usava uma camisa acima da barriga. Nada contra quem gosta de saia e salto. O que mais me incomodava nela não eram suas roupas, mas seu nariz empinado.
- Olha, meu irmão não pega qualquer uma, tá? Ele é um garoto especial! - falei de peito estufado.
Era verdade. Meu irmão era diferente de mim. Ele só pegava meninas que mexiam com ele.
- E daí? - perguntou a aluna nova.
Confesso que só de escutar aquela voz irritante o meu ódio subiu.
- Se você fizer alguma besteira, cê não vai gostar do que vai acontecer. - avisei.
As amigas recalcadas da aluna nova ficaram com um pouco de receio, mas a aluna nova pareceu não se abalar.
Fui no ouvido dela e dei o recado:
- Não mexe com meu irmão, se não você vai se ver comigo.
Estava saindo de perto daquelas recalcadas e fui empurrada com bastante força pela aluna nova.
Olhei pra ela.
- Não se preocupa, não, a vida é minha, sua prostituta. - ela falou se aproximando de mim.
- Que ótimo. Espero que você tenha entendido. - falei perto dela. - Ah, e eu não sou prostituta. Só me visto como uma.
Alguns alunos já estavam a nossa volta gritando "porrada! Porrada!".
- Quer saber? Sai do meu caminho. - disse a aluna nova, me empurrando.
Uma raiva subiu em mim. Parti pra cima dela e puxei seu cabelo loiro-oxigenado.
- AAAAIIIII!!!!!! - ela gritou. Fresca! Nem puxei tão forte assim!
Na mesma hora, ela se virou e quis puxar o MEU cabelo. Fui mais rápida e revidei com um tapa muito do fraquinho.
A coordenadora chegou.
Glup!
- Mas o que é que é isso?! - ela perguntou.
- Sora! Essa menina louca tava me ameaçando e puxou meu cabelo! - disse a aluna nova. Mimada!
- Como é que é?! - perguntou a coordenadora. - As duas pra direção! E vocês se afastem! Acabou o show!
Desolada, fui pra diretoria.
Na diretoria, a aluna foi a primeira a falar.
- Ela me ameaçou, só porque estou namorando o irmão dela.
- Claro! Ela é aluna nova, todo cuidado é pouco!
- Mas isso não é motivto pro refeitório virar ringue. - disse a diretora.
A aluna ficou muda. Eu não.
- Mas eu só tava avisando pra ela não machucar meu irmão! Aí ela me empurrou. Do nada!
- Mas eu amo o teu irmão!
Ama!? Ela realmente disse essa palavra!?
- Rá, faça-me rir! Vocês só se conhecem a uma semana!
- Chega vocês duas! Vou mandar uma carta para os pais de vocês.
Ainda bem que no nosso colégio ninguém era expulso, senão eu estaria ferrada.
***
- Como é que é!? - indagou mamãe, quando soube da história.
Vocês já devem ter imaginado o que aconteceu comigo depois que contei a história da aluna nova pra minha mãe, né?
Castigo. Eu tinha acabado de sair de um e já entrei noutro.
Antes de ir pro quarto, fui no quarto do Lucas.
- Lucas, toma cuidado com a aluna nova. - avisei.
- Por que? - ele perguntou.
- Porque sim. Não gosto dessa aluna nova.
- Em primeiro lugar ela tem nome. Ela se chama Mariana.
- Ok, a Mariana. Eu não vou com a cara dela.
- E daí? - perguntou Lucas, com o nariz empinado.
Meu DEUS! Meu irmão tava parecendo com aquela piranha!
Ódioooo!!!!
- Lucas! Esse não é você! Só tô dizendo pra você tomar cuidado!
- Fala sério, Jéssica! Que exagero! Agora sai do meu quarto. - pediu ele.
Saí, claro. Mas não tirava da cabeça a tal de Mariana. Eu estava com um mal pressentimento.
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malandramente
Teen FictionJéssica era uma garota esperta. Esperta até demais. Ela é eclética, popular, beijoqueira. E se veste como prostituta, como ela mesma descreve. Mas diante dessa menina esperta ela descobre algo que nunca sentiu por um garoto. Uma coisa mais sólida...